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17/11/2006 - 10h45

Boicote ao Provão deixa aluno da PUC sem crédito

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FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

Alunos de pelo menos quatro cursos da PUC-SP não terão acesso ao Fies (programa de financiamento estudantil do governo federal) porque os estudantes boicotaram o Provão e/ ou o Enade --exames nacionais de avaliação dos universitários.

Isso ocorre porque o Ministério da Educação determinou em uma portaria do mês passado que cursos que tenham recebido notas ruins nas duas últimas avaliações não podem se inscrever no programa. Até então, o governo Lula aceitava cursos com três avaliações com baixo desempenho. Agora, diz que a medida foi tomada para forçar uma melhoria mais rápida em cursos deficitários.

Para o MEC, notas ruins são D ou E no Provão (que vigorou até 2003) e 1 ou 2 no Enade --em vigor desde 2004.

Na PUC-SP, encaixam-se nesse perfil os cursos de geografia e história (E no Provão 2003 e 1 no Enade) e de jornalismo e psicologia (E nas duas últimas edições do Provão; essas carreiras ainda não têm nota no Enade, já que foram avaliadas na prova deste ano, cujos resultados saem em 2007).

Tradicionalmente, há uma grande adesão na PUC ao indicativo de boicote feito por entidades estudantis como centros acadêmicos e a Executiva Nacional dos Estudantes em Comunicação Social. Quem participa entrega a prova em branco.

A UNE (União Nacional dos Estudantes) diz que avaliará se há outras instituições com o mesmo problema da PUC. A universidade não se manifestou sobre a situação.

O Fies permite que o aluno financie 50% das mensalidades. O restante é pago apenas após a formatura do estudante. O prazo para inscrição no programa termina no próximo dia 26.

"Estava desesperado atrás do financiamento. Preciso agora subir a carga de trabalho para me sustentar", disse Alex Mirkhan, 21, aluno de jornalismo.

Adesão

Para Pedro Nogueira, 20, diretor do centro acadêmico de comunicação social da PUC-SP, a exclusão do Fies de cursos mal avaliados foi feita para inibir o boicote à prova. Ele critica tanto o MEC quanto a PUC.

"É uma medida autoritária, que impede que o aluno possa escolher entre fazer ou não a prova", afirmou Nogueira. "E a universidade quer jogar os alunos contra os CAs, dizendo que a culpada da exclusão é a decisão de indicar o boicote."

Diversas entidades estudantis não concordam com exames como o Enade por entender que, entre outras coisas, os resultados são utilizados como um ranking mercadológico pelas universidades.

O presidente da UNE, Gustavo Petta, também atacou a decisão do governo Lula. "É contraditório, pois o próprio governo diz que a prova é só uma parte da avaliação dos cursos." Além do exame, o ministério analisa a estrutura pedagógica do curso e faz visitas com especialistas à instituição. O MEC não comentou as críticas.

Especial
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