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22/03/2003
-
09h30
BRUNO LIMA
free-lance para a Folhinha
De uma hora para a outra, Patrícia, 12, nem se lembrava mais de que tinha bonecas. Pedro, 9, passou a se achar estranho e a pensar que ninguém queria ser seu amigo.
A culpada por deixar os dois assim para baixo, achando a vida sem graça, é uma doença que todo mundo pensa que é coisa de adulto, mas que criança também pode ter. O nome dela é depressão.
Patrícia tinha oito anos e Pedro, sete, quando ficaram deprimidos. Foram ao médico, tiveram de tomar remédios e hoje contam que voltaram a achar a vida divertida.
"Sentia que não servia para nada, eu me sentia horroroso", diz Pedro. A mãe dele conta que ele mudou de casa, de escola e ganhou um irmão, tudo ao mesmo tempo.
"Comecei a me sentir mal. Parece que eu mudo de uma hora para a outra. É como estar com um chinelo, e o sapato mudar sozinho, de repente."
A depressão é uma doença que altera o estado de humor (o jeito como a gente sente as coisas). Por isso até as coisas legais podem ficar chatas.
Patrícia ficou deprimida depois que uma amiga da escola morreu. Ela ainda toma dois tipos de remédio por dia, mas voltou a brincar. A maior prova disso é que ela está com o braço esquerdo engessado.
Há dois meses, ela caiu do skate. "Antes nem queria brincar, eu era triste", conta. Agora, o braço quebrado virou uma espécie de troféu.
Crianças com depressão sentem mais medo e têm pesadelos. Luciano, 6, tinha quatro anos quando passou a sonhar com monstros. "Tinha pesadelo todo dia que eu ia para a minha cama."
Patrícia, 12, que ainda toma remédios, conta que sempre pediu um quarto só dela. Conseguiu, mas agora não dorme sozinha. "Durmo com minha mãe. Tenho medo, como se tivesse um fantasma ao meu lado."
Ficar triste é bom sinal
Médicos explicam a diferença entre tristeza e depressão. "Ficar triste quando acontece uma coisa ruim é um bom sinal, pois significa que a pessoa está viva, que reage ao mundo", diz o médico Jairo Werner Júnior, da Universidade Federal Fluminense.
"É normal chorar, ficar triste, pois isso passa. Depressão é quando a pessoa não melhora e acha a vida chata", afirma a médica Lee Fu I, do Hospital das Clínicas da USP.
"Quem está triste pede colo, põe para fora. O deprimido não consegue, quase não chora nem ri", diz a psicóloga da PUC-SP, Silvana Rabello.
Segundo os especialistas, a terapia é muito importante no tratamento da depressão.
Palavras como "depressão" e "estresse" estão na moda e muita gente fala sobre isso. Às vezes, uma criança escuta uma conversa e sai repetindo.
"Mesmo sem ter nada, a criança diz que está "deprimida' e deixa todo mundo preocupado", explica o médico Estevão Vadasz, do Instituto de Psiquiatria da USP.
Os nomes das crianças foram trocados. Elas escolheram os nomes que queriam ter na reportagem.
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Criança deve pedir ajuda para sair da depressão
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De uma hora para a outra, Patrícia, 12, nem se lembrava mais de que tinha bonecas. Pedro, 9, passou a se achar estranho e a pensar que ninguém queria ser seu amigo.
A culpada por deixar os dois assim para baixo, achando a vida sem graça, é uma doença que todo mundo pensa que é coisa de adulto, mas que criança também pode ter. O nome dela é depressão.
Patrícia tinha oito anos e Pedro, sete, quando ficaram deprimidos. Foram ao médico, tiveram de tomar remédios e hoje contam que voltaram a achar a vida divertida.
"Sentia que não servia para nada, eu me sentia horroroso", diz Pedro. A mãe dele conta que ele mudou de casa, de escola e ganhou um irmão, tudo ao mesmo tempo.
"Comecei a me sentir mal. Parece que eu mudo de uma hora para a outra. É como estar com um chinelo, e o sapato mudar sozinho, de repente."
A depressão é uma doença que altera o estado de humor (o jeito como a gente sente as coisas). Por isso até as coisas legais podem ficar chatas.
Patrícia ficou deprimida depois que uma amiga da escola morreu. Ela ainda toma dois tipos de remédio por dia, mas voltou a brincar. A maior prova disso é que ela está com o braço esquerdo engessado.
Há dois meses, ela caiu do skate. "Antes nem queria brincar, eu era triste", conta. Agora, o braço quebrado virou uma espécie de troféu.
Crianças com depressão sentem mais medo e têm pesadelos. Luciano, 6, tinha quatro anos quando passou a sonhar com monstros. "Tinha pesadelo todo dia que eu ia para a minha cama."
Patrícia, 12, que ainda toma remédios, conta que sempre pediu um quarto só dela. Conseguiu, mas agora não dorme sozinha. "Durmo com minha mãe. Tenho medo, como se tivesse um fantasma ao meu lado."
Ficar triste é bom sinal
Médicos explicam a diferença entre tristeza e depressão. "Ficar triste quando acontece uma coisa ruim é um bom sinal, pois significa que a pessoa está viva, que reage ao mundo", diz o médico Jairo Werner Júnior, da Universidade Federal Fluminense.
"É normal chorar, ficar triste, pois isso passa. Depressão é quando a pessoa não melhora e acha a vida chata", afirma a médica Lee Fu I, do Hospital das Clínicas da USP.
"Quem está triste pede colo, põe para fora. O deprimido não consegue, quase não chora nem ri", diz a psicóloga da PUC-SP, Silvana Rabello.
Segundo os especialistas, a terapia é muito importante no tratamento da depressão.
Palavras como "depressão" e "estresse" estão na moda e muita gente fala sobre isso. Às vezes, uma criança escuta uma conversa e sai repetindo.
"Mesmo sem ter nada, a criança diz que está "deprimida' e deixa todo mundo preocupado", explica o médico Estevão Vadasz, do Instituto de Psiquiatria da USP.
Os nomes das crianças foram trocados. Elas escolheram os nomes que queriam ter na reportagem.
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