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29/08/2002
-
08h59
da Folha de S.Paulo
"A moda pode dar asas para a pessoa voar e nunca mais parar, mas pode se tornar uma camisa-de-força, uma espécie de prisão perpétua", diz o estilista Ronaldo Fraga sobre a capacidade que a moda tem de tiranizar aqueles que a seguem indiscriminadamente, "sem senso crítico e autoconhecimento", diz a estilista Clô Orozco.
O apelo do mercado é tamanho que muita gente acaba mesmo aderindo a tudo o que a moda lança sem dar a mínima para o bem-estar. E por bem-estar entenda-se não apenas aspectos objetivos -tecido que traz sensação de conforto, sapato que não aperta, bolsa com dimensão adequada-, mas aspectos subjetivos, ligados à personalidade do usuário. "Se o ícone do momento é o sapato X ou a calça Y, o "fashion vietim" vai usar essas peças mesmo que o salto machuque seu pé e a calça dificulte seus movimentos", diz Orozco. Ou, ainda que seja difícil carregar o filho no colo porque o modelo da camisa bloqueia os movimentos, a pessoa opta pelo desconforto à possibilidade de ser chamada de "fora de moda".
E isso porque, segundo a pesquisadora de moda Diana Galvão, da Anhembi Morumbi, o mal-estar em não exibir a peça que é a sensação do momento é maior do que o de usá-la sob condições desfavoráveis no quesito conforto.
Quem segue as tendências simplesmente por seguir preocupa-se muito mais com o olhar alheio do que aquele que utiliza a moda a serviço de sua personalidade. O problema é que a sensação de segurança que a pessoa sente por estar "in" é ilusória. "No fundo, ela se sente insegura porque sabe que aquela roupa não tem a ver com a sua forma de ser; ela fica refém do olhar do outro", diz a professora de psicossociologia da moda Rosane Preciosa.
E isso sem contar que, como diz o filósofo e colunista da Folha Mario Sergio Cortella, "diante da exuberância e multiplicidade de signos que sempre surgem como novidade na moda com uma velocidade absurda, aquele que tentar acompanhar tudo pode entrar num estado que beira a neurose".
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"A moda pode dar asas para a pessoa voar e nunca mais parar, mas pode se tornar uma camisa-de-força, uma espécie de prisão perpétua", diz o estilista Ronaldo Fraga sobre a capacidade que a moda tem de tiranizar aqueles que a seguem indiscriminadamente, "sem senso crítico e autoconhecimento", diz a estilista Clô Orozco.
O apelo do mercado é tamanho que muita gente acaba mesmo aderindo a tudo o que a moda lança sem dar a mínima para o bem-estar. E por bem-estar entenda-se não apenas aspectos objetivos -tecido que traz sensação de conforto, sapato que não aperta, bolsa com dimensão adequada-, mas aspectos subjetivos, ligados à personalidade do usuário. "Se o ícone do momento é o sapato X ou a calça Y, o "fashion vietim" vai usar essas peças mesmo que o salto machuque seu pé e a calça dificulte seus movimentos", diz Orozco. Ou, ainda que seja difícil carregar o filho no colo porque o modelo da camisa bloqueia os movimentos, a pessoa opta pelo desconforto à possibilidade de ser chamada de "fora de moda".
E isso porque, segundo a pesquisadora de moda Diana Galvão, da Anhembi Morumbi, o mal-estar em não exibir a peça que é a sensação do momento é maior do que o de usá-la sob condições desfavoráveis no quesito conforto.
Quem segue as tendências simplesmente por seguir preocupa-se muito mais com o olhar alheio do que aquele que utiliza a moda a serviço de sua personalidade. O problema é que a sensação de segurança que a pessoa sente por estar "in" é ilusória. "No fundo, ela se sente insegura porque sabe que aquela roupa não tem a ver com a sua forma de ser; ela fica refém do olhar do outro", diz a professora de psicossociologia da moda Rosane Preciosa.
E isso sem contar que, como diz o filósofo e colunista da Folha Mario Sergio Cortella, "diante da exuberância e multiplicidade de signos que sempre surgem como novidade na moda com uma velocidade absurda, aquele que tentar acompanhar tudo pode entrar num estado que beira a neurose".
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