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12/10/2003
-
10h55
RAQUEL COZER
do Agora SP
A explicação é o contato desde cedo com brinquedos eletrônicos e computador. Excesso de informação pode reduzir capacidade de análise.
Mais espertas, rápidas no raciocínio, espontâneas e com respostas na ponta da língua. As crianças, que comemoram o seu dia hoje, incorporaram de tal modo a tecnologia ao seu mundo que acabaram ganhando características bem diferentes daquelas de cerca de duas décadas atrás.
Estudos mostram que o QI (quociente de inteligência) tem se elevado em aproximadamente 20 pontos de uma geração para outra. Conhecido como "efeito de Flynn", em homenagem ao cientista político James Flynn --o primeiro a relacionar essa elevação à mudança de geração--, o fator tem sido atribuído à melhor nutrição e à maior escolaridade. Mas a principal responsável por isso, segundo especialistas, é a aproximação da tecnologia _brinquedos eletrônicos e computadores_ à vida dos pequenos.
Para a psicopedagoga Cláudia Feldman, do Kadima Núcleo de Desenvolvimento Integrado, outra vantagem do acesso maior às informações é que as crianças tendem a ser menos preconceituosas em relação a realidades fisicamente mais distantes. "Por outro lado, os pais passam a ser menos referência. A educação já não depende tanto do que se ensina dentro de casa", diz a pedagoga.
Menos criatividade
Trocar as brincadeiras de rua e o contato com os amigos por horas na frente do computador também têm seus aspectos negativos. Segundo o neuropediatra Mauro Muszkat, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), atividades pouco lúdicas interferem na capacidade de contextualização.
"As crianças entendem as informações mais rapidamente porque são 'treinadas' com jogos de videogame. Em compensação, o grande número de informações reduz a capacidade de armazenamento", afirma. Em outras palavras: a capacidade de comparação e de análise dessa avalanche de informações fica reduzida.
"A criança absorve e compreende tudo o que é transmitido, mas, na hora de colocar essa quantidade de informações em prática, fica sem saber o que fazer", diz Cláudia. Outro aspecto negativo pode ser a redução da criatividade. "Se o brinquedo já 'brinca sozinho', exige menos da criança", avalia ela.
O aumento no QI não significa, necessariamente, que as crianças de hoje sejam mais inteligentes. "Ainda não dá para avaliar como isso pode se refletir na personalidade delas quando se tornarem adultas", acredita Muszkat. Por via das dúvidas, uma das maiores formas de estimular a criatividade não chega a ser um segredo: deixar a criança brincar à vontade.
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Crianças de hoje têm QI maior e são mais ágeis
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do Agora SP
A explicação é o contato desde cedo com brinquedos eletrônicos e computador. Excesso de informação pode reduzir capacidade de análise.
Mais espertas, rápidas no raciocínio, espontâneas e com respostas na ponta da língua. As crianças, que comemoram o seu dia hoje, incorporaram de tal modo a tecnologia ao seu mundo que acabaram ganhando características bem diferentes daquelas de cerca de duas décadas atrás.
Estudos mostram que o QI (quociente de inteligência) tem se elevado em aproximadamente 20 pontos de uma geração para outra. Conhecido como "efeito de Flynn", em homenagem ao cientista político James Flynn --o primeiro a relacionar essa elevação à mudança de geração--, o fator tem sido atribuído à melhor nutrição e à maior escolaridade. Mas a principal responsável por isso, segundo especialistas, é a aproximação da tecnologia _brinquedos eletrônicos e computadores_ à vida dos pequenos.
Para a psicopedagoga Cláudia Feldman, do Kadima Núcleo de Desenvolvimento Integrado, outra vantagem do acesso maior às informações é que as crianças tendem a ser menos preconceituosas em relação a realidades fisicamente mais distantes. "Por outro lado, os pais passam a ser menos referência. A educação já não depende tanto do que se ensina dentro de casa", diz a pedagoga.
Menos criatividade
Trocar as brincadeiras de rua e o contato com os amigos por horas na frente do computador também têm seus aspectos negativos. Segundo o neuropediatra Mauro Muszkat, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), atividades pouco lúdicas interferem na capacidade de contextualização.
"As crianças entendem as informações mais rapidamente porque são 'treinadas' com jogos de videogame. Em compensação, o grande número de informações reduz a capacidade de armazenamento", afirma. Em outras palavras: a capacidade de comparação e de análise dessa avalanche de informações fica reduzida.
"A criança absorve e compreende tudo o que é transmitido, mas, na hora de colocar essa quantidade de informações em prática, fica sem saber o que fazer", diz Cláudia. Outro aspecto negativo pode ser a redução da criatividade. "Se o brinquedo já 'brinca sozinho', exige menos da criança", avalia ela.
O aumento no QI não significa, necessariamente, que as crianças de hoje sejam mais inteligentes. "Ainda não dá para avaliar como isso pode se refletir na personalidade delas quando se tornarem adultas", acredita Muszkat. Por via das dúvidas, uma das maiores formas de estimular a criatividade não chega a ser um segredo: deixar a criança brincar à vontade.
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