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28/01/2002
-
19h23
da Folha Online
A Procuradoria Geral do Estado do Paraná determinou na semana passada que o professor Paulo Cezar de Freitas Mathias, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), seja demitido por ter lacrado, em 2000, a sala da Comissão Central de Vestibular durante uma greve na instituição.
No entanto, a reitora da UEM, Neusa Altoé, afirmou que não vai acatar a decisão do governo, por "ferir a autonomia da universidade". De acordo com Neusa, o Conselho Universitário referendou hoje a postura da administração, que será apresentada amanhã, às 16h, ao governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL). "Não aceitamos esta punição", disse ela.
A diretora-geral da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miriam de Fátima Wellner, explica que a demissão do professor depende agora do governador.
Caso Lerner siga a decisão da procuradoria, e a reitora da UEM não a acatar, "ela estaria colocando a posição do governador em xeque", diz Miriam. Como conseqüência, a reitora pode sofrer um processo administrativo e ser exonerada do cargo.
Além de Mathias, a procuradoria pede a demissão do funcionário Edemilson Modesto de Camargo, que na época era aluno da UEM, e a suspensão por 90 dias do professor João Alencar Pamphile, ambos envolvidos no caso.
Segundo Mathias, a sala da comissão de vestibular foi lacrada com solda para garantir o sigilo das provas, já que grevistas da universidade ameaçavam invadir o local. "Houve um mal-estar por parte da diretoria, que pediu a reintegração de posse. Nós deslacramos a sala no máximo cinco dias depois", explicou o professor.
"É caso de perseguição política", analisa Mathias, que diz sofrer de ameaças desde aquela época, por telefone e por escrito.
A decisão da procuradoria foi divulgada em meio a outra greve das estaduais do Paraná, que completa hoje 134 dias e parece estar distante de um acordo.
Os grevistas da UEM (Maringá), da UEL (Londrina) e da Unioeste (Oeste do Paraná) pedem um reajuste de 30% nos salários. O governo diz que o aumento não pode ser concedido por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada pelo presidente em abril de 2000.
Segundo a lei, os estados podem gastar até 60% da receita com folha de pagamento. O governo afirma que o limite já foi alcançado no Paraná. Por outro lado, o presidente da Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Superior do Oeste do Paraná), Luiz Fernando Reis, diz que o orçamento proposto para 2002 limitava o gasto em 45,66%.
Leia mais notícias da greve no ensino
Governo do PR pede demissão de docente da UEM; reitora é contra
CRISTINA AMORIMda Folha Online
A Procuradoria Geral do Estado do Paraná determinou na semana passada que o professor Paulo Cezar de Freitas Mathias, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), seja demitido por ter lacrado, em 2000, a sala da Comissão Central de Vestibular durante uma greve na instituição.
No entanto, a reitora da UEM, Neusa Altoé, afirmou que não vai acatar a decisão do governo, por "ferir a autonomia da universidade". De acordo com Neusa, o Conselho Universitário referendou hoje a postura da administração, que será apresentada amanhã, às 16h, ao governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL). "Não aceitamos esta punição", disse ela.
A diretora-geral da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miriam de Fátima Wellner, explica que a demissão do professor depende agora do governador.
Caso Lerner siga a decisão da procuradoria, e a reitora da UEM não a acatar, "ela estaria colocando a posição do governador em xeque", diz Miriam. Como conseqüência, a reitora pode sofrer um processo administrativo e ser exonerada do cargo.
Além de Mathias, a procuradoria pede a demissão do funcionário Edemilson Modesto de Camargo, que na época era aluno da UEM, e a suspensão por 90 dias do professor João Alencar Pamphile, ambos envolvidos no caso.
Segundo Mathias, a sala da comissão de vestibular foi lacrada com solda para garantir o sigilo das provas, já que grevistas da universidade ameaçavam invadir o local. "Houve um mal-estar por parte da diretoria, que pediu a reintegração de posse. Nós deslacramos a sala no máximo cinco dias depois", explicou o professor.
"É caso de perseguição política", analisa Mathias, que diz sofrer de ameaças desde aquela época, por telefone e por escrito.
A decisão da procuradoria foi divulgada em meio a outra greve das estaduais do Paraná, que completa hoje 134 dias e parece estar distante de um acordo.
Os grevistas da UEM (Maringá), da UEL (Londrina) e da Unioeste (Oeste do Paraná) pedem um reajuste de 30% nos salários. O governo diz que o aumento não pode ser concedido por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada pelo presidente em abril de 2000.
Segundo a lei, os estados podem gastar até 60% da receita com folha de pagamento. O governo afirma que o limite já foi alcançado no Paraná. Por outro lado, o presidente da Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Superior do Oeste do Paraná), Luiz Fernando Reis, diz que o orçamento proposto para 2002 limitava o gasto em 45,66%.
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