Equilíbrio
26/08/2002 - 14h42

Amamentar ajuda mãe voltar à forma mais rápido

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ANGÉLICA BANHARA
especial para a Revista da Folha

Recuperar as medidas depois do nascimento do João foi mais fácil do que imaginei. Ajudou ter engordado apenas dez quilos na gravidez. O parto normal também contribuiu para uma recuperação mais rápida. Mas fundamental, mesmo, foi amamentar.

Cada vez que o bebê mama, o organismo libera um hormônio que provoca a contração uterina. Nas primeiras semanas, a gente até sente uma leve cólica: é o útero voltando ao tamanho normal. Sem falar que dar de mamar consome cerca de 700 calorias diárias, o equivalente a duas aulas de ginástica.

Para estimular a produção de leite e diminuir a retenção hídrica, bebia três litros de água por dia. Nessa fase, a gente sente uma fome incrível e eu não queria me privar de comer. Cuidei, então, de selecionar alimentos que fossem nutritivos e evitassem cólica no bebê.

Fazia seis refeições por dia: por volta das 6 da manhã, tomava um iogurte desnatado batido com leite e mel. Às 9h30, comia um prato de mingau de aveia e meio mamão papaia. No almoço, arroz integral, lentilha (às vezes), frango cozido, salada de folhas e tomate, legumes refogados e fruta de sobremesa. No lanche da tarde, iogurte desnatado ou um pedaço de bolo ou um pãozinho com requeijão. No jantar, repetia o cardápio do almoço.

Se sentia fome nos intervalos, comia frutas: caqui, uva, banana, maçã, pêra, mamão. Biscoitos, balas, frituras e carnes gordas não fazem parte do meu cardápio há anos.

Para evitar cólicas no bebê, cortei chocolate, café, feijão, brócolis, repolho, couve-flor, condimentos fortes, abacaxi e laranja. Também diminuí o consumo de leite (só tomava um sem lactose, chamado Zymil). O João realmente não teve cólica, nem sei se por conta dessas mudanças.

No primeiro mês pós-parto, o sono e o cansaço tomam conta da gente. Acredito que a minha alimentação tenha sido essencial para garantir disposição e energia nessa fase, em que não temos tempo para nada. O dia acaba e fica a sensação de que você só amamentou e trocou fraldas.

Malhar? Meu exercício era carregar o João. Aliás, costumava dançar com ele no colo todo dia, enquanto ouvia e cantava músicas infantis. A fórmula foi suficiente: três semanas depois do parto, voltava aos 55 quilos de quando engravidei.

Como nada é perfeito, faltava firmar a barriga, as costas doíam um pouco por causa dos novos movimentos... Meu corpo sentia falta do exercício, já que sempre malhei. Mas ficava difícil encaixar qualquer coisa na minha rotina, principalmente porque o João raramente dormia de dia.

Encontrei a seguinte solução: passear de carrinho. A partir do segundo mês, percorria as ruas do bairro durante pelo menos duas horas por dia, divididas entre manhã e tarde. Além de ser uma das poucas oportunidades de sair de casa, o João adorava. Para completar, à noite, depois que ele dormia, pegava minhas revistas e fazia religiosamente alguns exercícios abdominais e outros de alongamento, para aliviar as costas. Tudo durava de 5 a 20 minutos, dependendo do tempo disponível.

Não adianta esperar que apareça uma hora a mais no seu dia; o jeito é aproveitar cada brecha. Entre o segundo e o terceiro mês, por exemplo, o João chorava no fim da tarde por cerca de uma hora: só parava no carrinho.

Como já estava escuro, eu empurrava o carrinho na sala. Criei, então, uma aula para as pernas inspirada nos movimentos do balé. Ligava o som baixinho e, enquanto empurrava o carrinho, fazia sequências de dez exercícios levantando as pernas direita e esquerda à frente, ao lado, atrás, encolhendo bem a barriga e mantendo as costas no lugar. Funcionou: as pernas ficavam até doloridas.

Comprovei que dá, sim, para voltar à forma sem passar fome, ficar horas malhando na academia ou gastar rios de dinheiro em tratamentos estéticos. Vale o bom senso: a gente sabe que comer porcarias engorda e que movimentar-se ajuda a emagrecer. Então, que tal prestar mais atenção ao que você coloca no prato e preencher as lacunas de tempo com um pouquinho de exercício? Seu corpo e sua cabeça agradecem!

Angélica Banhara, 36 anos, é redatora-chefe da revista Boa Forma, da Editora Abril

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