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16/02/2001 - 16h40

UFRJ programa atividades para trote sem agressão

da Folha Online

A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) anunciou medidas neste início de ano para coibir o trote agressivo e promover atividades culturais entre calouros e veteranos, informou a assessoria de imprensa da instituição.

Entre as tarefas de cidadania estão Limpeza de praias, recuperação de áreas ecológicas e palestras didáticas.

Uma das unidades que aderiu às novas propostas é a Faculdade de Biologia. A "comissão de trote" dos alunos agendou uma série de tarefas, que se estendem até depois do carnaval.

A primeira delas realizada nessa semana foi o projeto "Cada calouro uma semente", que consiste no plantio de sementes de mucuna preta. "O projeto visa ao controle ecológico do capim colonião. Ele é uma praga e, quando seco, pega fogo com facilidade. A mucuna ajuda a evitar sua expansão", explica Cristiano Vilardo, estudante de biologia e um dos organizadores do trote.

O plantio começou justamente na área ao lado do prédio da reitoria, que se incendiou há pouco tempo.

Ontem, os calouros fizeram uma visita guiada ao Jardim Zoológico, atividade que ocorre há sete períodos consecutivos. Lá, eles varrem as jaulas, pintam cercas e ajudam a preparar os alimentos dos animais.

Hoje é o dia de plantio de mudas de mangue ao redor da Ilha da Cidade Universitária.

A tarefa mais dura está agendada para depois do carnaval: a limpeza da Praia de Ipanema. "Só que a limpeza dos animais é feita com escovas de dentes para dar o tom de brincadeira", conta Cristiano.

O calouro de biologia Wilson Júnior participou das primeiras atividades e garante que vai a todas as outras. "O trote educativo não é perverso como os outros. No caso da biologia, ele desperta a conscientização ecológica e confraterniza calouros e veteranos. Há brincadeiras, mas nunca de mau gosto", disse.

Arquitetura

O Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo (Cafau) também aderiu à iniciativa. O Cafau está organizando o recolhimento de alimentos não perecíveis para serem doados, provavelmente aos funcionários da própria universidade.

"As doações ainda estão fracas. Elas devem aquecer depois do carnaval, quando o número de estudantes aumenta na universidade. Muitas pessoas ainda estão de férias", conta Daniel Sousa, integrante do centro acadêmico.

O trote educativo não se limita a doações de alimentos. O Cafau promoveu também uma oficina de estampa de camisas, com a vantagem do aluno pintar e não ser pintado.

Restaurando livros

Outra unidade beneficiada pelo trote cidadão foi a Biblioteca da Universidade do Brasil. Os calouros da Faculdade de Enfermagem foram encarregados de colar os livros do acervo que estão danificados.

Não há expectativa de quantas publicações serão contempladas, mas a organização do trote espera que seja um número elevado. "Também recolheremos alimentos não perecíveis, que ainda não sabemos a quem doar. Estamos planejando outras atividades educativas, mas temos que conversar com os alunos para ver se eles concordam", disse Bárbara Batista, da Comissão de Trote da Faculdade de Enfermagem.
 

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