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15/10/2001 - 21h02

Paulo Renato volta a ser insultado por estudantes

LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Menos de uma semana depois de ser vaiado e xingado em um seminário no Rio de Janeiro, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) foi novamente insultado hoje por estudantes em ato público em Brasília.

Dessa vez, as hostilidades também foram dirigidas à primeira-dama, Ruth Cardoso. Os protestos atrapalharam a abertura do Congresso Brasileiro de Qualidade na Educação.

No final da tarde, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse, por meio do porta-voz, George Lamazière, que não tinha conhecimento do incidente.

Paulo Renato deixou o evento pela garagem. O ministro disse depois que a greve dos servidores e professores das universidades e escolas técnicas federais já compromete as férias dos alunos e admitiu a possibilidade de o segundo semestre letivo começar apenas em dezembro.

"As férias estão comprometidas, mas o semestre não está", afirmou Paulo Renato.

Segundo ele, o Ministério da Educação já estuda medidas judiciais contra os reitores das universidades que não façam a devida reposição de aulas e que não realizem o vestibular.

O protesto

Os cerca de cem manifestantes entraram no pavilhão do seminário em pequenos grupos separados e disseram não ter enfrentado dificuldades para levar as faixas que foram abertas quando o ministro começou seu discurso.

Após as primeiras palavras de ordem, a secretária do ensino fundamental, Iara Prado, pegou o microfone do ministro e tentou acalmar os ânimos. "Não vamos confundir duas lutas diferentes", gritou a secretária.

Em seguida, o ministro da Educação discursou por cerca de cinco minutos sobre melhorias no ensino fundamental, intercalado pelos gritos dos manifestantes: "Paulo Renato, fascista, você também já foi bolsista".

Constrangida, Ruth Cardoso fez um curto discurso ao lado de Paulo Renato e também foi vaiada. Dessa vez, os estudantes gritaram: "Educação não se discute, privatize a dona Ruth".

Enterro simbólico

Quando Iara Prado retomou a palavra, deu cinco minutos para os manifestantes _a maioria alunos da UnB (Universidade de Brasília)_ se retirarem. Eles se recusaram a sair.

Após a retirada das autoridades, os estudantes fizeram um enterro simbólico de um professor sem salário e queimaram máscaras do Paulo Renato e do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Quatro carros da Polícia Militar chegaram quando o ministro já havia saído. Estavam presentes também policiais federais e seguranças presidenciais.

Negociação

Os professores estão em greve desde agosto, e os servidores, desde julho. O sindicato dos servidores, a Fasubra, está em negociação com o ministério e já obteve o aval do governo para a incorporação total da gratificação ao salário.

Os professores só aceitam negociar com a liberação dos salários, retidos desde o início do mês. "Nossa meta é não dar trégua ao ministro", disse Bento Ferreira, 27, estudante de economia da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Alguns professores do ensino fundamental que participavam do evento aplaudiram os manifestantes. As duas categorias reivindicam 75,48% de reajuste e a incorporação da gratificação dos salários.

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