Preguiça é exigência do corpo
para combater o frio
Rogério
Cassimiro/Folha Imagem
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Vestir
roupas quentes e deixar as janelas abertas, para que a casa
receba luz natural, pode ajudar a "enganar" o corpo
no inverno (modelo: Rafaela P. Cúnico Silva) |
RODRIGO
DIONISIO
da Folha Online
Que o frio aumenta a preguiça ninguém precisa dizer, você sente. Fica
mais difícil sair da cama de manhã, só da vontade de ficar no sofá,
enrolado em cobertas, assistindo televisão com uma xícara enorme de
chocolate quente na mão. Mas existem explicações fisiológicas para
essa sensação, e é importante conhecê-las para conseguir burlar a
vontade de não fazer nada quando é preciso.
A primeira causa da preguiça vem da necessidade do corpo manter seu
calor, perder o mínimo possível de energia para o ambiente e guardar
calorias. Ou seja, seu organismo pede uma espécie de hibernação, semelhante
a dos ursos. Quanto menos energia você gastar em movimento, mais vai
ter para aquecer o corpo.
É importante lembrar que o raciocínio inverso funciona para o calor.
Quanto mais quente, menos o seu corpo quer se mover, o que produziria
mais calor. Isso explica em parte a sensação de moleza dos dias com
temperaturas elevadas.
De volta às épocas frias do ano, a posição da Terra em relação ao
Sol, durante o inverno, ajuda a aumentar a preguiça. Não tem nada
a ver com astrologia, mas com o chamado fotoperíodo. O dicionário
explica o termo: "tempo que uma planta ou animal precisam ficar expostos
à luz, diariamente, para seu desenvolvimento normal". Seu corpo também
precisa de uma quantidade de iluminação natural para funcionar bem,
e esse tempo é reduzido naturalmente no inverno, quando há, por assim
dizer, dias mais curtos e noites mais longas.
Em resumo, ficar menos disposto no inverno é normal, e você não deve
se sentir mal por causa da preguiça. Para resolver o problema, basta
se agasalhar bem, para "enganar" o corpo e não deixar que ele sinta
tanto a perda de calor do ambiente, tentar receber o máximo possível
de luz do sol, mesmo em atitudes simples como abrir as janelas de
casa para a luz do dia entrar, e manter a disposição e a força de
vontade, não deixando "caprichos" fisiológicos derrubarem você.
Fontes: Dr. Luiz Eugênio Mello, neurofisiologista
e chefe do departamento de fisiologia da Unifesp, e "Michaelis,
Moderno Dicionário da Língua Portuguesa", versão on line.
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