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27/09/2001
-
09h10
FÁBIO PORTO SILVA
da Folha S.Paulo
A carreira de publicidade é associada à criatividade, a comerciais milionários, ao glamour e a muito dinheiro. Em termos, isso não deixa de ser verdade --ainda que para poucos. O mundo encantado da propaganda esconde, porém, muitos outros segredos, que passam longe do olhar desatento da maioria dos candidatos a uma vaga nas boas faculdades do ramo.
A área de criação, de maior status e a mais divulgada na mídia, é só um lado da profissão. Não por acaso é também "a mais competitiva e a que exige mais dedicação pessoal". A opinião é de Ricardo Freire, diretor de criação da Lew, Lara e criador de slogans como "Não é nenhuma Brastemp" e "Folha, não dá pra não ler".
"Há a tendência de achar que a carreira tem que ser exercida dentro da agência e, ainda, na criação. No entanto o campo é enorme fora da área de criação e principalmente fora das agências", afirma Pedro Cappeletti, diretor de criação da DM9DDB.
Uma agência envolve outras áreas como o atendimento, que é o elo entre a agência e o cliente e trata de questões como o orçamento disponível e as pesquisas de mercado. O pessoal de mídia decide quais os melhores veículos de comunicação para cada anúncio e o valor dos espaços. A área de planejamento é responsável pelos custos da produção, lançamento e exibição das campanhas.
Para o aluno interessado em publicidade, o contato com a mídia é fundamental. "Vá ao cinema, assista TV, leia jornal, ande pelas ruas, converse com as pessoas e veja o trabalho dos camelôs", sugere Jairo Carneiro, vice-presidente-executivo da ABP (Associação Brasileira de Propaganda).
A prática é fundamental para a área. "Comece a estagiar o mais rápido possível. Saiba que você vai precisar investir muito em estágios mal remunerados para aprender a profissão", diz Freire.
As empresas juniores têm justamente o papel de iniciar os alunos na vida prática da profissão. Na agência ECA Júnior, os alunos da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo) fazem anúncios para pequenas e médias empresas. O principal trabalho da ECA Júnior é a campanha da Fuvest. "Fazemos a capa do manual e os cartazes de divulgação", diz Bruno Procópio, 19, diretor de criação da empresa e aluno do 2º ano. Todos os participantes são muito jovens e estão no 1º ou 2º ano do curso.
Para a professora de publicidade da ECA, Sandra de Souza, os estudantes estão preocupados em fazer estágio muito cedo. "Hoje eles [os alunos] não se contentam apenas com a empresa júnior. Eles querem ir logo para o mercado. A empresa júnior virou um pré-estágio", diz Sandra. A professora acredita que a ansiedade prejudica a formação dos alunos: "Nessa fase deve-se dar mais atenção ao estudo. Há o tempo natural para o início da carreira".
Para Fabio Fernandes, presidente e diretor de criação da F/Nazca S&S, eleita a agência de publicidade do ano no Festival Internacional de Publicidade de Cannes de 2001 (o maior e mais prestigiado festival da propaganda mundial), o aluno talentoso é aquele que aprende a teoria, mas que também tem senso crítico para saber subverter os paradigmas, quebrar regras e inovar.
Na avaliação do diretor do curso de comunicação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Luiz Fernando Garcia, mais importante do que formar profissionais para o mercado é tentar enxergar como vai ser o mercado no futuro. "Entre as tendências está a comunicação direta, dirigida a grupos cada vez menores", afirma Garcia. O diretor chama a atenção para mercados que estão se formando fora do eixo Rio-São Paulo e para novos nichos como o marketing cultural, esportivo e ecológico.
Fovest - 27.set.2001
PROFISSÕES
3º setor impulsiona carreira do publicitário
Saiba mais sobre a profissão
CAPA
Cursos de curta duração podem ser boa opção
Cursos seqüenciais limitam a área de atuação
Universidades estaduais de SP querem criar seqüencial
MEC regulamentou cursos seqüenciais em 1999
Tire suas dúvidas sobre os cursos seqüenciais
PROGRAMA
Filme capta essência do livro "A Hora da Estrela"
RESUMÃO
Matemática
História
Português
Geografia
Química
Atualidades
Profissões: Mundo do publicitário vai além da criação
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da Folha S.Paulo
A carreira de publicidade é associada à criatividade, a comerciais milionários, ao glamour e a muito dinheiro. Em termos, isso não deixa de ser verdade --ainda que para poucos. O mundo encantado da propaganda esconde, porém, muitos outros segredos, que passam longe do olhar desatento da maioria dos candidatos a uma vaga nas boas faculdades do ramo.
A área de criação, de maior status e a mais divulgada na mídia, é só um lado da profissão. Não por acaso é também "a mais competitiva e a que exige mais dedicação pessoal". A opinião é de Ricardo Freire, diretor de criação da Lew, Lara e criador de slogans como "Não é nenhuma Brastemp" e "Folha, não dá pra não ler".
"Há a tendência de achar que a carreira tem que ser exercida dentro da agência e, ainda, na criação. No entanto o campo é enorme fora da área de criação e principalmente fora das agências", afirma Pedro Cappeletti, diretor de criação da DM9DDB.
Uma agência envolve outras áreas como o atendimento, que é o elo entre a agência e o cliente e trata de questões como o orçamento disponível e as pesquisas de mercado. O pessoal de mídia decide quais os melhores veículos de comunicação para cada anúncio e o valor dos espaços. A área de planejamento é responsável pelos custos da produção, lançamento e exibição das campanhas.
Para o aluno interessado em publicidade, o contato com a mídia é fundamental. "Vá ao cinema, assista TV, leia jornal, ande pelas ruas, converse com as pessoas e veja o trabalho dos camelôs", sugere Jairo Carneiro, vice-presidente-executivo da ABP (Associação Brasileira de Propaganda).
A prática é fundamental para a área. "Comece a estagiar o mais rápido possível. Saiba que você vai precisar investir muito em estágios mal remunerados para aprender a profissão", diz Freire.
As empresas juniores têm justamente o papel de iniciar os alunos na vida prática da profissão. Na agência ECA Júnior, os alunos da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo) fazem anúncios para pequenas e médias empresas. O principal trabalho da ECA Júnior é a campanha da Fuvest. "Fazemos a capa do manual e os cartazes de divulgação", diz Bruno Procópio, 19, diretor de criação da empresa e aluno do 2º ano. Todos os participantes são muito jovens e estão no 1º ou 2º ano do curso.
Para a professora de publicidade da ECA, Sandra de Souza, os estudantes estão preocupados em fazer estágio muito cedo. "Hoje eles [os alunos] não se contentam apenas com a empresa júnior. Eles querem ir logo para o mercado. A empresa júnior virou um pré-estágio", diz Sandra. A professora acredita que a ansiedade prejudica a formação dos alunos: "Nessa fase deve-se dar mais atenção ao estudo. Há o tempo natural para o início da carreira".
Para Fabio Fernandes, presidente e diretor de criação da F/Nazca S&S, eleita a agência de publicidade do ano no Festival Internacional de Publicidade de Cannes de 2001 (o maior e mais prestigiado festival da propaganda mundial), o aluno talentoso é aquele que aprende a teoria, mas que também tem senso crítico para saber subverter os paradigmas, quebrar regras e inovar.
Na avaliação do diretor do curso de comunicação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Luiz Fernando Garcia, mais importante do que formar profissionais para o mercado é tentar enxergar como vai ser o mercado no futuro. "Entre as tendências está a comunicação direta, dirigida a grupos cada vez menores", afirma Garcia. O diretor chama a atenção para mercados que estão se formando fora do eixo Rio-São Paulo e para novos nichos como o marketing cultural, esportivo e ecológico.
Fovest - 27.set.2001
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PROGRAMA
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