Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/06/2001 - 20h12

Parada do Orgulho Gay reúne 200 mil, segundo a PM

Publicidade

SÍLVIA CORRÊA
ESTANISLAU MARIA
da Folha de S.Paulo

A 5ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), realizada hoje no centro de São Paulo, contou com o maior público já registrado em eventos do gênero no país.

De acordo com o Comando de Operações da Polícia Militar, que manteve 400 policiais na área, cerca de 200 mil pessoas acompanharam a caminhada das 15h às 19h. Entre elas estavam a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o deputado José Genoino, pré-candidato petista ao governo.

A participação vem aumentando ano a ano. Nas edições anteriores, ela reuniu de 2.000 pessoas (1997) a 100 mil (2000). O número deste ano põe o evento paulista entre os maiores do mundo, atrás de Sydney e Nova York (500 mil), Berlim (350 mil), San Francisco (300 mil) e Paris (250 mil).

As ruas do centro foram interditadas, provocando um congestionamento atípico para domingo. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou nove quilômetros de filas nas avenidas Paulista, Rebouças, Ipiranga, rua da Consolação e proximidades.

Um domingo de junho foi adotado para comemorar em todo mundo o orgulho gay devido a um grande confronto de homossexuais contra policiais, em 28 de junho de 1969, em Nova York.

Mas o tom crítico do ato cede, ano a ano, lugar à festa. Hoje, ela foi um verdadeiro Carnaval fora de época, com 12 carros de som, três ônibus, arco-íris de bexigas e bandeiras de seis cores, símbolo GLBT, que representam a vida (roxo), o coração (laranja), o sol (amarelo), a natureza (verde), a harmonia (azul anil) e o espírito (violeta). Mas não faltaram bandeiras vermelhas do PSTU e da CUT e cartazes de protesto contra o preconceito, além da distribuição de 20 mil preservativos.

O motivo principal da manifestação era o orgulho gay e a celebração da liberdade de opção, mas via-se de tudo: jovens garotas de mãos dadas, moços se beijando, homens vestidos de anjinho e de Chapeuzinho Vermelho, velhos homossexuais, drag queens, pais levando os filhos nos ombros, viúvas com cachorrinhos e muitas famílias.

O slogan da parada pedia que os participantes abraçassem a diferença. E eles abraçaram.

"Vim para dizer ao presidente que o Brasil tem de ser alegre assim", disse a aposentada Helena Vieira Vinhal, 70. "Queremos que ele cresça respeitando a diferença", disse o professor Vicente Valery, que, acompanhado pela mulher, Flávia, carregava o filho Antônio, 2, nos ombros.

A multidão começou a se concentrar às 14h na Paulista. Pouco depois das 15h, a parada foi aberta por um discurso de Marta Suplicy, que destacou o respeito à diversidade, o tom cívico do evento e a presença das famílias.

Marta acompanhou a parada até as 16h de cima do abre-alas. Atirou beijos, foi saudada aos gritos, dançou e cantou. Na saída, disse que a prefeitura planeja criar uma semana de eventos desse tipo no ano que vem para atrair turistas e celebrar a cidadania.

Depois do discurso da prefeita, o cantor Edson Cordeiro cantou o Hino Nacional e o hit "I will survive", que levantou a multidão que tomava aproximadamente um quilômetro da Paulista. As calçadas também estavam lotadas e muitos paulistanos assistiam à festa das janelas dos prédios, jogando papel picado.

O abre-alas chegou à praça da República às 17h50. Às 19h, os participantes cantaram o "Hino à Diversidade" _tema da parada_ e começaram a preparar uma oração, que seria dedicada ao adestrador Edson Néris da Silva, morto em fevereiro de 2000 por um grupo de carecas na praça da República.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página