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04/10/2001
-
10h00
da Folha de S.Paulo
O profissional recém-formado em odontologia tem de se destacar para conseguir um lugar no concorrido mercado de trabalho.
No Estado de São Paulo, há 1 dentista para cada grupo de 665 habitantes -mais que o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde)- e 46 faculdades de odontologia (de medicina existem 23), que formaram, apenas no ano passado, 2.638 profissionais.
A concorrência tem-se tornado cada vez maior nos últimos tempos, pois a população faz menos tratamentos dentários que no passado devido a problemas financeiros. Para vencer a competição pelos clientes que podem pagar o preço de um tratamento odontológico, é necessário atualizar-se constantemente e, se possível, fazer uma especialização. "Se não se especializar nem se atualizar, a pessoa vira apenas mais um dentista entre os muitos que existem", afirmou Salete Corrêa, professora da USP (Universidade de São Paulo).
Além de haver muitos dentistas, os profissionais estão concentrados nos grandes centros urbanos. Por isso muitos decidem migrar para cidades pequenas que sejam carentes desses profissionais. "Há muitos dentistas, mas o Brasil tem dimensões continentais", disse Nicolau Tortamano, diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Unip (Universidade Paulista).
Custos
Como as faculdades de odontologia colocam no mercado muitos profissionais todos os anos, o início da carreira não é fácil. Para abrir um consultório, gasta-se, só com equipamentos, aproximadamente o preço de um carro novo e geralmente a clientela é pequena. "Chega a ser angustiante a vida do recém-formado", afirma Márcia Wanderley, professora de odontopediatria da USP.
Sem dinheiro e sem clientes, muitos formandos têm como única saída trabalhar em clínicas populares, que oferecem tratamentos odontológicos por preços mais baixos, conseguidos, muitas vezes, por meio da redução da qualidade do atendimento. "Tenho amigos que dizem ter desaprendido nas clínicas populares tudo o que captaram no tempo de faculdade", disse Waldnei Soares, dentista formado em 1993.
A solução que Soares encontrou para a falta de mercado foi um concurso público. Segundo ele, foi o salário fixo que o ajudou a montar seu consultório. "A dor de cabeça também é menor quando se trabalha para o Estado. Tudo o que acontece em um consultório é de sua responsabilidade."
As clínicas particulares que contratam recém-formados pagam geralmente entre 30% e 50% do preço total das consultas, mas a competição pelas vagas é grande.
"Realmente a odontologia não é fácil. Ela exige muito da pessoa, mas nunca a trocaria por outra", disse Rafael Chaise, professor da Unib (Universidade Ibirapuera).
Fovest - 04.out.2001
Prepare-se para a prova de aptidão
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PROFISSÕES
Competição dificulta início de carreira do dentista
Material encarece até curso público
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PROGRAMA
Última semana para assistir "Os Lusíadas"
RESUMÃO
História
Português
Física
Atualidades
Química
Profissões: Competição dificulta início de carreira do dentista
ANDRÉ NICOLETTIda Folha de S.Paulo
O profissional recém-formado em odontologia tem de se destacar para conseguir um lugar no concorrido mercado de trabalho.
No Estado de São Paulo, há 1 dentista para cada grupo de 665 habitantes -mais que o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde)- e 46 faculdades de odontologia (de medicina existem 23), que formaram, apenas no ano passado, 2.638 profissionais.
A concorrência tem-se tornado cada vez maior nos últimos tempos, pois a população faz menos tratamentos dentários que no passado devido a problemas financeiros. Para vencer a competição pelos clientes que podem pagar o preço de um tratamento odontológico, é necessário atualizar-se constantemente e, se possível, fazer uma especialização. "Se não se especializar nem se atualizar, a pessoa vira apenas mais um dentista entre os muitos que existem", afirmou Salete Corrêa, professora da USP (Universidade de São Paulo).
Além de haver muitos dentistas, os profissionais estão concentrados nos grandes centros urbanos. Por isso muitos decidem migrar para cidades pequenas que sejam carentes desses profissionais. "Há muitos dentistas, mas o Brasil tem dimensões continentais", disse Nicolau Tortamano, diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Unip (Universidade Paulista).
Custos
Como as faculdades de odontologia colocam no mercado muitos profissionais todos os anos, o início da carreira não é fácil. Para abrir um consultório, gasta-se, só com equipamentos, aproximadamente o preço de um carro novo e geralmente a clientela é pequena. "Chega a ser angustiante a vida do recém-formado", afirma Márcia Wanderley, professora de odontopediatria da USP.
Sem dinheiro e sem clientes, muitos formandos têm como única saída trabalhar em clínicas populares, que oferecem tratamentos odontológicos por preços mais baixos, conseguidos, muitas vezes, por meio da redução da qualidade do atendimento. "Tenho amigos que dizem ter desaprendido nas clínicas populares tudo o que captaram no tempo de faculdade", disse Waldnei Soares, dentista formado em 1993.
A solução que Soares encontrou para a falta de mercado foi um concurso público. Segundo ele, foi o salário fixo que o ajudou a montar seu consultório. "A dor de cabeça também é menor quando se trabalha para o Estado. Tudo o que acontece em um consultório é de sua responsabilidade."
As clínicas particulares que contratam recém-formados pagam geralmente entre 30% e 50% do preço total das consultas, mas a competição pelas vagas é grande.
"Realmente a odontologia não é fácil. Ela exige muito da pessoa, mas nunca a trocaria por outra", disse Rafael Chaise, professor da Unib (Universidade Ibirapuera).
Fovest - 04.out.2001
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