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08/02/2007
-
12h00
da Folha de S.Paulo
A Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETE-SP) recebe R$ 4.600 por mês do governo do Estado para custear suas despesas gerais. Como a escola abriga 1.700 alunos, 480 no ensino médio regular, os demais no ensino técnico propriamente dito, daria R$ 2,71 por mês para arcar com as despesas de cada estudante, salários de professores à parte.
Com recursos tão escassos, a escola conseguiu a proeza de ser a única instituição pública a entrar no ranking das dez com melhores médias na prova do Enem na cidade de São Paulo --sua nota: 66,86.
Parte do sucesso a ETE-SP deve ao vestibulinho que seleciona os alunos. São 17 candidatos por vaga, pessoas provenientes de todas as regiões da cidade e até da Grande São Paulo e do interior do Estado. Isso garante que a escola trabalhe com um aluno muito selecionado, condição que já torna a ETE-SP diferente de outras instituições públicas, cujos estudantes acabam sendo selecionados exclusivamente pelo critério da proximidade geográfica.
Gente que lê muito
De acordo com o diretor da escola, Carlos Augusto de Maio, "os estudantes que acabam entrando na ETE-SP são gente que gosta de estudar, que enche a biblioteca todos os dias nos horários de intervalo, que lê muito".
A carga horária obrigatória para os alunos do ensino médio é de quatro horas e 30 minutos por dia, cinco dias por semana, 200 dias letivos por ano.
Como a escola é gratuita (o Centro Paula Souza, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, é o mantenedor), ela acaba atraindo alunos talentosos provenientes do ensino fundamental público, que de outra forma não teriam acesso a ensino de qualidade.
Mas a escola está interessada em aumentar a presença de alunos afrodescendentes e oriundos do ensino público.
Pelo Sistema de Pontuação Acrescida, afrodescendentes recebem um bônus de 3% na nota final do vestibulinho (realizado semestralmente); os da rede pública recebem acréscimo de 10%. Caso o aluno esteja nas duas situações, receberá 13% de bônus.
Atualmente, 40% dos aprovados no vestibulinho da ETE-SP são alunos oriundos da escola pública. "São pessoas que lutam muito para estudar, vindos de famílias que valorizam a educação", diz De Maio.
APM onipresente
As famílias dos alunos e sua relação com a escola e os professores são a outra chave para entender a exceção à regra que é a ETE-SP.
Todo mês a escola promove reuniões com os pais. Organizados na Associação de Pais e Mestres, que tem inclusive quadro próprio de funcionários, eles arrecadam fundos, usados para reformar os prédios, manter atualizados laboratórios, comprar computadores e aparelhos de audiovisual.
No ato da matrícula dos novos alunos, a APM faz um corpo a corpo explicando a importância de os pais realizarem doações para a entidade. São confeccionados carnês. Cada família paga o que pode.
A ETE-SP fica dentro do campus da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, a Fatec, na avenida Tiradentes, ao lado da boca do metrô. Um dos seus três prédios foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo.
ETE SÃO PAULO
Ranking: 8º lugar
Nota média: 66,86
Categoria: Pública
Endereço: Avenida Tiradentes, 615, Bom Retiro, São Paulo
Tel.: 0/xx/11/3326-0993
Total de alunos: 480
Mensalidade: grátis
Especial
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ETE desafia falta de verba e fica entre as 10
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A Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETE-SP) recebe R$ 4.600 por mês do governo do Estado para custear suas despesas gerais. Como a escola abriga 1.700 alunos, 480 no ensino médio regular, os demais no ensino técnico propriamente dito, daria R$ 2,71 por mês para arcar com as despesas de cada estudante, salários de professores à parte.
Com recursos tão escassos, a escola conseguiu a proeza de ser a única instituição pública a entrar no ranking das dez com melhores médias na prova do Enem na cidade de São Paulo --sua nota: 66,86.
Parte do sucesso a ETE-SP deve ao vestibulinho que seleciona os alunos. São 17 candidatos por vaga, pessoas provenientes de todas as regiões da cidade e até da Grande São Paulo e do interior do Estado. Isso garante que a escola trabalhe com um aluno muito selecionado, condição que já torna a ETE-SP diferente de outras instituições públicas, cujos estudantes acabam sendo selecionados exclusivamente pelo critério da proximidade geográfica.
Gente que lê muito
De acordo com o diretor da escola, Carlos Augusto de Maio, "os estudantes que acabam entrando na ETE-SP são gente que gosta de estudar, que enche a biblioteca todos os dias nos horários de intervalo, que lê muito".
A carga horária obrigatória para os alunos do ensino médio é de quatro horas e 30 minutos por dia, cinco dias por semana, 200 dias letivos por ano.
Como a escola é gratuita (o Centro Paula Souza, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, é o mantenedor), ela acaba atraindo alunos talentosos provenientes do ensino fundamental público, que de outra forma não teriam acesso a ensino de qualidade.
Mas a escola está interessada em aumentar a presença de alunos afrodescendentes e oriundos do ensino público.
Pelo Sistema de Pontuação Acrescida, afrodescendentes recebem um bônus de 3% na nota final do vestibulinho (realizado semestralmente); os da rede pública recebem acréscimo de 10%. Caso o aluno esteja nas duas situações, receberá 13% de bônus.
Atualmente, 40% dos aprovados no vestibulinho da ETE-SP são alunos oriundos da escola pública. "São pessoas que lutam muito para estudar, vindos de famílias que valorizam a educação", diz De Maio.
APM onipresente
As famílias dos alunos e sua relação com a escola e os professores são a outra chave para entender a exceção à regra que é a ETE-SP.
Todo mês a escola promove reuniões com os pais. Organizados na Associação de Pais e Mestres, que tem inclusive quadro próprio de funcionários, eles arrecadam fundos, usados para reformar os prédios, manter atualizados laboratórios, comprar computadores e aparelhos de audiovisual.
No ato da matrícula dos novos alunos, a APM faz um corpo a corpo explicando a importância de os pais realizarem doações para a entidade. São confeccionados carnês. Cada família paga o que pode.
A ETE-SP fica dentro do campus da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, a Fatec, na avenida Tiradentes, ao lado da boca do metrô. Um dos seus três prédios foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo.
ETE SÃO PAULO
Ranking: 8º lugar
Nota média: 66,86
Categoria: Pública
Endereço: Avenida Tiradentes, 615, Bom Retiro, São Paulo
Tel.: 0/xx/11/3326-0993
Total de alunos: 480
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