Equilíbrio
30/08/2001 - 14h19

Sequestrador de Silvio Santos estava em pânico, dizem psicólogos

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Folha Online

A atitude do sequestrador Fernando Dutra Pinto, 22, de manter o empresário e apresentador de TV Silvio Santos, 70, como refém em sua própria casa, é vista como desespero por psicólogos e psiquiatras ouvidos pela Folha Online.

Segundo o médico Miguel Roberto Jorge, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e chefe do Departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), suas reações não são passíveis de explicação psicológica.

"Não se sabe nada dele. Não sei se é coragem. Pode ser desespero porque ele deve estar com medo de ser morto. Mas tudo é pura elucubração, já que não conheço o perfil dele", afirmou o psiquiatra.

Para a psicóloga Mercedes Marin Pedroso, o sequestrador não tem perfil homicida. Para ela, no entanto, é difícil fazer uma previsão do comportamento de Fernando porque ele está dominado pelo pânico.

"Quando um indivíduo entra no estado de violência é porque não consegue se afirmar de outra maneira. O medo que ele [sequestrador] tem de ser morto guia as atitudes dele", disse Mercedes.

Manter a calma

O comportamento de Silvio Santos, segundo a psicóloga Mercedes Marin Pedroso, é extremamente importante neste momento para controlar a situação.

"Tudo leva a crer que o medo está sendo bem encaminhado, o Silvio Santos deve estar dando uma conduta adequada para acalmar o pânico do sequestrador. Enquanto ele conseguir manter essa emoção controlada tudo vai ficar bem."

A psiquiatra Eva Zoppe, do Departamento de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo), destaca a inteligência de Fernando Dutra Pinto e sua ousadia.

"Ele é bastante inteligente e já deve saber que está correndo risco de morte. Ele foi para o único lugar que podia ir. Qualquer situação em que a pessoa se sinta acuada ela tem dois caminhos: a luta ou a fuga. Já que não conseguiu fugir, foi para lá lutar", afirmou Eva.

Para a psiquiatra, a adequação da polícia à situação de tensão é fundamental porque ele está acuado. "A polícia tem que ser bastante esperta e ter habilidade porque a situação é delicada."

Os psicólogos pedem tranquilidade para o momento, para que tudo acabe bem.

"O importante é deixar alguma 'porta' aberta. Se ele [sequestrador] perceber que não tem saída não dá para prever o que pode acontecer", diz o psiquiatra Miguel Roberto Jorge.

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