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18/01/2001
-
13h22
O secretário municipal da Educação, Fernando José de Almeida, determinou ontem a criação de uma comissão da secretaria para investigar mau uso do dinheiro público na gestão passada. A decisão deve ser publicada hoje, no "Diário Oficial" do município.
Um dos indícios de mau uso são 12 mil chapas de compensado que estão apodrecendo em galpões da secretaria. "Essas chapas foram compradas em quantidade absolutamente desproporcional, sem o mínimo critério de planejamento. Elas estão armazenadas ao lado de milhares de cadeiras prontas. Por que comprar tantas chapas, se havia cadeiras já prontas?", questiona o secretário.
Almeida cita como outros indícios de falta de planejamento a quantidade de tintas com prazo de validade vencida, além da entrega de telhas de amianto que já haviam sido pagas em 1999.
"Desde que assumimos, não paramos de receber telhas e mais telhas. Ainda não sabemos o número exato, mas soubemos que elas já haviam sido pagas em 1999. Logo, alguém recebeu por um serviço que só está executando agora", afirma o secretário.
Segundo Almeida, não havia necessidade para comprar esses materiais em quantidade tão grande. "Qualquer pessoa sabe que não é preciso estocar esses produtos nessa quantidade absurda. Com um mínimo de planejamento, é possível ir abastecendo aos poucos, de acordo com a demanda", diz.
Com os resultados da investigação, o secretário afirma que pedirá uma auditoria interna ou externa para comprovar o emprego indevido do dinheiro público.
CPI
O vereador Carlos Gianazzi (PT) afirma que está levantando provas para entrar com um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal para apurar irregularidades na gestão da educação nos últimos oito anos.
Segundo o vereador, há indícios de superfaturamento em algumas obras, como é o caso das Emefs (escolas municipais de ensino fundamental) Teodomiro Toledo Piza, no Grajaú, e Heitor de Andrade, em Veleiros, ambas localizadas na zona sul.
"Na Teodomiro Piza, serviço gerais de manutenção custaram R$ 110.587,96. Esse valor é alto demais e precisa ser investigado", diz o parlamentar.
Gianazzi citou o exemplo também de escolas com obras malfeitas ou inacabadas. É o caso da Emef José Amadei, que fica em Jardim Quarto Centenário, também na zona sul paulistana. Lá, vários vidros estão quebrados, banheiros de alunos estão sem descarga funcionando, sem vaso sanitário, mictório ou pia, e os professores, para chegarem a sua sala, têm que usar uma escada de madeira improvisada.
Segundo a Secretaria da Educação, 12 escolas da rede estão nessa situação. "Em algumas delas, se não houver condições de segurança, vamos atrasar o ano letivo em alguns poucos dias, que serão repostos no final do ano", diz o secretário Almeida.
A Folha entrou em contato com o ex-secretário de Comunicação de Celso Pitta Antenor Braido. No início da tarde de anteontem e no início da noite de ontem, a reportagem deixou recados no telefone celular e na casa de Braido, mas o ex-secretário não se manifestou sobre as acusações.
Gastos na educação em São Paulo vão ser investigados
da Folha de S.PauloO secretário municipal da Educação, Fernando José de Almeida, determinou ontem a criação de uma comissão da secretaria para investigar mau uso do dinheiro público na gestão passada. A decisão deve ser publicada hoje, no "Diário Oficial" do município.
Um dos indícios de mau uso são 12 mil chapas de compensado que estão apodrecendo em galpões da secretaria. "Essas chapas foram compradas em quantidade absolutamente desproporcional, sem o mínimo critério de planejamento. Elas estão armazenadas ao lado de milhares de cadeiras prontas. Por que comprar tantas chapas, se havia cadeiras já prontas?", questiona o secretário.
Almeida cita como outros indícios de falta de planejamento a quantidade de tintas com prazo de validade vencida, além da entrega de telhas de amianto que já haviam sido pagas em 1999.
"Desde que assumimos, não paramos de receber telhas e mais telhas. Ainda não sabemos o número exato, mas soubemos que elas já haviam sido pagas em 1999. Logo, alguém recebeu por um serviço que só está executando agora", afirma o secretário.
Segundo Almeida, não havia necessidade para comprar esses materiais em quantidade tão grande. "Qualquer pessoa sabe que não é preciso estocar esses produtos nessa quantidade absurda. Com um mínimo de planejamento, é possível ir abastecendo aos poucos, de acordo com a demanda", diz.
Com os resultados da investigação, o secretário afirma que pedirá uma auditoria interna ou externa para comprovar o emprego indevido do dinheiro público.
CPI
O vereador Carlos Gianazzi (PT) afirma que está levantando provas para entrar com um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal para apurar irregularidades na gestão da educação nos últimos oito anos.
Segundo o vereador, há indícios de superfaturamento em algumas obras, como é o caso das Emefs (escolas municipais de ensino fundamental) Teodomiro Toledo Piza, no Grajaú, e Heitor de Andrade, em Veleiros, ambas localizadas na zona sul.
"Na Teodomiro Piza, serviço gerais de manutenção custaram R$ 110.587,96. Esse valor é alto demais e precisa ser investigado", diz o parlamentar.
Gianazzi citou o exemplo também de escolas com obras malfeitas ou inacabadas. É o caso da Emef José Amadei, que fica em Jardim Quarto Centenário, também na zona sul paulistana. Lá, vários vidros estão quebrados, banheiros de alunos estão sem descarga funcionando, sem vaso sanitário, mictório ou pia, e os professores, para chegarem a sua sala, têm que usar uma escada de madeira improvisada.
Segundo a Secretaria da Educação, 12 escolas da rede estão nessa situação. "Em algumas delas, se não houver condições de segurança, vamos atrasar o ano letivo em alguns poucos dias, que serão repostos no final do ano", diz o secretário Almeida.
A Folha entrou em contato com o ex-secretário de Comunicação de Celso Pitta Antenor Braido. No início da tarde de anteontem e no início da noite de ontem, a reportagem deixou recados no telefone celular e na casa de Braido, mas o ex-secretário não se manifestou sobre as acusações.
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