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28/10/2001
-
11h45
da Folha Online
O vestibular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi suspenso no CAP (Colégio de Aplicação da universidade) depois que 20 manifestantes rasgaram os cartões de resposta. Os estudantes tentavam anular o exame em razão da greve dos funcionários das universidades federais. Com isso 14.520 candidatos terão suas provas canceladas, de acordo com a comissão do vestibular.
Isso porque no CAP, os 570 candidatos que deveriam fazer a prova no local pertenciam aos grupos de carreiras 2 e 4. Como o exame foi cancelado no local, todos os 14.520 candidatos dessas áreas, mesmo os que fizeram a prova em outros locais, foram prejudicados. Eles representam 25% do total de inscritos: 56.037.
O grupo 2 é formado pelos candidatos dos cursos de astronomia, engenharia, física, geologia, matemática, informática, meteorologia e química. No grupo 4 os cursos são administração, ciências contábeis, ciências econômicas e geografia.
A ata sobre o cancelamento da prova diz que todos os alunos, inclusive os que faltaram e chegaram atrasados, poderão fazer a nova prova, ainda sem data marcada.
No CAP os alunos deixaram o local de prova depois de terem ficado por mais de duas horas nas salas de aula sem poder fazer o exame.
Logo que os vestibulandos entraram para fazer o concurso, cerca de 20 manifestantes passaram pelas salas e rasgaram os cartões de resposta. Quatro foram detidos. Houve quebra-quebra, confusão, e a comissão de vestibular decidiu cancelar a prova.
Os alunos do CAP, assim como do D. Pedro 2º, que são colégios federais, eram contra a aplicação da prova hoje porque se sentem prejudicados para fazer o concurso em razão da greve dos professores, que dura mais de dois meses. Sem aulas, eles reclamam de estar em desigualdade de condições.
Manifestações
A universidade conseguiu realizar o vestibular nos demais locais de prova, mas isso só ocorreu depois de muito protesto e disputa judicial. A prova começou oficialmente às 9h15.
As manifestações contra a aplicação do exame começaram cedo. Desde às 7h cerca de 200 manifestantes, entre estudantes, professores e funcionários da universidade, fizeram uma série de protestos no campus da Ilha do Fundão tentando impedir que o concurso fosse realizado. O Batalhão de Choque foi chamado.
Eles entraram em confronto com a Polícia Militar, que usou cassetetes para conter o protesto. Os manifestantes jogaram pedras e foram reprimidos com bombas de efeito moral. Apesar da confusão, a universidade não pensou em nenhum momento em cancelar o exame.
Os manifestantes tentavam impedir que os candidatos entrassem no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, onde 981 alunos iriam fazer a prova.
A estudante Fernanda Luíza da Silva, que já estava dentro da sala de aula, após receber a prova, saiu correndo com ela na mão, mas foi interceptada pela polícia antes de deixar um prédio da universidade. Se ela tivesse conseguido sair com a prova, isso poderia causar a anulação do exame.
Fernanda, que é aluna de uma Cefet (colégio técnico federal), tomou essa atitude porque se sentia prejudicada em fazer o exame hoje, já que não tem aulas há cerca de dois meses em razão da greve dos funcionários das federais.
Após o início da prova, um novo confronto ocorreu no campus da Ilha do Fundão, quando vários manifestantes tentaram invadir o Centro Tecnológico para resgatar dois colegas que estavam presos.
Os dois estavam no telhado do prédio soltando fogos de artifício para comemorar o protesto quando foram presos. Com isso os demais manifestantes invadiram o edifício e houve confronto com a PM.
Por conta de toda essa confusão, muitos estudantes, nervosos e chorando, acabaram desistindo de prestar o vestibular.
O funcionário da UFRJ Gessé Mendes de Moura, 42, que estava entre os manifestantes, foi ferido está com suspeita de traumatismo craniano.
Batalha judicial
Até as 23h de ontem a aplicação da prova era incerta. Durante a tarde, a Justiça concedeu duas liminares que adiavam o vestibular. Somente no fim do dia a UFRJ conseguiu derrubar as liminares garantindo o exame.
Na terça-feira (23) a Justiça já havia concedido um outra liminar, solicitada pelo Ministério Público, mas que foi cassada na sexta-feira. A promotoria alegava falta de segurança para a realização dos exames.
No Rio, a UFF e a UniRio adiaram seus vestibulares por conta da greve das federais, mas a UFRJ, apesar da solicitação do Conselho Universitário, decidiu manter o calendário inicial.
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UFRJ suspende prova em colégio e 14 mil terão exame anulado
ANA PAULA GRABOISda Folha Online
O vestibular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi suspenso no CAP (Colégio de Aplicação da universidade) depois que 20 manifestantes rasgaram os cartões de resposta. Os estudantes tentavam anular o exame em razão da greve dos funcionários das universidades federais. Com isso 14.520 candidatos terão suas provas canceladas, de acordo com a comissão do vestibular.
Isso porque no CAP, os 570 candidatos que deveriam fazer a prova no local pertenciam aos grupos de carreiras 2 e 4. Como o exame foi cancelado no local, todos os 14.520 candidatos dessas áreas, mesmo os que fizeram a prova em outros locais, foram prejudicados. Eles representam 25% do total de inscritos: 56.037.
O grupo 2 é formado pelos candidatos dos cursos de astronomia, engenharia, física, geologia, matemática, informática, meteorologia e química. No grupo 4 os cursos são administração, ciências contábeis, ciências econômicas e geografia.
A ata sobre o cancelamento da prova diz que todos os alunos, inclusive os que faltaram e chegaram atrasados, poderão fazer a nova prova, ainda sem data marcada.
No CAP os alunos deixaram o local de prova depois de terem ficado por mais de duas horas nas salas de aula sem poder fazer o exame.
Logo que os vestibulandos entraram para fazer o concurso, cerca de 20 manifestantes passaram pelas salas e rasgaram os cartões de resposta. Quatro foram detidos. Houve quebra-quebra, confusão, e a comissão de vestibular decidiu cancelar a prova.
Os alunos do CAP, assim como do D. Pedro 2º, que são colégios federais, eram contra a aplicação da prova hoje porque se sentem prejudicados para fazer o concurso em razão da greve dos professores, que dura mais de dois meses. Sem aulas, eles reclamam de estar em desigualdade de condições.
Manifestações
A universidade conseguiu realizar o vestibular nos demais locais de prova, mas isso só ocorreu depois de muito protesto e disputa judicial. A prova começou oficialmente às 9h15.
As manifestações contra a aplicação do exame começaram cedo. Desde às 7h cerca de 200 manifestantes, entre estudantes, professores e funcionários da universidade, fizeram uma série de protestos no campus da Ilha do Fundão tentando impedir que o concurso fosse realizado. O Batalhão de Choque foi chamado.
Eles entraram em confronto com a Polícia Militar, que usou cassetetes para conter o protesto. Os manifestantes jogaram pedras e foram reprimidos com bombas de efeito moral. Apesar da confusão, a universidade não pensou em nenhum momento em cancelar o exame.
Os manifestantes tentavam impedir que os candidatos entrassem no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, onde 981 alunos iriam fazer a prova.
A estudante Fernanda Luíza da Silva, que já estava dentro da sala de aula, após receber a prova, saiu correndo com ela na mão, mas foi interceptada pela polícia antes de deixar um prédio da universidade. Se ela tivesse conseguido sair com a prova, isso poderia causar a anulação do exame.
Fernanda, que é aluna de uma Cefet (colégio técnico federal), tomou essa atitude porque se sentia prejudicada em fazer o exame hoje, já que não tem aulas há cerca de dois meses em razão da greve dos funcionários das federais.
Após o início da prova, um novo confronto ocorreu no campus da Ilha do Fundão, quando vários manifestantes tentaram invadir o Centro Tecnológico para resgatar dois colegas que estavam presos.
Os dois estavam no telhado do prédio soltando fogos de artifício para comemorar o protesto quando foram presos. Com isso os demais manifestantes invadiram o edifício e houve confronto com a PM.
Por conta de toda essa confusão, muitos estudantes, nervosos e chorando, acabaram desistindo de prestar o vestibular.
O funcionário da UFRJ Gessé Mendes de Moura, 42, que estava entre os manifestantes, foi ferido está com suspeita de traumatismo craniano.
Batalha judicial
Até as 23h de ontem a aplicação da prova era incerta. Durante a tarde, a Justiça concedeu duas liminares que adiavam o vestibular. Somente no fim do dia a UFRJ conseguiu derrubar as liminares garantindo o exame.
Na terça-feira (23) a Justiça já havia concedido um outra liminar, solicitada pelo Ministério Público, mas que foi cassada na sexta-feira. A promotoria alegava falta de segurança para a realização dos exames.
No Rio, a UFF e a UniRio adiaram seus vestibulares por conta da greve das federais, mas a UFRJ, apesar da solicitação do Conselho Universitário, decidiu manter o calendário inicial.
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