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25/07/2004 - 06h43

Bronzeamento a jato garante cor no inverno

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LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo

Leila é negra e Cíntia, mulata clara. Ambas são atletas da seleção brasileira de basquetebol. Com viagem marcada para a Grécia na próxima quinta-feira, onde disputarão o pódio olímpico, as duas acharam que não ficaria bem, vindas de um país ensolarado como o Brasil, apresentarem-se "desbotadas" nas quadras. Não tiveram dúvida. Renderam-se à mais nova onda em termos de bronzeamento artificial: "a jato".

"Riram quando eu, negra, confessei que tinha ido a uma clínica, em busca do bronze a jato", disse Leila de Souza Sobral Freitas, 29, candidata ao ouro olímpico. "Mas os negros também desbotam, a pele mancha", explica a atleta. "E eu não tenho paciência de ficar ao sol torrando, como um hambúrguer na chapa."

A novidade veio dos Estados Unidos e ganhou destaque na última cerimônia de entrega do Oscar, em fevereiro passado. No famoso tapete vermelho que dá acesso ao Kodak Theatre, de Los Angeles, onde acontece a entrega do prêmio, pela primeira vez, as revistas de celebridades não notaram apenas os vestidos das estrelas. Também botaram reparo no colorido extemporâneo (para o inverno americano) da tez de muitos dos famosos.

Com os ombros de fora, Charlize Theron (Oscar de melhor atriz por "Monster") exibiu-se em um vestido desenhado pelo estilista Tom Ford para a casa Gucci. Loiríssima, Theron tinha o corpo dourado. O segredo? Bronzeamento a jato. "O 007 Pierce Brosnan, o Aquiles Brad Pitt, a Velocidade Máxima Sandra Bullock são outros que recorreram ao expediente", atesta a dermatologista Ligia Kogos, que cuida das peles de socialites paulistanas.

Antenadas, as clínicas de estética brazucas estão aproveitando o inverno (em que nem aqueles que gostam podem se esparramar ao sol) para ampliar seus negócios com o bronzeamento a jato. Apenas uma rede de franquias, a Instant Bronze Brasil, aberta há sete meses, já conta com 90 representantes, espalhados em todo o país.

Spray de bronzear

O novo método usa o mesmo princípio ativo dos autobronzeadores, o DHA (abreviatura do composto químico diidroxiacetona). O DHA interage com as células superficiais da pele, tingindo-as com um tom amarronzado.
A diferença é a aplicação. No bronzeamento a jato, o DHA é colocado em uma pistolinha de ar comprimido, o aerógrafo. O instrumento, de tão delicado, é usado por aeromodelistas para pintar miniaturas de aviões.

Com isso, garante-se aplicação uniforme do produto, evitam-se manchas, pode-se imitar com perfeição as marquinhas de biquíni que o sol natural deixa na pele.

O colorido dura quinze dias. Para mantê-lo, só refazendo o procedimento (R$ 80 a sessão). Se isso não ocorrer, a natural renovação da pele se encarregará de devolver a cor original.

Quem desejar um bronzeado mais intenso, pode reforçar a aplicação de DHA. Foi o que fez a estudante de jornalismo Bianca Janaína de Abreu, 29. Na sexta-feira, ela submeteu-se a uma segunda sessão de bronzeamento a jato -a primeira foi há uma semana. Natural da ensolarada Florianópolis, Bianca avaliou: "Foi como se eu tivesse passado duas semanas na praia".

A dermatologista Adriana Vilarinho, preferida das modelos, garante que o bronzeamento a jato é muito mais seguro do que as câmaras de raios ultravioleta (UV), até algum tempo atrás o único recurso para quem quisesse ganhar uma cor fora da estação.

"Os raios UV [os mesmos presentes na radiação solar] provocam o envelhecimento precoce da pele e estão relacionados a um maior risco de se desenvolver um melanoma", diz Vilarinho. A explicação: os raios UV penetram em camadas mais profundas da pele e acabam agindo sobre o patrimônio genético celular, daí o maior risco de câncer.

Na quinta-feira passada, a fisioterapeuta Andréa Tabacchi De Alice, 24, preparava uma surpresa para o namorado. Branquela, olhos azuis, a descendente de italianos vestiu um biquíni e, de pé, aguardou vinte minutos até ter o corpo meticulosamente recoberto por jatos de DHA.

No comando da pistolinha de ar, Nadia Costa de Araújo, 27, do centro de estética Única, de Pinheiros.

"Agora, feche os olhos e prenda a respiração", pediu Nadia, depois de tingir a frente do corpo, o verso e as partes internas dos braços e pernas de Andréa. Era o momento de colorir o rosto, última etapa do bronzeamento.

Andréa ficou mais vinte minutos esperando a secagem do produto. Oito horas depois, entrou no chuveiro. Então pôde ver o resultado: "Adorei", resume.

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