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Professores de MG recorrem contra ilegalidade de greve e continuam parados
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RODRIGO VIZEU
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Os professores da rede pública estadual de Minas Gerais decidiram hoje recorrer da decisão do Tribunal de Justiça do Estado que considerou ilegal a greve da categoria. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), também anunciou que continua a paralisação por tempo indeterminado. Nova assembleia foi marcada para a próxima terça, dia 11.
Em decisão de ontem (4), o desembargador Wander Marotta afirmou que a greve vai contra a garantia constitucional do ensino público regular e coloca em risco a qualidade da educação. Foi fixada multa diária de R$ 10 mil se a decisão for descumprida, com limite de até R$ 500 mil. Os professores têm até amanhã (6) para cumprir a ordem.
A assessoria do sindicato dos professores informou que o movimento está se organizando para arcar com as despesas da multa enquanto o recurso não é julgado. A Secretaria de Educação do Estado não quis comentar a manutenção de greve, que começou em 8 de abril.
Exigência
Os docentes reivindicam salário de R$ 1.312 por 24 horas semanais de trabalho. O valor é o piso salarial nacional, de acordo com cálculo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. O piso oficial, calculado pela Advocacia-Geral da União a pedido do Ministério da Educação, é de R$ 1.024 por 40 horas.
Os professores reclamam que o governo de Minas paga apenas R$ 369 para os docentes com nível médio e R$ 550 para os de nível superior, por 24 horas.
O governo afirma que o valor criticado pelo sindicato não leva em conta as gratificações que fazem parte do salário. A Secretaria de Educação informa que o salário mínimo por 24 horas, com os extras, ficará em R$ 935 com o reajuste de 10% que valerá a partir de 1º de maio.
O governo argumenta que, se fosse feito o cálculo da hora-aula do Estado para 40 horas, os professores receberiam cerca de R$ 1.558, acima do piso nacional oficial.
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