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23/09/2004
-
09h47
da Folha de S.Paulo
O surgimento dos psicofármacos (remédios psiquiátricos) permitiu um avanço "fantástico" na forma de tratamento das pessoas com transtornos mentais. "Os últimos 50 anos do século 20 envelheceram os mais de 150 anos de psiquiatria", afirma o psiquiatra Marcos Ferraz, professor titular da Unifesp.
Ferraz explica que, ao mesmo tempo em que a psiquiatria torna-se capaz de identificar melhor as doenças, também oferece uma possibilidade de tratamento que antes não existia. "Isso provoca uma mudança na forma de olhar o doente, uma mudança qualitativa na forma de tratar as pessoas."
Segundo Ferraz, até antes dos anos 50 as doenças mentais graves eram apenas identificadas, e o paciente ficava "custodiado" num hospital psiquiátrico. Com o surgimento dos remédios, a doença passa a poder ser tratada.
Para o psiquiatra Rodrigo Bressan, isso representa uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Ele afirma que o tratamento de doenças mais graves (como depressões profundas) ganha muito com os remédios psiquiátricos. Se o tratamento é melhor, mais pessoas passam a procurá-lo. "Como nós temos drogas cada vez melhores, as pessoas percebem que há uma melhora no tratamento, e isso aumenta nossa demanda", afirma Bressan.
Tanto Ferraz como Bressan dizem que o fenômeno pode ser visto como um comportamento típico de uma sociedade que exige tudo de forma muito rápida. Para eles, no entanto, isso não é o mais importante. "O fundamental é que as pessoas possam ser auxiliadas e tratadas", diz Bressan.
Para Ferraz, a melhora no diagnóstico, além de permitir tratamentos mais eficazes, dá às pessoas a possibilidade de identificar seus próprios problemas. Ele diz que, hoje, a medicina consegue perceber que uma pessoa que perdeu a liberdade de agir em função de uma dependência de droga ou de um comportamento compulsivo está doente.
De acordo com ele, isso significa que as pessoas passam a reconhecer que certos comportamentos são uma doença e podem, então, procurar ajuda. Significa também que a doença, uma vez identificada, pode ser tratada. "A psiquiatria não está preocupada com ações prazerosas. Nossa preocupação é com o indivíduo que perdeu sua liberdade e quer deixar a dependência, mas não consegue", diz Ferraz.
Bressan e Ferraz concordam que os remédios são um recurso a mais no tratamento e representam um avanço. Contudo, ambos fazem questão de deixar claro: os medicamentos não funcionam sozinhos; eles fazem parte de um tratamento que pode e deve envolver outros aspectos.
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Ferraz explica que, ao mesmo tempo em que a psiquiatria torna-se capaz de identificar melhor as doenças, também oferece uma possibilidade de tratamento que antes não existia. "Isso provoca uma mudança na forma de olhar o doente, uma mudança qualitativa na forma de tratar as pessoas."
Segundo Ferraz, até antes dos anos 50 as doenças mentais graves eram apenas identificadas, e o paciente ficava "custodiado" num hospital psiquiátrico. Com o surgimento dos remédios, a doença passa a poder ser tratada.
Para o psiquiatra Rodrigo Bressan, isso representa uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Ele afirma que o tratamento de doenças mais graves (como depressões profundas) ganha muito com os remédios psiquiátricos. Se o tratamento é melhor, mais pessoas passam a procurá-lo. "Como nós temos drogas cada vez melhores, as pessoas percebem que há uma melhora no tratamento, e isso aumenta nossa demanda", afirma Bressan.
Tanto Ferraz como Bressan dizem que o fenômeno pode ser visto como um comportamento típico de uma sociedade que exige tudo de forma muito rápida. Para eles, no entanto, isso não é o mais importante. "O fundamental é que as pessoas possam ser auxiliadas e tratadas", diz Bressan.
Para Ferraz, a melhora no diagnóstico, além de permitir tratamentos mais eficazes, dá às pessoas a possibilidade de identificar seus próprios problemas. Ele diz que, hoje, a medicina consegue perceber que uma pessoa que perdeu a liberdade de agir em função de uma dependência de droga ou de um comportamento compulsivo está doente.
De acordo com ele, isso significa que as pessoas passam a reconhecer que certos comportamentos são uma doença e podem, então, procurar ajuda. Significa também que a doença, uma vez identificada, pode ser tratada. "A psiquiatria não está preocupada com ações prazerosas. Nossa preocupação é com o indivíduo que perdeu sua liberdade e quer deixar a dependência, mas não consegue", diz Ferraz.
Bressan e Ferraz concordam que os remédios são um recurso a mais no tratamento e representam um avanço. Contudo, ambos fazem questão de deixar claro: os medicamentos não funcionam sozinhos; eles fazem parte de um tratamento que pode e deve envolver outros aspectos.
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