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08/11/2001
-
11h55
especial para a Folha de S.Paulo
Uma nova legislação foi aprovada nos Estados Unidos com o objetivo de combater o terrorismo. Polêmico, esse pacote emergencial procura conciliar as liberdades e os direitos civis com a crescente preocupação em relação à segurança. Para os críticos do projeto, essa legislação ameaça os direitos fundamentais do cidadão. No fundo, é uma lei contra imigrantes, alertam.
Justifica-se o temor. No período da Guerra Fria, pós-45, quando se intensificou a disputa entre a URSS e os EUA pela hegemonia mundial, surgiu neste país o fantasma do comunismo. O medo da "ameaça vermelha" mobilizou a sociedade americana. Pânico semelhante ao que se vive hoje em relação ao terrorismo.
O então senador Joseph McCarthy (1908-1957) criou um movimento que se caracterizou pela perseguição a pessoas suspeitas de serem simpatizantes do Partido Comunista. Conhecido como "caça às bruxas", o macarthismo atingiu, principalmente, os meios intelectuais e artísticos.
Os suspeitos tinham seus nomes colocados numa lista negra. Acusados de praticar atividades antiamericanas, eram convocados a prestar depoimentos na Comissão de Assuntos Antiamericanos. Cercado de câmeras, em audiências públicas, o indiciado era obrigado a retratar-se perante a nação. Milhares de americanos foram vítimas do macarthismo, entre eles Charles Chaplin, que se exilou. Do lado anticomunista, John Wayne, Walt Disney e Ronald Reagan foram colaboradores ilustres da comissão.
Depois dos ataques de 11 de setembro, a história pode se repetir. Segundo a nova legislação, o governo está autorizado a realizar vigilância eletrônica, a deter imigrantes sem acusação e a intervir em instituições financeiras suspeitas de praticar lavagem de dinheiro. Em tempos de guerra, o poder do Estado ganha contornos mais autoritários.
Amparadas na histeria coletiva, autoridades pensam numa estratégia que resolva o problema da morosidade nas investigações. Propõem usar a tortura como método mais eficaz para obter confissões. Combate-se o terrorismo, sacrificando a democracia e os direitos. Na esteira dessa lógica, golpeia-se o bom senso e a tolerância. Mais que inocentes, sob os escombros do WTC, ficou soterrada a utopia de um mundo mais integrado e solidário. Bem-vindo à barbárie ou ao "Brave New World".
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Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo
Fovest - 08.nov.2001
Próximo da 1ª da Fuvest, o conselho é manter ritmo de estudos
Revise apenas as matérias da 1ª prova, aconselham professores
Boa pontuação na 1ª fase da Fuvest pode ser decisivo
Confira algumas dicas para a última semana antes da Fuvest
RESUMÃO
Matemática
História
Português
Geografia
Química
PROFISSÕES
Hospitais oferecem serviços de hotéis
Vida de profissional de turismo não é só viajar
PROGRAMA
Programa: FGV-SP realiza 2ª fase no próximo domingo
Programa: "Leitura obrigatória" está em cartaz em SP
Programa: Metodista promove jornada de literatura
Resumão/Atualidades - Os EUA e o novo macarthismo
ROBERTO CANDELORIespecial para a Folha de S.Paulo
Uma nova legislação foi aprovada nos Estados Unidos com o objetivo de combater o terrorismo. Polêmico, esse pacote emergencial procura conciliar as liberdades e os direitos civis com a crescente preocupação em relação à segurança. Para os críticos do projeto, essa legislação ameaça os direitos fundamentais do cidadão. No fundo, é uma lei contra imigrantes, alertam.
Justifica-se o temor. No período da Guerra Fria, pós-45, quando se intensificou a disputa entre a URSS e os EUA pela hegemonia mundial, surgiu neste país o fantasma do comunismo. O medo da "ameaça vermelha" mobilizou a sociedade americana. Pânico semelhante ao que se vive hoje em relação ao terrorismo.
O então senador Joseph McCarthy (1908-1957) criou um movimento que se caracterizou pela perseguição a pessoas suspeitas de serem simpatizantes do Partido Comunista. Conhecido como "caça às bruxas", o macarthismo atingiu, principalmente, os meios intelectuais e artísticos.
Os suspeitos tinham seus nomes colocados numa lista negra. Acusados de praticar atividades antiamericanas, eram convocados a prestar depoimentos na Comissão de Assuntos Antiamericanos. Cercado de câmeras, em audiências públicas, o indiciado era obrigado a retratar-se perante a nação. Milhares de americanos foram vítimas do macarthismo, entre eles Charles Chaplin, que se exilou. Do lado anticomunista, John Wayne, Walt Disney e Ronald Reagan foram colaboradores ilustres da comissão.
Depois dos ataques de 11 de setembro, a história pode se repetir. Segundo a nova legislação, o governo está autorizado a realizar vigilância eletrônica, a deter imigrantes sem acusação e a intervir em instituições financeiras suspeitas de praticar lavagem de dinheiro. Em tempos de guerra, o poder do Estado ganha contornos mais autoritários.
Amparadas na histeria coletiva, autoridades pensam numa estratégia que resolva o problema da morosidade nas investigações. Propõem usar a tortura como método mais eficaz para obter confissões. Combate-se o terrorismo, sacrificando a democracia e os direitos. Na esteira dessa lógica, golpeia-se o bom senso e a tolerância. Mais que inocentes, sob os escombros do WTC, ficou soterrada a utopia de um mundo mais integrado e solidário. Bem-vindo à barbárie ou ao "Brave New World".
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Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo
Fovest - 08.nov.2001
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