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22/05/2003 - 09h46

Vales chilenos originam bons rubros e brancos

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JORGE CARRARA
da Folha de S.Paulo, no Chile

A viña Errazuriz é uma das vinícolas mais antigas do Chile. Ela foi fundada em 1870 por Maximiano Errazuriz. Diferentemente do resto dos pioneiros da indústria vitivinícola chilena, Errazuriz não escolheu os terrenos que rodeiam a cidade de Santiago, no vale do Maipo, para estabelecer a sua firma.

Ele fincou o pé a cerca de cem quilômetros ao norte, no (belo) vale do Aconcágua, sendo o primeiro a estabelecer vinhedos e construir uma adega no lugar.

Foi precisamente por aquelas bandas que começou a visita realizada na semana passada ao Chile. A vinícola da Errazuriz continua lá (apenas reconstruída em 1915 após ter sido destruída por um terremoto). Hoje a firma é pilotada por Eduardo Chadwick, descendente do fundador, e possui cerca de 200 hectares de vinhedos, dedicados às cepas tintas, vocação do vale. De quatro deles (chamados Max, um a quatro) surgem os grãos que alimentam o tinto top da casa, o Don Maximiano Founder's Reserve, um dos melhores rubros do país.

Entre os melhores vinhos degustados (modelados pelo time do enólogo californiano Edward Flaherty) na Errazuriz (e no resto da viagem) há vários que já podem ser encontrados por aqui (veja quadro) e outros pelos quais vale a pena aguardar. Neste último departamento, o dos vinhos que devem chegar em breve por aqui, destaque para um branco, o Wild Ferment Chardonnay 2002 (complexo, com bom corpo e perfume intenso), e um belo tinto de uva Syrah (uma cepa que está dando excelentes resultados no Chile), o Max Reserve 2001, de aroma potente (frutas vermelhas, baunilha) e paladar rico e com boa textura.

A degustação em Aconcágua incluiu também duas verticais (diferentes safras do mesmo vinho) do Don Maximiano Founder's Reserve, colheitas 97 a 01, e dos mesmos anos do Seña, outro tinto topo de linha, produto de uma sociedade nascida em 1996, entre Eduardo Chadwick e o renomado produtor californiano Robert Mondavi.

Os dois supertintos (ambos nascem de uma seleção de vinhos oriundos dos vinhedos Max) apresentaram uma performance paralela, mostrando-se mais estruturados e tânicos em 97 e 99, mais leves e ácidos em 98, um ano chuvoso e complicado, e mais frutados, redondos e elegantes em 2000 e 2001, estas últimas safras, em ambos os vinhos, as minhas favoritas.
A sociedade da Errazuriz com Mondavi não se limita a Seña. Os dois são sócios também na Viña Caliterra, localizada no vale de Colchagua, cerca de 170 quilômetros ao sudoeste de Santiago. Lá, a Caliterra tem uma propriedade, La Arboleda, com 210 hectares de vinhedos e uma moderna vinícola, construída em 1998.

Na prova dos tintos e brancos da casa, mais uma vez os exemplares da uva carmenère, uma espécie de emblema da indústria chilena, ficaram à sombra dos syrah. Agradou aqui o Arboleda Syrah 2001, de paladar bem estruturado, mas macio, com bom conteúdo de fruta e final longo.

Brilhou também o Arboleda Cabernet Sauvignon 2000 de aroma potente (cassis, leve eucalipto), equilibrado e redondo na boca, um dos melhores cabernet da viagem.

O colunista Jorge Carrara viajou ao Chile a convite da Expand Importadora e da viña Caliterra

 

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