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17/10/2001
-
06h49
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Estudantes de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que estão no último período escolar anunciaram que podem recorrer à Justiça, caso a greve de professores e servidores das universidades federais impeça que o curso seja concluído ainda neste ano.
Segundo lideranças dos cerca de 160 alunos, se a formatura ocorrer apenas no ano que vem, eles entrarão no mercado de trabalho com grande defasagem em relação aos formandos de universidades particulares e ainda poderão perder a chance de realizar em 2002 as residências médicas _especializações que começam no início do ano e que exigem, entre outras coisas, comprovante de conclusão do curso até 31/12.
Os estudantes vêm realizando reuniões desde o início da greve _a dos servidores, iniciada em julho, e a dos professores, em agosto_ e já chegaram a consultar informalmente alguns advogados sobre a possível ação.
Segundo eles, as disciplinas optativas (teóricas) estão totalmente paradas e as disciplinas de internato (práticas) funcionam de forma precária, pois o Hospital das Clínicas _um dos locais onde os alunos participam de aulas_ está mantendo apenas 30% de seu setor de internações programadas.
Casos
De acordo com Cristiano Guedes Duque, 23, que cursa o último período de medicina, a greve prejudica os candidatos à residência não só devido à indefinição sobre a formatura, mas também porque eles não podem recorrer, para estudar, à biblioteca da UFMG, que está fechada devido à greve.
Duque disse que vai concorrer a uma das vagas para residência médica na Fundação Hospitalar do Estado e no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado, que têm provas no final do mês.
"Muita gente que não quer fazer residência vai tentar programas como o Saúde da Família. Só que a maioria dos que estão se formando em outras universidades vai entrar em contato com as prefeituras em novembro e dezembro, enquanto a gente ainda está nesta indefinição."
Segundo Duque, o governo é o culpado pela greve, porque estaria sendo intransigente nas negociações. "Professores e funcionários estão sem reajuste há muito tempo", argumenta.
Seu colega de classe Isaac Azevedo Silva, 25, também diz que vai tentar a residência médica e afirma que vai encabeçar a ação judicial caso a universidade não garanta a conclusão do curso ainda neste ano.
Segundo ele, se o internato feito pelos alunos em hospitais da cidade _que continua funcionando de forma precária_ também for suspenso devido à greve, a Justiça se torna o único caminho. "Aí, não tem mais jeito", diz.
Silva também apóia os professores e funcionários, pois, em sua avaliação, a greve é resultado dos baixos salários.
O coordenador-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFMG, Cristiano Scarpelli, 21, que cursa o último período de história, diz que a greve é legítima _ele participa dela_, mas reconhece que a paralisação pode trazer prejuízos aos alunos.
Ele próprio participa de um concurso para professor da rede estadual e diz estar preocupado com a data em que conseguirá obter a conclusão do curso.
Em 99, mais de 52 mil estudantes se formaram nas federais de todo o país, segundo os últimos dados do Ministério da Educação.
Leia mais notícias da greve no ensino
Formandos das universidades federais poderão recorrer à Justiça
RANIER BRAGONda Agência Folha, em Belo Horizonte
Estudantes de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que estão no último período escolar anunciaram que podem recorrer à Justiça, caso a greve de professores e servidores das universidades federais impeça que o curso seja concluído ainda neste ano.
Segundo lideranças dos cerca de 160 alunos, se a formatura ocorrer apenas no ano que vem, eles entrarão no mercado de trabalho com grande defasagem em relação aos formandos de universidades particulares e ainda poderão perder a chance de realizar em 2002 as residências médicas _especializações que começam no início do ano e que exigem, entre outras coisas, comprovante de conclusão do curso até 31/12.
Os estudantes vêm realizando reuniões desde o início da greve _a dos servidores, iniciada em julho, e a dos professores, em agosto_ e já chegaram a consultar informalmente alguns advogados sobre a possível ação.
Segundo eles, as disciplinas optativas (teóricas) estão totalmente paradas e as disciplinas de internato (práticas) funcionam de forma precária, pois o Hospital das Clínicas _um dos locais onde os alunos participam de aulas_ está mantendo apenas 30% de seu setor de internações programadas.
Casos
De acordo com Cristiano Guedes Duque, 23, que cursa o último período de medicina, a greve prejudica os candidatos à residência não só devido à indefinição sobre a formatura, mas também porque eles não podem recorrer, para estudar, à biblioteca da UFMG, que está fechada devido à greve.
Duque disse que vai concorrer a uma das vagas para residência médica na Fundação Hospitalar do Estado e no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado, que têm provas no final do mês.
"Muita gente que não quer fazer residência vai tentar programas como o Saúde da Família. Só que a maioria dos que estão se formando em outras universidades vai entrar em contato com as prefeituras em novembro e dezembro, enquanto a gente ainda está nesta indefinição."
Segundo Duque, o governo é o culpado pela greve, porque estaria sendo intransigente nas negociações. "Professores e funcionários estão sem reajuste há muito tempo", argumenta.
Seu colega de classe Isaac Azevedo Silva, 25, também diz que vai tentar a residência médica e afirma que vai encabeçar a ação judicial caso a universidade não garanta a conclusão do curso ainda neste ano.
Segundo ele, se o internato feito pelos alunos em hospitais da cidade _que continua funcionando de forma precária_ também for suspenso devido à greve, a Justiça se torna o único caminho. "Aí, não tem mais jeito", diz.
Silva também apóia os professores e funcionários, pois, em sua avaliação, a greve é resultado dos baixos salários.
O coordenador-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFMG, Cristiano Scarpelli, 21, que cursa o último período de história, diz que a greve é legítima _ele participa dela_, mas reconhece que a paralisação pode trazer prejuízos aos alunos.
Ele próprio participa de um concurso para professor da rede estadual e diz estar preocupado com a data em que conseguirá obter a conclusão do curso.
Em 99, mais de 52 mil estudantes se formaram nas federais de todo o país, segundo os últimos dados do Ministério da Educação.
Leia mais notícias da greve no ensino
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