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18/07/2002
-
10h29
JOSIMAR MELO
colunista da Folha
Todo dia surgem novidades gastronômicas na zona norte, da feijoada com pagode a cozinhas mais contemporâneas e internacionais.
Nesta última vertente nasceu o Piatto Santo, em janeiro último. Um lugar pequeno com um cardápio que procurou corresponder às expectativas dos proprietários, jovens gourmets. Um deles, Regis de Macedo Parada, 31, já havia entrado no setor ao abrir a linha de fast food Açaí; é ele quem supervisiona a parte gastronômica, enquanto o sócio Christian Fernandes cuida da parte administrativa.
Uma cozinha moderna é algo enriquecedor para a região; mas se, no entender dos proprietários, esbarra na falta de familiaridade dos consumidores locais com pratos mais ousados, esbarra, isso sim, muito mais na qualidade sofrível com que são servidos no Piatto Santo.
Há uma inadequação do restaurante para com a sua proposta de sofisticação. Quando um garçom oferece um vinho em taça e o cliente, ao perguntar quando o vinho foi aberto, ouve que foi "há duas semanas", é claro que as sirenes de alerta começam a soar.
Quando se pergunta qual parte do animal é servida no prato de javali com menta, arroz integral e legumes, e a resposta é "o peito" (na verdade era o pernil), o despreparo continua evidente.
Por isso não chega a surpreender, quando chega a comida, que o risoto do chef contenha um creme avermelhado, doce e enjoativo (vêm camarões como acompanhamento, grelhados e escoltados por cebolas quase cruas e ácidas).
Com problemas de ponto e de tempero é possível também pedir carré de cordeiro com risoto de ervilhas frescas e batata marinada; a sobremesa, um suposto merengue, pode ser a incrível redundância de uma enorme taça de sorvete de manga com calda de manga (e um minúsculo merengue escondido).
No almoço durante a semana, o Piatto Santo serve agora bufê por quilo; uma cozinha mais trivial que, mais do que estar mais próxima do que o público espera (o que também pode ser verdade), fica mais próxima do que o restaurante consegue realizar.
Restaurante: Piatto Santo
Endereço: r. Casa Forte, 467, Santana, zona norte, SP, tel. 0/ xx/11/6996-1360
Horário: seg. e ter., das 11h30 às 15h; de qua. a sex., das 11h30 às 15h e das 18h à 1h; sáb., das 18h à 1h; dom., das 12h às 17h
Ambiente: em dois planos, simples e agradável
Cozinha: moderna e mal acabada
Quanto: entradas, R$ 7,80; pratos principais, de R$ 12 a R$ 26; sobremesas, de R$ 5,50 a R$ 7,20
Cotação: de R$ 22,01 a R$ 42
Avaliação: ruim
Restaurante Piatto Santo promete uma sofisticação que não tem
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colunista da Folha
Todo dia surgem novidades gastronômicas na zona norte, da feijoada com pagode a cozinhas mais contemporâneas e internacionais.
Nesta última vertente nasceu o Piatto Santo, em janeiro último. Um lugar pequeno com um cardápio que procurou corresponder às expectativas dos proprietários, jovens gourmets. Um deles, Regis de Macedo Parada, 31, já havia entrado no setor ao abrir a linha de fast food Açaí; é ele quem supervisiona a parte gastronômica, enquanto o sócio Christian Fernandes cuida da parte administrativa.
Uma cozinha moderna é algo enriquecedor para a região; mas se, no entender dos proprietários, esbarra na falta de familiaridade dos consumidores locais com pratos mais ousados, esbarra, isso sim, muito mais na qualidade sofrível com que são servidos no Piatto Santo.
Há uma inadequação do restaurante para com a sua proposta de sofisticação. Quando um garçom oferece um vinho em taça e o cliente, ao perguntar quando o vinho foi aberto, ouve que foi "há duas semanas", é claro que as sirenes de alerta começam a soar.
Quando se pergunta qual parte do animal é servida no prato de javali com menta, arroz integral e legumes, e a resposta é "o peito" (na verdade era o pernil), o despreparo continua evidente.
Por isso não chega a surpreender, quando chega a comida, que o risoto do chef contenha um creme avermelhado, doce e enjoativo (vêm camarões como acompanhamento, grelhados e escoltados por cebolas quase cruas e ácidas).
Com problemas de ponto e de tempero é possível também pedir carré de cordeiro com risoto de ervilhas frescas e batata marinada; a sobremesa, um suposto merengue, pode ser a incrível redundância de uma enorme taça de sorvete de manga com calda de manga (e um minúsculo merengue escondido).
No almoço durante a semana, o Piatto Santo serve agora bufê por quilo; uma cozinha mais trivial que, mais do que estar mais próxima do que o público espera (o que também pode ser verdade), fica mais próxima do que o restaurante consegue realizar.
Restaurante: Piatto Santo
Endereço: r. Casa Forte, 467, Santana, zona norte, SP, tel. 0/ xx/11/6996-1360
Horário: seg. e ter., das 11h30 às 15h; de qua. a sex., das 11h30 às 15h e das 18h à 1h; sáb., das 18h à 1h; dom., das 12h às 17h
Ambiente: em dois planos, simples e agradável
Cozinha: moderna e mal acabada
Quanto: entradas, R$ 7,80; pratos principais, de R$ 12 a R$ 26; sobremesas, de R$ 5,50 a R$ 7,20
Cotação: de R$ 22,01 a R$ 42
Avaliação: ruim
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