Música estimula comunicação
de autistas com o mundo
Devon
M. Akmon
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Estudante
analisa sons em curso de musicoterapia |
Da Folha Online
A área
de atuação do musicoterapeuta é diversificada.
Pode se dedicar a autistas, deficientes mentais, pessoas com distúrbios
neurológicos,
empresas, escolas ou meninos de rua.
A musicoterapia
aplicada em autistas tem dado resultados positivos. A música
é a única ponte de comunicação possível
para os portadores deste tipo de transtorno neurológico.
Nesses
pacientes, a música não verbalizada é decodificada
no hemisfério direito do cérebro (subjetivo e emotivo).
Ela se move até o centro de respostas emotivas, localizado
no hipotálamo, e passa para o córtex (responsável
pelos estímulos motores e do intelecto).
Os sons verbais, no entanto, não "funcionam" dessa
forma porque são registrados no hemisfério esquerdo,
na região cortical (analítica e lógica) diretamente
do aparelho auditivo.
Em resumo, no autista, a música atinge em primeiro lugar
a emoção para depois passar para reações
físicas, como o batucar, por exemplo, nas pessoas normais.
Dessa forma, o autista consegue interagir com o terapeuta.
Pacientes que sofreram lesão do lado direito do cérebro,
podem ter a percepção melódica comprometida.
O tratamento com musicoterapia, nesse caso, utiliza estímulos
sonoros nas adjacências da área lesada, que criará
novas conexões cerebrais.
Em
casos com pacientes em coma, os resultados também foram bons.
Com fones de ouvido, o paciente ouve fitas gravadas com vozes das
pessoas queridas, músicas preferidas, sons da casa e da natureza.
Os depoimentos de pessoas que saíram do coma confirmaram
o auxílio da musicoterapia: elas tinham as lembranças
reavivadas com os sons, o que motivava o indivíduo a viver.
A terapia
também atua em hospitais, principalmente no auxílio
a crianças emocionalmente instáveis, portadoras de
doenças graves. Crianças que desenvolveram câncer,
por exemplo, fazem uma sessão de musicoterapia antes de serem
"bombardeadas" pela quimioterapia.
Na
área social, há iniciativas com meninos de rua que
visam trabalhar a auto-estima, aumentar a confiança e ensinar
a se autovalorizem. (Jorge
Blat)
Fontes:
Maristela Pires da Cruz Smith, presidente da Associação
de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São
Paulo, e Conceição Rossi, musicoterapeuta e terapeuta
holística da Endocrino-Clínica de São Paulo.
.
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