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21/11/2001
-
22h14
da Folha de S.Paulo, no Rio
Uma assembléia realizada hoje à tarde na UFRJ, a maior universidade federal do país, aprovou, por uma diferença de só quatro votos (245 contra 241), o fim da greve dos professores, iniciada em agosto. Mas, numa demonstração da divisão dos docentes, a reunião não conseguiu definir uma data para a volta ao trabalho.
A assembléia decidiu indicar ao comando nacional da paralisação a intenção da UFRJ de sair do movimento grevista. Nova reunião foi convocada para terça-feira (27).
O movimento começa a perder apoio de corpo docente e alunos com a volta das aulas em alguns cursos, com nos institutos de Física, Biofísica e Direito, além do Museu Nacional.
O Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e as faculdades de Letras e Comunicação decidiram voltar ao trabalho na segunda (19). Hoje, professores dos departamentos de Administração e Ciências Contábeis também abandonaram a greve. "Digo com muito orgulho que saímos da greve. Sou a favor das reivindicações dos professores, sei que elas são justas, mas chegamos num beco sem saída. Não é justo que o aluno pague por isso", disse o historiador Manolo Florentino, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.
Cerca de 500 pessoas foram à assembléia convocada pela Aduferj (Associação dos Docentes da UFRJ). Dentro, os discursos eram pela continuidade da paralisação. Os favoráveis ao fim da greve eram tachados de "canibais acadêmicos" e acusados de não terem discursos nem alternativas.
Do lado de fora, a conversa dos docentes era sobre a greve. O argumento dos que querem voltar a lecionar é que chegou-se a um impasse, no qual o grande prejudicado seria o aluno. "Acho que o movimento está desgastado", disse o professor da Faculdade de Administração Ângelo Cister.
Mas o comando de greve do sindicato dizia que o movimento seguia coeso. "Estamos todos juntos pela continuidade da greve", disse a vice-presidente da Aduferj, Cleusa Santos, antes da votação na assembléia de hoje. "Já virou queda-de-braço e alguém tem de ceder. Votei contra a continuidade da greve, mas acho que as negociações têm de ser mantidas", disse o professor Gérson Lima.
Uma lista começou a circular hoje pelos departamentos da universidade com 113 nomes dos que estão contra a greve e querem pressionar o sindicato para encerrá-la. Os docentes que querem a retomada das aulas acusam a Aduferj e as assembléias de não serem representativas da maioria.
"Os discursos são retrógrados, por isso ninguém comparece. Mas sei que a maioria dos professores gostaria de voltar às aulas", disse o professor Raimundo Rocha Filho, do Instituto de Física.
À tarde, estudantes do colégio federal Pedro 2º ocuparam o pátio das cinco unidades da instituição, uma das mais tradicionais do Rio, em protesto contra a greve.
Leia mais notícias da greve no ensino
Assembléia aprova fim de greve na UFRJ
SABRINA PETRYda Folha de S.Paulo, no Rio
Uma assembléia realizada hoje à tarde na UFRJ, a maior universidade federal do país, aprovou, por uma diferença de só quatro votos (245 contra 241), o fim da greve dos professores, iniciada em agosto. Mas, numa demonstração da divisão dos docentes, a reunião não conseguiu definir uma data para a volta ao trabalho.
A assembléia decidiu indicar ao comando nacional da paralisação a intenção da UFRJ de sair do movimento grevista. Nova reunião foi convocada para terça-feira (27).
O movimento começa a perder apoio de corpo docente e alunos com a volta das aulas em alguns cursos, com nos institutos de Física, Biofísica e Direito, além do Museu Nacional.
O Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e as faculdades de Letras e Comunicação decidiram voltar ao trabalho na segunda (19). Hoje, professores dos departamentos de Administração e Ciências Contábeis também abandonaram a greve. "Digo com muito orgulho que saímos da greve. Sou a favor das reivindicações dos professores, sei que elas são justas, mas chegamos num beco sem saída. Não é justo que o aluno pague por isso", disse o historiador Manolo Florentino, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.
Cerca de 500 pessoas foram à assembléia convocada pela Aduferj (Associação dos Docentes da UFRJ). Dentro, os discursos eram pela continuidade da paralisação. Os favoráveis ao fim da greve eram tachados de "canibais acadêmicos" e acusados de não terem discursos nem alternativas.
Do lado de fora, a conversa dos docentes era sobre a greve. O argumento dos que querem voltar a lecionar é que chegou-se a um impasse, no qual o grande prejudicado seria o aluno. "Acho que o movimento está desgastado", disse o professor da Faculdade de Administração Ângelo Cister.
Mas o comando de greve do sindicato dizia que o movimento seguia coeso. "Estamos todos juntos pela continuidade da greve", disse a vice-presidente da Aduferj, Cleusa Santos, antes da votação na assembléia de hoje. "Já virou queda-de-braço e alguém tem de ceder. Votei contra a continuidade da greve, mas acho que as negociações têm de ser mantidas", disse o professor Gérson Lima.
Uma lista começou a circular hoje pelos departamentos da universidade com 113 nomes dos que estão contra a greve e querem pressionar o sindicato para encerrá-la. Os docentes que querem a retomada das aulas acusam a Aduferj e as assembléias de não serem representativas da maioria.
"Os discursos são retrógrados, por isso ninguém comparece. Mas sei que a maioria dos professores gostaria de voltar às aulas", disse o professor Raimundo Rocha Filho, do Instituto de Física.
À tarde, estudantes do colégio federal Pedro 2º ocuparam o pátio das cinco unidades da instituição, uma das mais tradicionais do Rio, em protesto contra a greve.
Leia mais notícias da greve no ensino
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