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05/12/2002
-
02h57
da Folha de S. Paulo
O impacto do desemprego sobre a saúde física e psíquica da pessoa pode ser mais duradouro e de maior dimensão do que se imagina.
Pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Michigan (EUA) com 756 pessoas, com idade média de 36 anos e que haviam perdido o emprego há menos de 13 semanas, mostrou que a crise que acompanha a demissão é mais prejudicial que a própria perda do emprego.
Depressão, perda do controle pessoal, crises emocionais e empobrecimento da saúde física são sintomas que podem ser desencadeados pelo desemprego e perdurar por até dois anos, mesmo nas pessoas que já estão com emprego novo, conforme mostrou o estudo.
Para a psicóloga Cida Lopes, que trabalha com recolocação profissional, a primeira sensação que costuma abalar o demitido é a de incompetência. "Por mais que a pessoa saiba que a causa foi uma restruturação de mercado, por exemplo, e não o seu desempenho, ela tende a se achar incapaz e derrotada", afirma a psicóloga.
O administrador de empresas Renato Vargas, 37, foi demitido de um cargo de gerência comercial em fevereiro deste ano. Não esperava o afastamento, pois "apresentava uma história de ascensão na empresa".
"Fiquei pensando onde havia errado. O sentimento de incompetência foi muito grande no início, além de tristeza", conta ele.
Indignação, frustração, desânimo e insegurança também são comuns.
Entre os vários casos relatados pelos consultores, um ilustra bem a insegurança do demitido: a pessoa continuava saindo de casa no horário de sempre para que os vizinhos não desconfiassem de que havia perdido o emprego. "O fator família pode acentuar tudo isso; o desempregado fica no dilema: "O que meu filho vai pensar? E a minha mulher?'", diz Lopes.
Nesses casos, os familiares também são chamados a participar dos encontros com o psicólogo, a fim de minimizar o impacto que a demissão possa ter também sobre eles.
Quando o cônjuge também trabalha, a situação é mais tranquila. A dona-de-casa, diz Lopes, como desconhece o mercado e sente mais os efeitos da falta de salário do marido, cobra mais.
O importante é tanto o demitido quanto a família encararem o momento como passageiro. "Se a pessoa colocar na cabeça que nunca mais vai conseguir se recolocar, pode apresentar uma depressão profunda", diz Lopes.
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Depressão, perda do controle pessoal, crises emocionais e empobrecimento da saúde física são sintomas que podem ser desencadeados pelo desemprego e perdurar por até dois anos, mesmo nas pessoas que já estão com emprego novo, conforme mostrou o estudo.
Para a psicóloga Cida Lopes, que trabalha com recolocação profissional, a primeira sensação que costuma abalar o demitido é a de incompetência. "Por mais que a pessoa saiba que a causa foi uma restruturação de mercado, por exemplo, e não o seu desempenho, ela tende a se achar incapaz e derrotada", afirma a psicóloga.
O administrador de empresas Renato Vargas, 37, foi demitido de um cargo de gerência comercial em fevereiro deste ano. Não esperava o afastamento, pois "apresentava uma história de ascensão na empresa".
"Fiquei pensando onde havia errado. O sentimento de incompetência foi muito grande no início, além de tristeza", conta ele.
Indignação, frustração, desânimo e insegurança também são comuns.
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Nesses casos, os familiares também são chamados a participar dos encontros com o psicólogo, a fim de minimizar o impacto que a demissão possa ter também sobre eles.
Quando o cônjuge também trabalha, a situação é mais tranquila. A dona-de-casa, diz Lopes, como desconhece o mercado e sente mais os efeitos da falta de salário do marido, cobra mais.
O importante é tanto o demitido quanto a família encararem o momento como passageiro. "Se a pessoa colocar na cabeça que nunca mais vai conseguir se recolocar, pode apresentar uma depressão profunda", diz Lopes.
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