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18/03/2004
-
07h47
KARINA KLINGER
free-lance para a Folha
Acaba de chegar ao país um novo tratamento para o mal de Alzheimer, doença degenerativa que causa a morte gradual dos neurônios. Trata-se da substância memantina. Com ela, surge um novo grupo de drogas eficaz, principalmente, para a doença em estágios intermediário e avançado. A substância está presente em dois medicamentos --um já está à venda no Brasil, o outro está previsto para chegar em maio.
A droga não apenas ameniza os sintomas da enfermidade como tem ação neuroprotetora. "Diferentemente das drogas convencionais, que aumentam a produção da acetilcolina, neurotransmissor que está reduzido em que tem o mal, a memantina inibe o fluxo de cálcio nas células, restaurando a fisiologia delas e retardando a degradação celular", diz o neurologista Paulo Bertolucci, da Unifesp.
Segundo o geriatra João Toniolo Neto, também da Unifesp, até então os medicamentos disponíveis (rivastignina, donepezil e galantamina) atuavam só no estágio inicial da doença. "Não tínhamos recursos para tratar as fases intermediária e avançada. Com a memantina, é possível trazer mais qualidade de vida ao paciente, melhorando não só as falhas em sua memória e o seu humor, como atrasando a morte dos neurônios", diz.
Em janeiro último, um estudo publicado no "Journal of the American Medical Association", com 404 pacientes de 37 instituições, mostrou que aqueles que tomaram a memantina associada ao donepezil apresentaram melhora na memória e nas atividades diárias. Segundo as famílias, os pacientes mostraram-se mais participativos nas conversas, menos depressivos e voltaram a praticar tarefas simples, como atender ao telefone.
A doença atinge 50% da população com mais de 90 anos e de 3% a 5% das pessoas com mais de 75. No Brasil, estima-se que 1 milhão de pessoas convivam com a doença. "Tudo começa com pequenos lapsos de memória, dificuldade em realizar tarefas corriqueiras, como amarrar os sapatos, até o paciente apresentar aumento no déficit cognitivo, perda de expressão, fala, movimentos e tornar-se dependente", diz Toniolo.
Nova droga retarda efeito de Alzheimer
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free-lance para a Folha
Acaba de chegar ao país um novo tratamento para o mal de Alzheimer, doença degenerativa que causa a morte gradual dos neurônios. Trata-se da substância memantina. Com ela, surge um novo grupo de drogas eficaz, principalmente, para a doença em estágios intermediário e avançado. A substância está presente em dois medicamentos --um já está à venda no Brasil, o outro está previsto para chegar em maio.
A droga não apenas ameniza os sintomas da enfermidade como tem ação neuroprotetora. "Diferentemente das drogas convencionais, que aumentam a produção da acetilcolina, neurotransmissor que está reduzido em que tem o mal, a memantina inibe o fluxo de cálcio nas células, restaurando a fisiologia delas e retardando a degradação celular", diz o neurologista Paulo Bertolucci, da Unifesp.
Segundo o geriatra João Toniolo Neto, também da Unifesp, até então os medicamentos disponíveis (rivastignina, donepezil e galantamina) atuavam só no estágio inicial da doença. "Não tínhamos recursos para tratar as fases intermediária e avançada. Com a memantina, é possível trazer mais qualidade de vida ao paciente, melhorando não só as falhas em sua memória e o seu humor, como atrasando a morte dos neurônios", diz.
Em janeiro último, um estudo publicado no "Journal of the American Medical Association", com 404 pacientes de 37 instituições, mostrou que aqueles que tomaram a memantina associada ao donepezil apresentaram melhora na memória e nas atividades diárias. Segundo as famílias, os pacientes mostraram-se mais participativos nas conversas, menos depressivos e voltaram a praticar tarefas simples, como atender ao telefone.
A doença atinge 50% da população com mais de 90 anos e de 3% a 5% das pessoas com mais de 75. No Brasil, estima-se que 1 milhão de pessoas convivam com a doença. "Tudo começa com pequenos lapsos de memória, dificuldade em realizar tarefas corriqueiras, como amarrar os sapatos, até o paciente apresentar aumento no déficit cognitivo, perda de expressão, fala, movimentos e tornar-se dependente", diz Toniolo.
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