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Férias em casa

Crianças se entopem de guloseimas assistindo a TV


LUÍS GUSTAVO GAGLIARDI
Free-lance para a Folha Online

Roberto Delduque/Folha imagem
Crianças brincam em frente à TV

A televisão tem sido há muito tempo a principal companheira de crianças que ficam em casa durante as férias escolares de julho.

Comerciais de alimentos especialmente dedicados a elas, apesar de planejados para todo o ano, têm maior apelo exatamente neste mês, inundando a tela da televisão com marcas e produtos que instigam nas crianças a vontade de consumir.

Carolina Aguiar Cacais, 9, estudante da terceira série do 1º grau da escola Brasílio Machado não foge a regra. Enquanto assiste aos desenhos do canal de TV paga Cartoon Network adora comer bolachas e salgados industrializados.

Sua mãe, Maria Aparecida Aguiar, 45, que divide o tempo entre a casa e a cantina onde trabalha em outra escola, reclama que na hora do jantar, Carolina não quer saber de comer.

Estratégia
Conhecendo o perfil do consumidor, as agências de publicidade sabem exatamente como atrair a atenção do público específico.

O primeiro passo é tentar se colocar como uma criança, entrar no mundo mágico dela, criando personagens e incluindo artistas mirins para atuar com esses personagens.

Recente pesquisa feita pela Academia de Ciência de Nova York revelou que 91% das propagandas nos intervalos dos programas infantis de televisão vendem produtos alimentícios.

Em um dos últimos comerciais que a agência DPZ criou para uma marca conhecida, o apelo se dá com a brincadeira de esconde-esconde.

O produto é um iogurte, e a criança enquanto come, vai descobrindo as frutas escondidas no fundo do pote.

Para a pesquisadora psicossomática e também psicóloga Dora Lorch, 42, a televisão não consegue despertar em uma criança a vontade de comer, mas cria comportamentos automatizados, o que ela considera muito pior.

"A criança come o que tiver a mão, seja um pacote de biscoito, ou um salgadinho", disse Lorch.

Salgadinhos e biscoitos estão entre as guloseimas preferidas das crianças em frente à TV.

Pobre em qualidade nutricional, o salgadinho entra "guela abaixo" das crianças que estão entretidas com o programa na televisão.
Elas mastigam pouco e acabam comendo mais do que o necessário.

Principalmente, durante os primeiros anos de vida, é essencial que os pais fiquem atentos com a dieta dos filhos.

Criar um hábito alimentar saudável pelo menos até os cinco anos, com uma diversidade em frutas, legumes e saladas, além dos já conceituados cereais, diminui o risco de se formar um consumidor assíduo de guloseimas.

A alta exposição ao marketing das indústrias alimentícias como também a influência dos colegas, passam a ter menor importância quando o assunto é comida.

Na casa do amigo, a comida é
sempre mais gostosa

- Mãe, não gosto de sopa de feijão!!!
- Essa coisa verde eu não como!!!

A hora de comer deve ser tratada por todos da casa como um momento de lazer, de descobrir que diferentes alimentos, quando misturados, podem ganhar vida.

Muitas crianças não comem isso ou aquilo simplesmente porque não conhecem o sabor do alimento, e por algum motivo não tem vontade de descobrir.

"Quando os pais insistem, o clima pode ficar tenso e mesmo que no final das contas a criança engula aquela "meleca verde" que, segundo seus pais, faz muito bem à saúde, a indisposição não terá valido a pena", disse Lorch.

Uma das maneiras de incentivar a criança a comer o que não "gosta" é levá-la a casa de um colega que goste da comida. Lá, ou por vergonha, ou por vontade própria aquela meleca verde ganhará, para a criança, novas cores e um outro sabor, agradável ao paladar.


Leia mais: Por traz da embalagem

Cantinas escolares desnutridas

Para o lanche da tarde: só não valem os salgadinhos

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