Ciência e religião
embarcam
no vegetarianismo
da Folha Online
Eduardo
Murauskas/Folha Imagem
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Cerimônia
na fazenda Nova Gokula, Pindamonhangaba (SP). Devotos são
vegetarianos por acreditarem que comer carne traz resultados
negativos ao carma |
O meio
científico volta e meia dirige sua atenção para estudos medindo os
resultados de uma dieta vegetariana para o ser humano.
Pesquisa publicada em 1994 na revista da Associação Médica britânica,
por exemplo, alega que quem segue uma dieta sem proteína animal tem
chances 40% menores de morrer em decorrência de câncer. O estudo,
realizado pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, com 11 mil
voluntários, apontou também um índice menor de doenças cardíacas em
quem não come carne ou outros produtos animais.
Outro trabalho, desta vez feito pela Universidade de Nottingham, no
Reino Unido, com 6.000 mulheres grávidas, concluiu que as vegetarianas
tinham maior chance de ter filhas. Enquanto entre as mães não vegetarianas
há um índice de 106 meninos para cada 100 meninas nascidas, entre
as mulheres que não comem carne os números passam a ser de 85 meninos
para cada 100 meninas.
Contra o hábito vegetariano, pesquisa feita pela Universidade Agrícola
Wageningen, da Holanda, e publicada na revista médica "The American
Journal of Clinical Nutrition", aponta que uma dieta vegetariana nos
primeiros anos de vida gera deficiência de vitamina B-12, traz como
sintomas apatia e letargia e pode levar ao retardo no desenvolvimento
psicomotor e no crescimento.
Vegetarianismo divino
Além da ciência, a batalha vegetariana também já invadiu (e invade)
campos, por assim dizer, santos. O movimento Pessoas por um Tratamento
Ético dos Animais, dos EUA, lançou em 1998 uma campanha alegando que
Jesus não comia carne, e que os verdadeiros cristãos deveriam seguir
esse exemplo.
Segundo o grupo, Cristo era um essênio, seita judaica que evitava
carne. Em carta enviada a mais de 400 bispos, arcebispos e cardeais,
os líderes do movimento sentenciavam: "O fluxo da carne no corpo escurece
a luz do espírito".
Também nos EUA, na década de 70, surgiu o grupo chamado de Doze Tribos,
atualmente com sedes no Brasil em Curitiba e em Londrina, no Paraná.
Apesar de não serem completamente vegetarianos, os adeptos da seita
pregam que "o ideal é comer carne somente para fazer o controle do
rebanho" e que matar outro animal para utilizá-lo como alimento é
uma violação das leis da natureza. (RD)
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