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23/05/2001 - 14h57

Vestibulandos que recebem "ajuda" do Enem na Fuvest são 1,5%

RAFAEL GARCIA
da Folha Online

A adoção da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como critério complementar do vestibular muda pouco ou quase nada o perfil dos alunos que ingressam nos cursos da Fuvest.

A quantidade de estudantes beneficiados pela interferência do Enem no vestibular mais concorrido do país é de apenas 1,5%, segundo mostra um estudo estatístico. O levantamento, ainda em fase de conclusão, está sendo realizado pelo Naeg (Núcleo de Apoio aos Estudos de Graduação), ligado à pró-reitoria de graduação da USP (Universidade de São Paulo).

O Enem, que vale um quinto da nota na primeira fase da Fuvest, não muda a vida de cerca de 96% dos alunos que tentam entrar nos cursos da USP, Unifesp ou Santa Casa. Esses candidatos são aqueles que teriam passado na Fuvest mesmo sem a ajuda do Enem, somados àqueles que não passaram nem passariam pelos critérios antigos, afirma o professor Adilson Simonis, coordenador do Naeg.

Os números do estudo indicam que 1,2% dos candidatos acabou sendo prejudicado pela adoção do Enem. Esses são os alunos que teriam conseguido passar na Fuvest se o exame do MEC não tivesse valor na nota.

Segundo Simonis, porcentualmente, os alunos costumam tirar notas melhores no Enem do que na primeira fase da Fuvest, mas existe uma correspondência entre as duas notas. "Em geral, o aluno que vai bem no Enem, vai bem na Fuvest também. Há uma forte dependência", diz.

Essa relação entre as duas provas faz com que o Enem possibilite um aumento na nota dos candidatos, mas a maioria deles acaba recebendo um acréscimo proporcional à nota que já tinha tirado.

Na prática, o aluno que deixa de fazer o Enem acaba tendo a nota prejudicada, mas aquele que optou por fazer o exame não chega a obter uma vantagem significativa, já que quase todos o fazem. Após a adoção do exame federal como critério de aprovação, a nota de corte (conceito mínimo para passar à segunda fase da Fuvest) subiu.

Todos os cálculos do Naeg foram feitos com base no último vestibular da Fuvest, e excluíram os candidatos que concorreram à Academia de Polícia Militar e os treineiros, estudantes que não completaram o ensino médio e prestam a Fuvest apenas como experiência.

Inclusão social

Segundo Simonis, a maior parte do 1,5% que, no final das contas, acaba sendo beneficiado pelo Enem, é composta por alunos de escolas públicas.

Apesar desse número ainda não ter sido calculado com exatidão, pode-se concluir que o Enem está reduzindo o número de alunos de escolas privadas que entram na USP, em prol dos alunos do ensino público.

O percentual reduzido, entretanto, mostra que a eficiência do Enem como instrumento de inclusão social é pequena.

Mesmo que o vestibular da Fuvest fosse totalmente substituído pelo Enem, a parcela de alunos de escola particular que entram na USP continuaria sendo boa maioria, apesar de cair. Nesse caso, o percentual de alunos de escola pública aumentaria de 22% para 27%.

Saiba mais sobre o Enem
 

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