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06/05/2010 - 09h04

Conselho nega pedido para dissidente da TFP criar faculdade

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VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
FÁBIO TAKAHASHI
da Reportagem Local

O Conselho Nacional de Educação acendeu uma polêmica no meio acadêmico ao negar um pedido da Arautos do Evangelho --associação católica conservadora dissidente da TFP (Tradição, Família e Propriedade)-- para abrir uma faculdade com cursos de teologia e filosofia em Caieiras (SP).

Embora afiançada por outras duas instâncias do Ministério da Educação, a proposta de criação da Faculdade Arautos do Evangelho, segundo o conselho, "não apresenta características acadêmicas" e tem caráter "confessional católico".

Antes da negativa do CNE, a Sesu (Secretaria de Educação Superior) e o Inep (o instituto de pesquisas do MEC) haviam atribuído à faculdade conceito 4, numa escala de 0 a 5, nas avaliações de professores, instalações e organização pedagógica.

No processo enviado ao ministério, a Arautos do Evangelho diz que "o Espírito Santo suscitou em suas almas o anseio de formarem uma instituição de cunho religioso com a finalidade de promover a santificação e a evangelização".

Entre as metas a serem atingidas, a candidata a faculdade destacava: 1) a disseminação da doutrina cristã e da fé mariana (em Maria); 2) o amor à eucaristia; 3) a devoção ao papa.

Para o CNE, a faculdade seria "um instrumento da evangelização" e não poderia ser "credenciada pelo poder público".

A Arautos do Evangelho recorreu, dizendo haver violação da Constituição e que já existem universidades cristãs, como a PUC, cujo "curso de teologia é determinado pela fé".

"A PUC pauta seus cursos por visões abrangentes e polivalentes, o que não acontece no projeto da Arautos", disse Paulo Speller, relator do conselho.

"O problema deles não está nas instalações, está na proposta. Sugeri que apresentem uma nova proposta que seja mais abrangente e que não tenha um caráter catequético", afirmou.

Um dos conselheiros que votaram contra a abertura da faculdade é Antonio Carlos Caruso Ronca, ex-reitor da PUC-SP.

Para Milton Linhares, conselheiro que votou a favor da criação da faculdade, a decisão é "incoerente" e "conflitante com princípios constitucionais" porque anteriormente o órgão já havia aprovado a criação da Faculdade Messiânica.

Em São Paulo já existe a Faculdade de Teologia Umbandista. Dos 24 membros do conselho, apenas um votou a favor.

Procurado, o Colégio Arautos do Evangelho, que pediu a criação da faculdade, não respondeu ao pedido de entrevista.

 

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