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30/05/2004 - 03h14

Homeopatia será incentivada no SUS

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AURELIANO BIANCARELLI
da Folha de S.Paulo

Há duas semanas, o Ministério da Saúde reuniu as lideranças envolvidas com a homeopatia para um seminário de três dias em Brasília. Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde convocou médicos homeopatas da rede pública para um encontro amanhã.

Os objetivos das duas reuniões são os mesmos: mapear os serviços, descobrir o número de profissionais, a demanda dos pacientes e incentivar a prática da homeopatia dentro dos serviços do SUS, o Sistema Único de Saúde.

As iniciativas têm duas faces. Uma é o fato de a rede pública desconhecer os serviços "não-convencionais" que oferece; a outra assinala para a intenção de ordenar e ampliar esses serviços. O seminário de Brasília pretende iniciar a construção de uma política nacional das "medicinas naturais e práticas complementares". A homeopatia inaugurou a pauta e será seguida pela acupuntura, fitoterapia e outras práticas.

"A idéia é fornecer subsídios para a formação de profissionais, envolver a academia e definir como será organizada a assistência do SUS nessa área", disse Flávio Dantas, professor titular de homeopatia da Universidade Federal de Uberlândia e professor convidado da Universidade Federal de São Paulo.

Outro tema em pauta na "homeopatia pública" é não limitá-la ao atendimento primário dos postos de saúde, mas levá-la aos hospitais secundários e terciários.

Em São Paulo, não se sabe quantos médicos homeopatas há nas cerca de 20 unidades de saúde municipalizadas que oferecem homeopatia. Em quase todos eles, a espera passa de três meses.

No entanto, o Brasil "tem cerca de 15 mil médicos que fizeram curso de especialização em homeopatia", diz Ariovaldo Ribeiro Filho, presidente da Associação Paulista de Homeopatia. Na lista das cerca de 50 especialidades médicas, a homeopatia ocuparia o 16º posto em profissionais.

Há pesquisas no Brasil e no exterior que mostram a satisfação do paciente com a homeopatia --70% a 80% deles dizem estar satisfeitos. Um seguimento de dois anos feito pelo médico Gil Moreira Neto, do centro de saúde Paula Souza, de São Paulo, mostrou que 70% apresentaram melhora depois de três consultas.

A satisfação e os bons resultados são duas das razões que estão levando o serviço público a dar mais atenção à homeopatia. A outra toca também o bolso: os remédios homeopáticos não pagam royalties, são de produção mais simples e barata e, por isso mesmo, custam menos.

Em Santos, pesquisa com 27 pacientes com osteoporose mostrou que a homeopatia e o tratamento com droga de primeira linha chegaram ao mesmo resultado. O tratamento convencional custa seis vezes mais que o homeopata, diz a médica Selma Freire, coordenadora municipal do setor de homeopatia de Santos. Além de gastar menos com remédio, o fato de a homeopatia valorizar a escuta e a relação médico-paciente acaba exigindo menos exames, menos encaminhamentos a especialistas e reduz as idas ao médico.

Embora uma consulta homeopática tome o dobro do tempo, os custos acabam sendo menores. "Há um movimento dos planos de saúde de pagar mais pelas consultas homeopáticas. Elas resultam em menores gastos no conjunto", diz o médico Gil Moreira.
 

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