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07/12/2007 - 10h51

Exame reprova 56% dos formandos de medicina de SP

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FERNANDA CALGARO
da Folha de S.Paulo

Mais da metade dos alunos do sexto ano de medicina que participaram da avaliação feita pelo CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) foi reprovada neste ano.

Com apenas 44% de aprovados entre os 833 que participaram do exame, o desempenho é pior do que o registrado no ano passado, quando 62% dos 688 inscritos passaram. Em 2005, o índice de aprovação foi de 69% entre 998 estudantes.

O exame do conselho é voluntário, não tem caráter punitivo e a reprovação não impede o exercício da medicina.

Para o CRM, os resultados mostram que o ensino de medicina no Estado é deficiente e expõe a população a riscos. "A abertura indiscriminada de cursos não foi acompanhada de qualidade. Faltam corpo docente e infra-estrutura adequados", diz Henrique Carlos Gonçalves, presidente do CRM.

A instituição defende a implantação de um exame de ordem. "O exame deveria ser até mais rigoroso que o da OAB", diz Braulio Luna Filho, conselheiro do CRM e coordenador da prova de qualificação.

"Se um bacharel em direito não for aprovado, ele não irá trabalhar como advogado, mas poderá prestar concurso e atuar. No caso da medicina, deveria ficar fora da área, como nos Estados Unidos", diz.

"Temos que cuidar da qualidade dos médicos que as escolas estão formando", concorda Roberto de Queiroz Padilha, diretor do IEP (Instituto de Ensino e Pesquisa) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Participaram do exame, realizado em duas etapas, em setembro e outubro, 833 de 2.200 alunos de 23 escolas do Estado. As outras oito escolas não fizeram a prova por terem sido abertas há menos de seis anos.

A USP foi a mais bem colocada: 90,8 % dos 76 que fizeram a prova foram aprovados. Na outra ponta está a Universidade de Marília, em que os dez inscritos no exame não passaram.

A primeira etapa, com 120 questões, abordava as áreas de pediatria, ortopedia, ginecologia, obstetrícia, cirurgia geral, clínica médica, saúde pública, saúde mental, bioética e ciências básicas. Para passar à segunda fase, era preciso acertar 60%. Foi nessa etapa que ocorreu a reprovação de 56%. Na segunda prova, todos foram aprovados.

O quadro é mais crítico nas áreas de ginecologia (média de acerto de 49,1%), clínica médica (50%) e pediatria (50,4%). Em uma pergunta sobre diagnóstico e tratamento da asma, houve 13% de acerto. Em pediatria, só 32% acertaram um diagnóstico de pneumonia.

Para Luna Filho, o resultado é preocupante porque, em geral, são as especialidades mais requisitadas nos prontos-socorros, onde a maioria dos recém-formados vai trabalhar.

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