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15/11/2001
-
09h02
especial para a Folha de S.Paulo
Os mais importantes processos de formação de palavras são a composição e a derivação. Na composição, dois ou mais radicais se ligam para dar origem a uma nova palavra. Na derivação, um só radical é acrescido de um prefixo ou de um sufixo.
Em "guarda-chuva", "passatempo" e "girassol", percebemos facilmente os elementos que concorreram para a formação do novo vocábulo, pois a grafia e a acentuação tônica das palavras de origem se mantiveram, havendo, portanto, uma justaposição de elementos.
Mas a composição pode ocorrer por meio de uma aglutinação de diferentes radicais. É o caso de "embora", que nasceu da expressão "em boa hora"-daí o termo ser usado após o verbo "ir" até os dias de hoje. Nesse tipo de composição, as palavras originais sofrem perdas de caráter morfológico e/ou fônico. É o caso ainda de "planalto" (plano alto) e do pronome de tratamento "você", antes "Vossa Mercê".
A prefixação e a sufixação são os principais tipos de derivação. "Antever" e "descontente" são palavras formadas por prefixação; "lealdade" e "sensatez" são formadas por sufixação. Alguns radicais recebem, simultaneamente, um prefixo e um sufixo, processo chamado de parassíntese. É o que ocorre em "apedrejar" e "entardecer", por exemplo.
Derivação regressiva é o nome que se dá à supressão de um sufixo da palavra. É comum na passagem de verbos a substantivos abstratos. "Retorno" vem de "retornar", "volta", de "voltar", "registro", de "registrar".
A mudança de classe gramatical sofrida por uma palavra é o que chamamos derivação imprópria. Esse é um processo de criação de palavras largamente usado por Guimarães Rosa. No trecho: "Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos", um advérbio passa a substantivo (devagar) e outro passa a adjetivo (depressa).
Em "esta vida era só o demoramento", o autor usa "demoramento" (sufixação) no lugar de "demora" (derivação regressiva). Mas, em "se comentava, aos cantos (...) num sussurruído", o autor criou uma palavra por aglutinação, um dos tipos de composição.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
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Resumão/português - Composição e derivação
THAÍS NICOLETI DE CAMARGOespecial para a Folha de S.Paulo
Os mais importantes processos de formação de palavras são a composição e a derivação. Na composição, dois ou mais radicais se ligam para dar origem a uma nova palavra. Na derivação, um só radical é acrescido de um prefixo ou de um sufixo.
Em "guarda-chuva", "passatempo" e "girassol", percebemos facilmente os elementos que concorreram para a formação do novo vocábulo, pois a grafia e a acentuação tônica das palavras de origem se mantiveram, havendo, portanto, uma justaposição de elementos.
Mas a composição pode ocorrer por meio de uma aglutinação de diferentes radicais. É o caso de "embora", que nasceu da expressão "em boa hora"-daí o termo ser usado após o verbo "ir" até os dias de hoje. Nesse tipo de composição, as palavras originais sofrem perdas de caráter morfológico e/ou fônico. É o caso ainda de "planalto" (plano alto) e do pronome de tratamento "você", antes "Vossa Mercê".
A prefixação e a sufixação são os principais tipos de derivação. "Antever" e "descontente" são palavras formadas por prefixação; "lealdade" e "sensatez" são formadas por sufixação. Alguns radicais recebem, simultaneamente, um prefixo e um sufixo, processo chamado de parassíntese. É o que ocorre em "apedrejar" e "entardecer", por exemplo.
Derivação regressiva é o nome que se dá à supressão de um sufixo da palavra. É comum na passagem de verbos a substantivos abstratos. "Retorno" vem de "retornar", "volta", de "voltar", "registro", de "registrar".
A mudança de classe gramatical sofrida por uma palavra é o que chamamos derivação imprópria. Esse é um processo de criação de palavras largamente usado por Guimarães Rosa. No trecho: "Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos", um advérbio passa a substantivo (devagar) e outro passa a adjetivo (depressa).
Em "esta vida era só o demoramento", o autor usa "demoramento" (sufixação) no lugar de "demora" (derivação regressiva). Mas, em "se comentava, aos cantos (...) num sussurruído", o autor criou uma palavra por aglutinação, um dos tipos de composição.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
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