Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/04/2003 - 15h06

Deficiente faz malabarismo para andar por São Paulo

Publicidade

RAQUEL COZER
do Agora SP

O acesso a transportes e locomoção nas ruas são desafios para deficientes físicos de São Paulo. A iniciativa privada tem consciºencia só quando a lei exige.

Poucas pessoas compreendem mais a importância do direito de ir e vir, garantido pela Constituição de 88, do que os deficientes físicos.

O Agora constatou que alguns "detalhes" de São Paulo tornam a vida bastante difícil para quem depende de cadeiras de rodas para se locomover.

Os problemas mais graves têm relação com meios de transporte e vias públicas. Na iniciativa privada, a situação é melhor. Mesmo assim, as normas de acessibilidade estipuladas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) só costumam ser seguidas quando exigidas por lei _caso de bancos, cinemas, teatros, shopping centers, casas de shows e estádios.

Em bares, farmácias e padarias, que não têm obrigação legal de oferecer acessibilidade, é raro até ver rampas na entrada _a demonstração mais simples de consciência.

A reportagem levou o professor de tênis Sérgio Gatto, 36 anos, para um passeio pela cidade. No trajeto, ele demonstrou algumas das dificuldades vividas pelos cadeirantes.

Na estação de metrô da praça da Sé (centro), da linha azul, Gatto precisou descer com a cadeira de rodas pela escada rolante, de costas, para que a roda encaixasse nos degraus. Para não correr o risco de a cadeira virar, pediu a uma pessoa para que ficasse um degrau abaixo do dele. "Eles dizem que têm funcionários para nos ajudar, mas como chamá-los daqui de cima?", questionou.

Continuando o "passeio" pela praça da Sé, algumas surpresas. Ao tentar atravessá-la, Gatto deparou-se com cinco lances de escada. A solução foi tentar o percurso pela lateral da praça. Mas a calçada acabou de repente, sem nenhuma rampa que permitisse a Gatto continuar sozinho.

Na avenida Paulista, o professor esperou 20 minutos por um ônibus adaptado. Nos 40 minutos seguintes, não passou mais nenhum. Nesse período, atravessaram a Paulista 88 ônibus comuns.

A reportagem também percorreu algumas das principais avenidas da cidade. Bons exemplos, como a avenida Paulista, com guias rebaixadas em todos os cruzamentos, são minoria. A rua Brigadeiro Faria Lima tem rebaixamento em metade de seus cruzamentos, mas há casos incompreensíveis _como na rua Iraci, onde só há rebaixamento em uma das duas esquinas. Na avenida Brasil, apenas dois cruzamentos têm rebaixamento de guias.

Leia mais:
  • Prefeitura propõe "só pôr a lei em prática" para melhor acesso
  • Rubens Paiva critica "atraso" no acesso a deficientes em SP
  • Saiba o que SP oferece e o que não oferece aos deficientes
  • Outro lado: Órgãos públicos e privados estão em adaptação
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página