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21/05/2007 - 19h48

Alunos da USP se reúnem para decidir estratégia de resistência à PM

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CLAYTON FREITAS
da Folha Online

Alunos da USP (Universidade de São Paulo) iniciaram uma reunião às 19h desta segunda-feira para discutir a forma de resistência à Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo, que preparam a ação para reintegração de posse do prédio da reitoria, ocupado pelos alunos desde o dia 3 deste mês.

Apesar da expectativa da chegada a qualquer momento dos policiais militares ao local, o clima é de aparente tranqüilidade na noite desta segunda-feira no local. Alunos e servidores do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) chegaram a oferecer até um churrasco a R$ 0,50 o espeto e cervejas a R$ 1,50, além de um carro de som tocar músicas de bandas como Legião Urbana.

A torre do relógio da reitoria antiga --de cerca de 40 metros de altura-- virou ponto de atração turística dos alunos, que fazem fila para subir os dezenas de degraus de escadas do prédio. A reportagem teve acesso ao topo do prédio do relógio. Não há qualquer empecilho para a entrada. Do alto, é possível ver alunos da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, produzindo uma faixa de 30 metros de comprimento por 1,90 metro de largura. Eles vão pintar a frase "universidade livre" e pretendem colocá-la no topo do relógio.

Além do clima de acampamento do local, alunos e servidores do Sintusp se preparam para a chegada da PM. Uma barricada com pneus velhos foi montada em frente ao prédio e os acessos à rua da Reitoria --onde no número 109 se localiza o edifício ocupado-- foi interditada com blocos e tijolos de concreto de uma reforma que acontece num prédio ao lado.

Reuniões

Nesta segunda-feira aconteceram duas reuniões, uma envolvendo o Comando de Policiamento de Choque, entidades de direitos humanos, representantes da reitoria, dos alunos e dos servidores, na sede do comando, na Luz (região central de São Paulo), e outra, envolvendo o senador Eduardo Suplicy (PT), a reitora Suely Vilela, e cerca de 30 alunos, no prédio da Escola Politécnica, no campus da USP no Butantã (zona oeste).

As duas reuniões acabaram em impasse. No caso do encontro realizado na Luz, as entidades de direitos humanos recomendaram aos alunos evitar o confronto direto com a PM, enquanto os alunos, em um manifesto lido pelo representante jurídico deles, mantiveram o posicionamento de não desocupar o prédio.

Ao final da reunião o comandante de Policiamento de Choque, coronel Joviano Conceição Lima, afirmou que as tropas do 1º, 2º e 3º de Choque, regimento da cavalaria e Corpo de Bombeiros já estavam de sobreaviso para agir a qualquer momento.

Na reunião realizada na USP, os alunos e servidores mantiveram o posicionamento de não desocuparem o prédio. Eles receberam um compromisso verbal da reitora da USP de que, se desocuparem o prédio, será criada uma comissão para analisar as propostas e reivindicações dos alunos e anunciou projetos de ampliação de moradias estudantis.

No entanto, Vilela condicionou o atendimento das propostas à saída dos alunos até a 0h desta terça-feira. Caso contrário, as reivindicações não serão efetivadas. Os alunos e servidores disseram que só poderiam avaliar o conteúdo das propostas após as assembléias que deverão ser realizadas nesta terça-feira, respectivamente, às 12h30 dos alunos, e às 18h, dos servidores.

Na noite desta segunda-feira, o coronel Joviano informou que estava preocupado com o fato de existirem pneus em frente à entrada principal do prédio da Reitoria. "É um fator complicador para a ação", disse o coronel.

 

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