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08/11/2001
-
11h50
especial para a Folha de S.Paulo
Na TV e nos jornais, as imagens de vítimas-mártires da guerra no Afeganistão, misturando soldados e civis empoeirados, reforçam em mim a crença de que ambos estão apenas sendo usados. Já não consigo ver nas fotos quem são os vilões. Também na química, existem mocinhos-bandidos que confundem os alunos. Vejamos um deles:
Ozônio (O3): quando pensam na destruição que ocorre na camada de ozônio existente na atmosfera superior, os alunos imediatamente associam a presença do O3 a algo benéfico. De fato, nessa camada de cerca de 25km de espessura, o ozônio, por absorver parte das radiações ultravioleta provenientes do Sol, funciona como um filtro, protegendo as diversas formas de vida na Terra de uma exposição excessiva a essas radiações.
A destruição dessa camada é causada por diversos produtos químicos, especialmente o CFC (clorofluorcarbono), um gás usado sobretudo em equipamentos de refrigeração, aerossóis e espumas plásticas. A decomposição fotoquímica do Cl2F2C libera o átomo de cloro, que reage com o O3, resumidamente, assim:
Cl + O3 -> ClO + O2
ClO + [O] -> O2 + Cl
Você notou que, na segunda reação, o átomo de Cl está novamente livre para continuar a agir como um "serial killer" de moléculas de O3?
Importante: as indústrias estão reduzindo o uso e, portanto, a produção do CFC. Mas, o mocinho também pode ser bandido.
Na alta atmosfera, o ozônio age protegendo-nos, mas, na baixa atmosfera, o que ocorre é bem diferente. A presença do O3 próximo à superfície terrestre é prejudicial, pois o gás é considerado um sério poluente atmosférico. Por ser um forte oxidante, o O3, quando inalado continuamente, provoca irritações nas nossas mucosas, especialmente nos olhos, além de poder causar danos irreversíveis às vias respiratórias. O ozônio afeta também os vegetais atacando suas folhas.
O mais incrível é que somos nós os responsáveis pela formação do O3. Indústrias e veículos poluem o ar com óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos que, com a ação da luz solar, produzem o ozônio, como na reação:
NO2 + O3 -> O3 + NO
O ozônio pode ser, portanto, herói ou vilão. Como na atual guerra, depende apenas do lugar em que você se encontra.
_______________________________________
Renato Tadeu é diretor e professor dos Anglos (Atibaia, Bragança Paulista e Jundiaí) e do Colégio Leonardo da Vinci
Fovest - 08.nov.2001
Próximo da 1ª da Fuvest, o conselho é manter ritmo de estudos
Revise apenas as matérias da 1ª prova, aconselham professores
Boa pontuação na 1ª fase da Fuvest pode ser decisivo
Confira algumas dicas para a última semana antes da Fuvest
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Hospitais oferecem serviços de hotéis
Vida de profissional de turismo não é só viajar
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Programa: FGV-SP realiza 2ª fase no próximo domingo
Programa: "Leitura obrigatória" está em cartaz em SP
Programa: Metodista promove jornada de literatura
Resumão/Química - Falsos bandidos, falsos mocinhos
RENATO TADEUespecial para a Folha de S.Paulo
Na TV e nos jornais, as imagens de vítimas-mártires da guerra no Afeganistão, misturando soldados e civis empoeirados, reforçam em mim a crença de que ambos estão apenas sendo usados. Já não consigo ver nas fotos quem são os vilões. Também na química, existem mocinhos-bandidos que confundem os alunos. Vejamos um deles:
Ozônio (O3): quando pensam na destruição que ocorre na camada de ozônio existente na atmosfera superior, os alunos imediatamente associam a presença do O3 a algo benéfico. De fato, nessa camada de cerca de 25km de espessura, o ozônio, por absorver parte das radiações ultravioleta provenientes do Sol, funciona como um filtro, protegendo as diversas formas de vida na Terra de uma exposição excessiva a essas radiações.
A destruição dessa camada é causada por diversos produtos químicos, especialmente o CFC (clorofluorcarbono), um gás usado sobretudo em equipamentos de refrigeração, aerossóis e espumas plásticas. A decomposição fotoquímica do Cl2F2C libera o átomo de cloro, que reage com o O3, resumidamente, assim:
Cl + O3 -> ClO + O2
ClO + [O] -> O2 + Cl
Você notou que, na segunda reação, o átomo de Cl está novamente livre para continuar a agir como um "serial killer" de moléculas de O3?
Importante: as indústrias estão reduzindo o uso e, portanto, a produção do CFC. Mas, o mocinho também pode ser bandido.
Na alta atmosfera, o ozônio age protegendo-nos, mas, na baixa atmosfera, o que ocorre é bem diferente. A presença do O3 próximo à superfície terrestre é prejudicial, pois o gás é considerado um sério poluente atmosférico. Por ser um forte oxidante, o O3, quando inalado continuamente, provoca irritações nas nossas mucosas, especialmente nos olhos, além de poder causar danos irreversíveis às vias respiratórias. O ozônio afeta também os vegetais atacando suas folhas.
O mais incrível é que somos nós os responsáveis pela formação do O3. Indústrias e veículos poluem o ar com óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos que, com a ação da luz solar, produzem o ozônio, como na reação:
NO2 + O3 -> O3 + NO
O ozônio pode ser, portanto, herói ou vilão. Como na atual guerra, depende apenas do lugar em que você se encontra.
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Renato Tadeu é diretor e professor dos Anglos (Atibaia, Bragança Paulista e Jundiaí) e do Colégio Leonardo da Vinci
Fovest - 08.nov.2001
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