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10/12/2001 - 20h04

Retorno às aulas nas federais depois da greve é problemático

da Agência Folha
da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha Ribeirão

Os alunos da UFC (Universidade Federal do Ceará) boicotaram o primeiro dia de aula após o fim da greve dos professores. Eles querem o reinício das aulas só em 2 de janeiro do próximo ano.

Os professores decidiram apoiar a reivindicação dos alunos. O reinício das aulas foi determinado pelo Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da UFC na sexta. Hoje de manhã, os estudantes farão nova assembléia.

Na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a volta às aulas, marcada para hoje, após 105 dias de paralisação, não foi integral. O campus da ilha do Fundão (zona norte) estava semideserto.

"Isso é palhaçada. Moro longe, chego aqui e não tem ninguém. A greve não acabou? Onde estão os professores?", perguntou Mariana Carvalho, 22, aluna de física.

Bibliotecas, laboratórios e secretarias estavam fechados hoje. Faxineiros aderiram à greve. A decisão de voltar às aulas (aprovada por maioria absoluta em assembléia na quinta) não foi seguida por todos os professores.

"Voltar às nossas atividades acadêmicas não significa que tenhamos que voltar à sala de aula. Aula mesmo, dentro da sala, acho que só em janeiro", disse Cleusa Santos, vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRJ.

A dirigente disse que planeja discutir com os alunos "o novo calendário e a situação da universidade". O calendário, segundo o presidente da Associação dos Docentes da UFRJ, José Henrique Sanglard, será deliberado, provavelmente na quarta-feira, pelo Conselho de Ensino e Graduação.

Neuza Luzia Pinto, coordenadora geral do Sindicato dos Funcionários da UFRJ, disse que, se o abono de 26,05% dos funcionários não for depositado até o final da tarde de hoje, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho vai parar. "Só iremos manter as cirurgias de emergência."

O calendário da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) deverá estar totalmente normalizado a partir do segundo semestre de 2003, segundo Alice Helena Campos Pierson, 42, pró-reitora de graduação da instituição.

A UFSCar teve seu primeiro dia de aula hoje, após 108 dias de paralisação. A direção da universidade diz que a maior parte dos alunos voltou às aulas.

Para o DCE (Diretório Central dos Estudantes), pelo menos 70% dos 6.800 alunos dos 27 cursos de graduação retornaram às aulas.

Os alunos querem garantias de que as aulas terão qualidade. Segundo a pró-reitora de graduação, o conteúdo será priorizado na reformulação do calendário.

Na sexta, o Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) define o calendário. A previsão otimista é que o segundo semestre de 2001 acabe em 15 de abril de 2002.

Só no início de maio é que outro semestre deverá ter início, incluindo os aprovados no vestibular. "Até lá [agosto de 2003, quando o calendário deve voltar ao normal], teremos de reduzir as férias." Segundo Alice, os alunos terão pelo menos 15 dias de férias entre um semestre e outro.

Os professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) começaram a voltar às aulas hoje. Em Dourados (220 km de Campo Grande), onde há campus da UFMS, parte dos alunos quer que as aulas voltem em fevereiro. Uma reunião deve acontecer nesta noite para discutir o assunto.

Os 11,5 mil alunos da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) voltaram às aulas hoje.

Na UFPI (Universidade Federal do Piauí), o conselho universitário decidiu que as aulas deveriam ter recomeçado na segunda passada, mas a maioria dos professores não voltou ao trabalho.

Segundo o presidente da Adufpi (Associação de Docentes da UFPI), Acácio Salvador Veras e Silva, cerca de 80% dos professores vão voltar ao trabalho em 2 de janeiro.

Professores da UFF (Universidade Federal Fluminense) voltaram às aulas hoje. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, só formandos tiveram aulas. Os demais alunos terão que esperar até 2 de janeiro. A Uni-Rio retoma amanhã as atividades.

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