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11/07/2004
-
06h49
LEANDRO FORTINO
da Folha de S.Paulo
A psiquiatra Maria Elizabeth Pascual do Valle, 51, trabalha com terapia de família há 12 anos e tem três filhos, de 23, 24 e 27 anos. É contra a palmada educativa e nunca precisou bater neles.
Entre os dias 21 e 24 de julho ela presidirá o 6º Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, em Florianópolis, organizado pela Abratef (Associação Brasileira de Terapia Familiar). Para ela, os pais devem ensinar os filhos a negociar, ser firmes e não permitir que o filho queira mandar mais que os pais.
Folha - Bater nos filhos é uma maneira de educar?
Maria Elizabeth Pascual do Valle - A necessidade de botar limites é fundamental, mas ter de bater para educar não é. Muitas vezes você tem de segurar firmemente.
Folha - A sra. tem filhos. Já precisou bater neles?
Valle - Já tive de pegar com força. Bater é contra os meus princípios. Mas já vi pessoas tendo de dar uma palmadinha, sem dano maior.
Folha - Então uma palmadinha é permitida?
Valle - Não. Tem de se colocar limites, muitas vezes tem de segurar o filho, mas não ser violento, porque violência gera violência.
Folha - Quais seriam os limites razoáveis de um castigo corporal?
Valle - Sou contra castigo corporal. É preciso ensinar os filhos a negociar, ser firme e não permitir que o filho comece a dar pontapés ou a querer mandar mais que os pais. Uma das coisas fundamentais numa relação familiar é a estrutura. A gente vê muitas vezes filhos comandando pais. Isso não pode acontecer. Acho que o pai pode segurar o filho, pois é natural que a criança tenha acessos de raiva.
Folha - O que os pais devem considerar antes de bater?
Valle - Quando um pai bate no filho é porque ele está com muita raiva. Não consegue ponderar muito. Quando ele consegue ponderar e pensar, vê alternativas.
Folha - Muitos batem e depois se sentem culpados.
Valle - Daí é pior, porque a criança não entende que aquilo que ela fez é errado.
Folha - Ameaçar funciona?
Valle - Se você ficar prometendo que vai bater e não bate, não dá. Perde a credibilidade. É melhor negociar com algo que ele queira.
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Entre os dias 21 e 24 de julho ela presidirá o 6º Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, em Florianópolis, organizado pela Abratef (Associação Brasileira de Terapia Familiar). Para ela, os pais devem ensinar os filhos a negociar, ser firmes e não permitir que o filho queira mandar mais que os pais.
Folha - Bater nos filhos é uma maneira de educar?
Maria Elizabeth Pascual do Valle - A necessidade de botar limites é fundamental, mas ter de bater para educar não é. Muitas vezes você tem de segurar firmemente.
Folha - A sra. tem filhos. Já precisou bater neles?
Valle - Já tive de pegar com força. Bater é contra os meus princípios. Mas já vi pessoas tendo de dar uma palmadinha, sem dano maior.
Folha - Então uma palmadinha é permitida?
Valle - Não. Tem de se colocar limites, muitas vezes tem de segurar o filho, mas não ser violento, porque violência gera violência.
Folha - Quais seriam os limites razoáveis de um castigo corporal?
Valle - Sou contra castigo corporal. É preciso ensinar os filhos a negociar, ser firme e não permitir que o filho comece a dar pontapés ou a querer mandar mais que os pais. Uma das coisas fundamentais numa relação familiar é a estrutura. A gente vê muitas vezes filhos comandando pais. Isso não pode acontecer. Acho que o pai pode segurar o filho, pois é natural que a criança tenha acessos de raiva.
Folha - O que os pais devem considerar antes de bater?
Valle - Quando um pai bate no filho é porque ele está com muita raiva. Não consegue ponderar muito. Quando ele consegue ponderar e pensar, vê alternativas.
Folha - Muitos batem e depois se sentem culpados.
Valle - Daí é pior, porque a criança não entende que aquilo que ela fez é errado.
Folha - Ameaçar funciona?
Valle - Se você ficar prometendo que vai bater e não bate, não dá. Perde a credibilidade. É melhor negociar com algo que ele queira.
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