Os não-fumantes que trabalham em ambientes nos quais é permitido fumar
acabam tirando mais dias de licença do que trabalhadores de empresas
nas quais o fumo é proibido. A conclusão está em um estudo divulgado
hoje em Londres.
A pesquisa realizada por membros da Universidade de Hong Kong, publicado
na revista britânica "Journal of Epidemiology and Community Health"
(Jornal de Epidemiologia e Saúde Pública), acompanhou o estado de
saúde de 10 mil funcionários da polícia chinesa.
Quanto mais tempo os trabalhadores (não-fumantes) pesquisados passavam
em ambientes compartilhados com fumantes, mais dias tinham de pedir
licença para tratamento médico, mais visitas faziam a médicos para
tratar problemas respiratórios e mais tinham de consumir medicamentos.
Até agora, eram conhecidos os riscos a longo prazo do fumo passivo.
A pesquisa é o primeiro indício científico de que os males à saúde
dos não-fumantes expostos ao cigarro pode ser imediato.
Os dados do estudo indicam que quem é fumantes passivo no ambiente
de trabalho há mais de um ano está duas vezes mais propenso a pedir
licença médica do que funcionários de empresas nas quais o fumo é
vetado.
Esses não-fumantes também apresentaram um nível 30% maior de problemas
respiratórios (em comparação com pessoas que trabalham em ambientes
sem cigarro). Os resultados conseguidos nos estudos são constantes,
independentemente do quanto se fumava nos locais pesquisados.
Entre os 10 mil empregados estudados, a metade nunca havia fumado
na vida e 14% eram mulheres.