Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/11/2001 - 19h42

Paralisação da UFSCar prejudica formandos

MARCELO TOLEDO
da Folha Ribeirão

A paralisação dos docentes da UFSCar, que completa hoje 97 dias, já causou prejuízos diretos a cerca de 900 alunos que estão no último ano de graduação em seus cursos nos campi de São Carlos e de Araras, comprometendo até um ano de estudo de alguns universitários.

Parte desses alunos da Universidade Federal de São Carlos está fazendo estágios em empresas e dependem dos diplomas para serem efetivados em seus empregos. Outros pretendiam fazer pós-graduação logo no início de 2002, o que vai ser impossível.

Por causa da greve, as aulas do segundo semestre deste ano só devem terminar em abril de 2002, o que os impede de se formarem e, consequentemente, vai atrasar também o ingresso dos universitários no mercado de trabalho.

Esse é o caso do estudante de engenharia química Deive Gonçalves Rodrigues, que trabalha em uma empresa paulistana de celulose. Ele optou por sair de sua área, em que atuava como estagiário, para ser efetivado em marketing e garantir a vaga.

Caso ficasse como estagiário -esperando a efetivação em sua área-, corria o risco de perder uma vaga. "Como estagiário, ninguém tem vínculo nenhum. Isso traz insegurança a todos os formandos", afirmou.

Há casos de empresas que não estão concedendo estágios a estudantes do último ano de graduação porque elas precisariam efetivá-los ainda em janeiro. "Sem a greve, provavelmente eu já estaria empregado. Estou fazendo a minha parte, como tentar prorrogar o estágio, mas eu já poderia estar efetivado", disse Ricardo Augusto Assunção Marques, estagiário de uma empresa em Americana.

Outro problema enfrentado por estudantes que fazem estágio é o de pagar aluguel em duas cidades. "Pago aluguel em São Carlos e aqui em São Paulo. Poderia já deixar de pagar em dezembro, mas não vai ter como por causa da greve", afirmou Rodrigues.

Cerca de 680 alunos da UFSCar se formam no final do ano e, o restante, na metade de 2002.

Uma nova assembléia dos docentes da universidade vai ser realizada na quinta-feira. Na sexta-feira, em reunião em São Carlos, os professores decidiram continuar a paralisação. Eles rejeitaram proposta do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) de reajuste linear de 14,5%.

Apesar da paralisação, o pró-reitor de pós-graduação da UFSCar, Pedro Manoel Galetti Júnior, disse que não há prejuízos nas pesquisas científicas.

"A despeito do tratamento dado pelo governo federal às universidades públicas, os pesquisadores da UFSCar deram seqüência aos trabalhos científicos sem que houvesse nenhum prejuízo para as pesquisas", disse o pró-reitor, por meio da assessoria da instituição.

Leia mais notícias da greve no ensino
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página