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25% dos professores da rede particular de MG já presenciaram agressões de alunos
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BRENO COSTA
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Um em cada quatro professores de escolas e faculdades particulares de Minas Gerais já presenciou agressões de alunos a outros professores no ambiente escolar. E três em cinco (62%) já testemunharam ataques verbais.
Os dados fazem parte de pesquisa recém-concluída pelo Sinpro (Sindicato dos Professores de Minas), em parceria com a PUC de Minas. Foram ouvidos 686 educadores da rede privada do Estado, do ensino infantil ao superior. O levantamento aponta também que 20% testemunharam tráfico de drogas entre alunos no ambiente escolar.
Os pesquisadores não questionaram se os próprios professores foram alvo de violência. O objetivo do levantamento, segundo o sindicato, foi analisar a percepção da violência na relação com os alunos.
Um outro levantamento, porém, realizado pelo sindicato em 2007, indicou que 41% dos professores já sofreram algum tipo de agressão por alunos, seja verbal ou física. Na terça-feira, um estudante de veterinária de uma faculdade privada de Juiz de Fora (276 km de Belo Horizonte) deu um soco no rosto do professor ao ser flagrado colando em uma prova.
O presidente do Sinpro, Gilson Reis, diz que a pesquisa serviu para desmitificar a teoria de que a violência se restringe ao ensino público, entre alunos de baixa renda.
De acordo com Reis, a violência nas escolas privadas não vem a público por estratégias da direção das instituições. A pesquisa aponta que 65% dos professores pensam como Reis. Ele diz que as escolas buscam resolver os casos internamente, obedecendo a uma "relação mercantil, de manter o aluno dentro daquela escola".
"Se a escola nega discutir até a sua própria violência, como ela pode ajudar a discutir as outras violências que a sociedade é vítima permanentemente?".
Representante de mais de 700 instituições de ensino, o Sinep (Sindicato das Escolas Particulares de MG) nega que oculte situações de violência. "Quando há casos de violência, tratamos internamente, mas isso não é abafar. É questão de segurança da escola, do aluno, dos professores e respeito às pessoas", diz a vice-presidente do Sinep, Zuleica Reis.
Ela afirma que os dados da pesquisa não "condizem com a realidade que a gente vivencia nas escolas". Zuleica diz que, em 28 anos de escola, nunca presenciou "fato que pudesse fazer parte de estatística".
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