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03/10/2001
-
20h18
da Folha de S.Paulo, no Rio
Os poderes da UFRJ, maior universidade federal do país, entraram em confronto na decisão sobre o adiamento do vestibular da instituição, que começa no dia 28 deste mês.
Hoje, depois que o Conselho de Ensino e Graduação da UFRJ decidiu adiar o vestibular, por causa da greve dos servidores e professores da rede federal, o reitor da universidade, José Henrique Vilhena, deu entrevista para afirmar que o exame será realizado, mesmo que a greve continue.
Segundo Vilhena, o conselho não tem poder para alterar a data do vestibular depois da publicação do edital do concurso. "A decisão de suspender o exame é um ato político que visa manobrar a opinião pública. É mais um factóide para manter a greve na mídia, sem pensar nas consequências e na apreensão que isso pode causar aos 60 mil candidatos e seus familiares", disse o reitor.
O Conselho de Ensino e Graduação, composto por estudantes e professores, é a segunda instância mais poderosa da UFRJ. A primeira é o Conselho Universitário.
A relação do atual reitor com a comunidade acadêmica sempre foi tensa. Vilhena não foi o candidato mais votado nas eleições gerais da universidade e no conselho universitário, mas foi o escolhido pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, para o cargo.
A Folha tentou entrar em contato com diretores da ADUFRJ (Associação de Docentes da UFRJ), mas não foi possível localizá-los. Segundo a assessoria da associação, o adiamento do vestibular foi uma proposta para garantir o direito de estudantes de ensino médio da rede federal e estadual, que estão sem aulas por causa da greve dos servidores federais e estaduais de educação no Estado.
Hoje, em assembléia no hospital universitário da UFRJ, os servidores decidiram paralisar as atividades, mantendo apenas as cirurgias de emergência. Eles protestam pelo fato de o governo não ter depositado os salários dos funcionários, que não haviam aderido à greve dos servidores.
Em Brasília, o MEC disse que o pagamento dos servidores dos hospitais está garantido.
Minas
Ontem a Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), em Minas Gerais, decidiu oficialmente adiar o próximo vestibular da entidade por 22 dias em decorrência da greve de funcionários e professores das instituições federais de ensino superior.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Ufop decidiu transferir de 4 e 5 de janeiro para 26 e 27 do mesmo mês a data das provas de seleção aos 23 cursos de graduação da universidade.
O início das inscrições ao vestibular também foi adiado do dia 22 deste mês para o dia 29. Segundo a pró-reitoria de graduação da Ufop, o adiamento se deve à impossibilidade, devido à greve, de cumprimento do semestre letivo nos prazos previstos.
A quase totalidade dos 452 professores da universidade está em greve há 43 dias e tem a mesma pauta nacional de reivindicações do movimento, ou seja, incorporação de gratificações ao salário, aumento salarial de 75,48%, preenchimento de vagas e aumento de verbas para as instituições, entre outras exigências.
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também deve adiar as provas. A instituição já admitiu, na semana passada, não ter condições de manter o vestibular na data marcada, 8 e 9 de dezembro, caso a greve continue.
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Greve causa discussão na UFRJ sobre data do vestibular
ANTÔNIO GOISda Folha de S.Paulo, no Rio
Os poderes da UFRJ, maior universidade federal do país, entraram em confronto na decisão sobre o adiamento do vestibular da instituição, que começa no dia 28 deste mês.
Hoje, depois que o Conselho de Ensino e Graduação da UFRJ decidiu adiar o vestibular, por causa da greve dos servidores e professores da rede federal, o reitor da universidade, José Henrique Vilhena, deu entrevista para afirmar que o exame será realizado, mesmo que a greve continue.
Segundo Vilhena, o conselho não tem poder para alterar a data do vestibular depois da publicação do edital do concurso. "A decisão de suspender o exame é um ato político que visa manobrar a opinião pública. É mais um factóide para manter a greve na mídia, sem pensar nas consequências e na apreensão que isso pode causar aos 60 mil candidatos e seus familiares", disse o reitor.
O Conselho de Ensino e Graduação, composto por estudantes e professores, é a segunda instância mais poderosa da UFRJ. A primeira é o Conselho Universitário.
A relação do atual reitor com a comunidade acadêmica sempre foi tensa. Vilhena não foi o candidato mais votado nas eleições gerais da universidade e no conselho universitário, mas foi o escolhido pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, para o cargo.
A Folha tentou entrar em contato com diretores da ADUFRJ (Associação de Docentes da UFRJ), mas não foi possível localizá-los. Segundo a assessoria da associação, o adiamento do vestibular foi uma proposta para garantir o direito de estudantes de ensino médio da rede federal e estadual, que estão sem aulas por causa da greve dos servidores federais e estaduais de educação no Estado.
Hoje, em assembléia no hospital universitário da UFRJ, os servidores decidiram paralisar as atividades, mantendo apenas as cirurgias de emergência. Eles protestam pelo fato de o governo não ter depositado os salários dos funcionários, que não haviam aderido à greve dos servidores.
Em Brasília, o MEC disse que o pagamento dos servidores dos hospitais está garantido.
Minas
Ontem a Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), em Minas Gerais, decidiu oficialmente adiar o próximo vestibular da entidade por 22 dias em decorrência da greve de funcionários e professores das instituições federais de ensino superior.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Ufop decidiu transferir de 4 e 5 de janeiro para 26 e 27 do mesmo mês a data das provas de seleção aos 23 cursos de graduação da universidade.
O início das inscrições ao vestibular também foi adiado do dia 22 deste mês para o dia 29. Segundo a pró-reitoria de graduação da Ufop, o adiamento se deve à impossibilidade, devido à greve, de cumprimento do semestre letivo nos prazos previstos.
A quase totalidade dos 452 professores da universidade está em greve há 43 dias e tem a mesma pauta nacional de reivindicações do movimento, ou seja, incorporação de gratificações ao salário, aumento salarial de 75,48%, preenchimento de vagas e aumento de verbas para as instituições, entre outras exigências.
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também deve adiar as provas. A instituição já admitiu, na semana passada, não ter condições de manter o vestibular na data marcada, 8 e 9 de dezembro, caso a greve continue.
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