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10/06/2001
-
20h35
editora de Educação da Folha Online
O provão de medicina cobrou conhecimentos fundamentais e práticos e foi muito objetivo, claro e bem distribuído. Essa é a opinião da professora de clínica geral da USP Maria do Patrocínio Tenório Nunes, que avaliou o exame a pedido da Folha Online. "A prova não perguntou questão de rodapé de livro", afirmou.
A professora fez a análise junto com um aluno seu, formando do curso, que também fez a prova. Ela afirmou que gostou muito do exame, que, segundo ela, abordou as cinco grandes áreas da medicina: cirurgia, pediatria, clínica médica, medicina preventiva e social e ginecologia e obstetrícia.
"O único senão, que nem sou eu que estou criticando, mas o meu aluno, é que a parte de cirurgia abordou muitas questões de trauma", disse. Mas ainda assim, ela acredita que isso é válido. "Queremos formar um médico que tenha habilidade para resolver 90% das questões que forem colocadas para ele. Preciso de um médico que seja capaz de resolver um trauma."
Para Maria do Patrocínio, um dos maiores méritos do exame foi apresentar questões baseadas em casos clínicos. "Ela é real. Não pediu conhecimentos que não são do dia-a-dia. Abrangeu as questões mais atuais da medicina brasileira e foi extremamente prática."
Ela acredita que a prova cobrou o que se espera de um formando, equiparando-se aos exames de residência. "Gostaria de ter essa banca para fazer a prova [de residência]", disse. "O exame fez a medida de como eles [os estudantes] estão e o que deve melhorar."
Evolução
De acordo com a professora de medicina, o provão da área vem crescendo desde a primeira edição. No primeiro exame, que aconteceu em 99, foram privilegiadas as questões de atenção primária, como o trabalho feito nos postos de saúde, por exemplo.
A avaliação recebeu muitas críticas por isso. Já no segundo ano, para compensar, os examinadores cobraram a atenção terciária, com alto nível de complexidade, como os traumas e canceres.
Neste ano, a professora acredita que houve um equilíbrio entre as atenções primária, secundária (doenças mais frequentes) e terciária.
Consequência
Para Maria do Patrocínio, o que falta agora é usar os resultados do provão contra os cursos ruins. "Temos um problema criado e diagnosticado. O provão apontou os problemas. Acho que tem de ter uma postura firme com os resultados."
Questionada sobre o que seria uma postura firme, a professora foi categórica: fechar os cursos ruins e não abrir mais escolas médicas. "É preciso fechar, reciclar, trocar professores, estimular para que eles melhorem. A prova é muito bem feita, mas passa a não ser aceita quando a sociedade não vê fruto."
Ela acredita que, pelo menos, as faculdades com um mau desempenho deveriam ser impedidas de realizar o vestibular até resolver os problemas.
Sensibilidade
A professora acredita que o grande desafio é fazer questões que avaliem atitudes e habilidades. "Será que esse médico que tirou uma nota alta é o médico ideal? Será que ele é ético, afetivo, sensível? É preciso que ele não só detenha o conhecimento, mas tenha um lado humano preservado e desenvolvido? Como avaliar essas atitudes é o desafio", disse.
Saiba mais sobre o provão
Professora de medicina elogia "exame prático" do provão
GIOVANA GIRARDIeditora de Educação da Folha Online
O provão de medicina cobrou conhecimentos fundamentais e práticos e foi muito objetivo, claro e bem distribuído. Essa é a opinião da professora de clínica geral da USP Maria do Patrocínio Tenório Nunes, que avaliou o exame a pedido da Folha Online. "A prova não perguntou questão de rodapé de livro", afirmou.
A professora fez a análise junto com um aluno seu, formando do curso, que também fez a prova. Ela afirmou que gostou muito do exame, que, segundo ela, abordou as cinco grandes áreas da medicina: cirurgia, pediatria, clínica médica, medicina preventiva e social e ginecologia e obstetrícia.
"O único senão, que nem sou eu que estou criticando, mas o meu aluno, é que a parte de cirurgia abordou muitas questões de trauma", disse. Mas ainda assim, ela acredita que isso é válido. "Queremos formar um médico que tenha habilidade para resolver 90% das questões que forem colocadas para ele. Preciso de um médico que seja capaz de resolver um trauma."
Para Maria do Patrocínio, um dos maiores méritos do exame foi apresentar questões baseadas em casos clínicos. "Ela é real. Não pediu conhecimentos que não são do dia-a-dia. Abrangeu as questões mais atuais da medicina brasileira e foi extremamente prática."
Ela acredita que a prova cobrou o que se espera de um formando, equiparando-se aos exames de residência. "Gostaria de ter essa banca para fazer a prova [de residência]", disse. "O exame fez a medida de como eles [os estudantes] estão e o que deve melhorar."
Evolução
De acordo com a professora de medicina, o provão da área vem crescendo desde a primeira edição. No primeiro exame, que aconteceu em 99, foram privilegiadas as questões de atenção primária, como o trabalho feito nos postos de saúde, por exemplo.
A avaliação recebeu muitas críticas por isso. Já no segundo ano, para compensar, os examinadores cobraram a atenção terciária, com alto nível de complexidade, como os traumas e canceres.
Neste ano, a professora acredita que houve um equilíbrio entre as atenções primária, secundária (doenças mais frequentes) e terciária.
Consequência
Para Maria do Patrocínio, o que falta agora é usar os resultados do provão contra os cursos ruins. "Temos um problema criado e diagnosticado. O provão apontou os problemas. Acho que tem de ter uma postura firme com os resultados."
Questionada sobre o que seria uma postura firme, a professora foi categórica: fechar os cursos ruins e não abrir mais escolas médicas. "É preciso fechar, reciclar, trocar professores, estimular para que eles melhorem. A prova é muito bem feita, mas passa a não ser aceita quando a sociedade não vê fruto."
Ela acredita que, pelo menos, as faculdades com um mau desempenho deveriam ser impedidas de realizar o vestibular até resolver os problemas.
Sensibilidade
A professora acredita que o grande desafio é fazer questões que avaliem atitudes e habilidades. "Será que esse médico que tirou uma nota alta é o médico ideal? Será que ele é ético, afetivo, sensível? É preciso que ele não só detenha o conhecimento, mas tenha um lado humano preservado e desenvolvido? Como avaliar essas atitudes é o desafio", disse.
Saiba mais sobre o provão
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