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16/10/2001
-
18h48
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, maior universidade pública do país, teve hoje um dia de confronto com a tentativa da reitoria de fazer o pagamento dos funcionários dos hospitais universitários.
Cerca de 300 professores, funcionários e estudantes em greve fizeram piquete na porta do NCE (Núcleo de Computação Eletrônica) para impedir que fosse rodada uma folha de pagamento só para os funcionários dos hospitais. Mesmo assim, a reitoria anunciou, no início da noite, que haviam sido pagos os salários de 2.930 funcionários.
No início do mês, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) suspendeu o pagamento dos grevistas e também dos funcionários dos hospitais universitários, que não haviam aderido à greve.
Diante do protesto dos hospitais, foi liberada então uma verba específica para que as universidades providenciassem o pagamento dos funcionários que continuaram trabalhando.
Hoje, os grevistas impediram a entrada no NCE da técnica que havia começado a elaborar a folha com os nomes de 5.000 pessoas que receberiam seus salários. O trabalho foi iniciado ontem, por ordem da reitoria.
Houve tumulto, porque alguns funcionários do NCE insistiam em entrar. Foi liberado o acesso de pessoas que estavam fazendo cursos no local e de funcionários não envolvidos com a elaboração da folha de pagamento.
A principal dificuldade era que, por motivo de segurança, o computador com as informações só podia ser acessado do NCE, cujas portas foram fechadas pelos grevistas.
Depois, cerca de 50 grevistas invadiram a reitoria e entraram no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, lugares em que os técnicos tentavam esquemas alternativos para rodar a folha fora do NCE.
"Tanto os funcionários do NCE como os dos hospitais aderiram à greve e votaram contra a realização de uma folha em separado. Ou paga o salário de todos ou de ninguém", afirmou Neuza Luzia Pinto, coordenadora do Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ).
O diretor do hospital universitário, Amâncio Carvalho, fez um apelo aos grevistas e disse que a ação sindical estava impedindo o pagamento dos funcionários dos hospitais. "É um caso de irracionalidade, que ameaça a situação dos doentes. Temos 170 pacientes graves", afirmou.
Em conseqüência, foi demitida do cargo a sub-reitora de pessoal da UFRJ, Maria Augusta Tempone, que, segundo funcionários, teria se recusado a fazer a folha em separado para servidores dos hospitais.
A sub-reitora foi procurada pela Folha e não foi encontrada. A reitoria informou que a demissão não teve relação com a greve, mas sim com divergências sobre a política de recursos humanos.
Professores da UFRJ fizeram hoje assembléia e votaram pela continuidade da greve. O Ministério Público Federal entrou com duas ações civis públicas contra a União pedindo que seja feito o pagamento dos funcionários dos hospitais da UFRJ, no Rio, e da UFF, em Niterói.
Leia mais notícias da greve no ensino
Grevistas tentam impedir pagamento de salários na UFRJ
FERNANDA DA ESCÓSSIAda Folha de S.Paulo, no Rio
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, maior universidade pública do país, teve hoje um dia de confronto com a tentativa da reitoria de fazer o pagamento dos funcionários dos hospitais universitários.
Cerca de 300 professores, funcionários e estudantes em greve fizeram piquete na porta do NCE (Núcleo de Computação Eletrônica) para impedir que fosse rodada uma folha de pagamento só para os funcionários dos hospitais. Mesmo assim, a reitoria anunciou, no início da noite, que haviam sido pagos os salários de 2.930 funcionários.
No início do mês, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) suspendeu o pagamento dos grevistas e também dos funcionários dos hospitais universitários, que não haviam aderido à greve.
Diante do protesto dos hospitais, foi liberada então uma verba específica para que as universidades providenciassem o pagamento dos funcionários que continuaram trabalhando.
Hoje, os grevistas impediram a entrada no NCE da técnica que havia começado a elaborar a folha com os nomes de 5.000 pessoas que receberiam seus salários. O trabalho foi iniciado ontem, por ordem da reitoria.
Houve tumulto, porque alguns funcionários do NCE insistiam em entrar. Foi liberado o acesso de pessoas que estavam fazendo cursos no local e de funcionários não envolvidos com a elaboração da folha de pagamento.
A principal dificuldade era que, por motivo de segurança, o computador com as informações só podia ser acessado do NCE, cujas portas foram fechadas pelos grevistas.
Depois, cerca de 50 grevistas invadiram a reitoria e entraram no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, lugares em que os técnicos tentavam esquemas alternativos para rodar a folha fora do NCE.
"Tanto os funcionários do NCE como os dos hospitais aderiram à greve e votaram contra a realização de uma folha em separado. Ou paga o salário de todos ou de ninguém", afirmou Neuza Luzia Pinto, coordenadora do Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ).
O diretor do hospital universitário, Amâncio Carvalho, fez um apelo aos grevistas e disse que a ação sindical estava impedindo o pagamento dos funcionários dos hospitais. "É um caso de irracionalidade, que ameaça a situação dos doentes. Temos 170 pacientes graves", afirmou.
Em conseqüência, foi demitida do cargo a sub-reitora de pessoal da UFRJ, Maria Augusta Tempone, que, segundo funcionários, teria se recusado a fazer a folha em separado para servidores dos hospitais.
A sub-reitora foi procurada pela Folha e não foi encontrada. A reitoria informou que a demissão não teve relação com a greve, mas sim com divergências sobre a política de recursos humanos.
Professores da UFRJ fizeram hoje assembléia e votaram pela continuidade da greve. O Ministério Público Federal entrou com duas ações civis públicas contra a União pedindo que seja feito o pagamento dos funcionários dos hospitais da UFRJ, no Rio, e da UFF, em Niterói.
Leia mais notícias da greve no ensino
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