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13/09/2001
-
11h59
especial para a Folha Online
"Suponho que ele disse a verdade" ou "Suponho que ele tenha dito a verdade"? Qual das construções é a correta? Se você apostou na segunda, acertou. É o modo subjuntivo que se deve usar quando não há certeza sobre o fato mencionado.
Assim, é fácil perceber que, ao completar certos verbos e nomes, só o subjuntivo é admissível. Imagino que você tenha entendido. (Mas afirmo que você entendeu.) Desconfio que tenha mentido. (Mas digo que mentiu.) Tenho esperança de que você realize seu sonho. Havendo idéia de incerteza, opte pelo uso do subjuntivo. Não é por outro motivo que é o modo usado após o advérbio de dúvida "talvez".
Também podemos expressar a idéia de indecisão por meio do futuro do pretérito, mas agora nas orações principais _em correlação com o pretérito imperfeito do subjuntivo de uma subordinada condicional. É o caso de: "Eu iria à festa se pudesse".
Não é raro ouvir uma sentença como: "Imaginei que ele iria à festa", em que "iria" está no lugar de "fosse". A presença da forma "iria", no futuro do pretérito, leva-nos a pensar em uma condição subentendida. Por exemplo: "Imaginei que eleiria à festa caso pudesse". Não havendo essa condição, o correto é o emprego do subjuntivo: "Imaginei que ele fosse à festa".
O futuro do presente pode denotar dúvida em certas estruturas: "Estará feliz agora?", "Terá, no máximo, 20 anos", "Terá ele dito a verdade?". O futuro simples do indicativo vale por um advérbio de dúvida, e a frase ganha em força estilística.
Na linguagem cotidiana, que é também expressiva, a forma "será", futuro simples do indicativo, incorpora-se às interrogações, expressando dúvida. É, aliás, o título de uma música de Renato Russo, que diz: "Será só imaginação?/ Será que nada vai acontecer?/ Será que é tudo isso em vão?...".
Numa conhecida canção, Chico Buarque faz um cruzamento dessa construção com a pergunta "O que será?". Quem nunca cantarolou: "O que será que será/ Que andam suspirando pelas alcovas/ Que andam sussurrando em versos e trovas..."? O tema ainda voltará a este espaço.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
RESUMÃO
Atualidades
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História
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RESUMÃO-PORTUGUÊS: A expressão da incerteza
THAÍS NICOLETI DE CAMARGOespecial para a Folha Online
"Suponho que ele disse a verdade" ou "Suponho que ele tenha dito a verdade"? Qual das construções é a correta? Se você apostou na segunda, acertou. É o modo subjuntivo que se deve usar quando não há certeza sobre o fato mencionado.
Assim, é fácil perceber que, ao completar certos verbos e nomes, só o subjuntivo é admissível. Imagino que você tenha entendido. (Mas afirmo que você entendeu.) Desconfio que tenha mentido. (Mas digo que mentiu.) Tenho esperança de que você realize seu sonho. Havendo idéia de incerteza, opte pelo uso do subjuntivo. Não é por outro motivo que é o modo usado após o advérbio de dúvida "talvez".
Também podemos expressar a idéia de indecisão por meio do futuro do pretérito, mas agora nas orações principais _em correlação com o pretérito imperfeito do subjuntivo de uma subordinada condicional. É o caso de: "Eu iria à festa se pudesse".
Não é raro ouvir uma sentença como: "Imaginei que ele iria à festa", em que "iria" está no lugar de "fosse". A presença da forma "iria", no futuro do pretérito, leva-nos a pensar em uma condição subentendida. Por exemplo: "Imaginei que ele
O futuro do presente pode denotar dúvida em certas estruturas: "Estará feliz agora?", "Terá, no máximo, 20 anos", "Terá ele dito a verdade?". O futuro simples do indicativo vale por um advérbio de dúvida, e a frase ganha em força estilística.
Na linguagem cotidiana, que é também expressiva, a forma "será", futuro simples do indicativo, incorpora-se às interrogações, expressando dúvida. É, aliás, o título de uma música de Renato Russo, que diz: "Será só imaginação?/ Será que nada vai acontecer?/ Será que é tudo isso em vão?...".
Numa conhecida canção, Chico Buarque faz um cruzamento dessa construção com a pergunta "O que será?". Quem nunca cantarolou: "O que será que será/ Que andam suspirando pelas alcovas/ Que andam sussurrando em versos e trovas..."? O tema ainda voltará a este espaço.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
RESUMÃO
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