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18/01/2007
-
10h50
FLÁVIA MANTOVANI
TATIANA DINIZ
da Folha de S.Paulo
Para saber de onde vêm as opções de frango que hoje disputam as panelas, a reportagem da Folha visitou três diferentes criadouros de aves --um convencional (Amarelinho), um do tipo "verde" (Korin) e um orgânico certificado (Coq).
Cada uma das granjas produtoras segue um modelo específico de manejo, sendo as duas últimas inspiradas em princípios de equilíbrio ecológico e baixo impacto ambiental (veja mais no quadro ao lado).
Aprovar ou não a presença de antibióticos promotores de crescimento misturados ração é o primeiro ponto que as diferencia.
A ele, somam-se preocupações com a densidade de animais nos alojamentos e a exposição à luz artificial. Nos pavilhões é comum que o período de claridade seja estendido para que os frangos comam mais.
Nas criações de frango convencional, recorre-se aos antibióticos com freqüência. "São fórmulas reguladoras do intestino. Evitam desperdício de ração e desconforto para os animais", explica o veterinário Carlos Zanchetta, que supervisiona as criações de frango convencional da marca Amarelinho, no interior de São Paulo.
Os 200 produtores parceiros da marca recebem pintos que são criados durante um ciclo de 45 dias e alimentados com lotes
de ração feitos seguindo essa premissa. Crescem confinados em galpões em que até doze frangos dividem o mesmo metro quadrado. Têm cerca de quatro horas diárias de escuro.
Nos frangos do tipo "verde", da Korin, também no interior de São Paulo, a regulação intestinal das aves é feita com probióticos (microorganismo vivos, como lactobacilos).
O frango da Korin não é orgânico porque o milho e o farelo de soja usados na ração não são oriundos desse modo de cultivo. A densidade de aves na granja visitada é maior do que a da criação convencional, mas os animais têm duas horas diárias de escuro a mais. O ciclo de vida só dura dois dias a mais.
"Foram dez anos de pesquisa até chegarmos a esse sistema, que concentra preocupações com as cadeias ambiental e social", explica o gerente de produção animal de Luiz Carlos Demattê Filho.
Orgânico
Visualmente, não há diferenças entre a granja convencional e a granja "verde". Já na Domaine Agroecológica, no interior do Espírito Santo, a diferença é evidente.
Ali são criadas as aves da marca Coq, que levam o selo de orgânicas certificadas do IBD (Instituto Biodinâmico, certificadora de produtos orgânicos. É possível conferir produtos certificados no site www.ibd.com.br.
No modo orgânico, os animais passam o dia em um pasto, e a densidade de alojamento é de 5 aves por metro quadrado.
São protegidos com receitas naturais: recebem doses diárias de alho, propólis e plantas medicinais. Além da ração feito com milho e e sojas orgânicos, comem vegetais e leguminosas de hortas desse tipo.
A marca Coq vende frangos, galinhas e galos. "São aves caipiras, pois a branca é menos resistente e não suportaria esse
tipo de criação", explica a produtora Isabelle Cicatelli. Frangos vivem 90 dias e não recebem iluminação artificial. Galinhas e galos vivem um ano e meio, tempo do ciclo reprodutivo, e podem receber luz artificial dependendo da idade e da época do ano, mas sempre têm pelo menos oito horas de escuridão.
"Na criação orgânica, o manejo é preventivo e tem de ser muito bem seguido. Um frango criado confinado não segue as condições naturais da sua espécie durante a vida. A carne não será natural", comenta Cicatelli.
Há quem questione. "Esses frangos têm acesso à parte externa, o que cria maior possibilidade de contato com pássaros silvestres, que transmitem a gripe aviária, por exemplo. Tanto que em 2006 a Embrapa recomendou que as aves fossem fechadas, temporariamente, para evitar o risco de contaminação", diz Gerson Scheuermann, da Embrapa.
Nos três modos de criação, as aves recebem doses de vacinas e suplementação vitamínica pré-fabricada misturada à ração.
Derivados
Caldos de frango em tabletes, nuggets, empanados e salsichas são feitos com as sobras de cortes dos animais. As aparas do filé de peito ou de coxa, por exemplo. Pele e cartilagem podem entrar na receita.
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TATIANA DINIZ
da Folha de S.Paulo
Para saber de onde vêm as opções de frango que hoje disputam as panelas, a reportagem da Folha visitou três diferentes criadouros de aves --um convencional (Amarelinho), um do tipo "verde" (Korin) e um orgânico certificado (Coq).
Cada uma das granjas produtoras segue um modelo específico de manejo, sendo as duas últimas inspiradas em princípios de equilíbrio ecológico e baixo impacto ambiental (veja mais no quadro ao lado).
Aprovar ou não a presença de antibióticos promotores de crescimento misturados ração é o primeiro ponto que as diferencia.
A ele, somam-se preocupações com a densidade de animais nos alojamentos e a exposição à luz artificial. Nos pavilhões é comum que o período de claridade seja estendido para que os frangos comam mais.
Nas criações de frango convencional, recorre-se aos antibióticos com freqüência. "São fórmulas reguladoras do intestino. Evitam desperdício de ração e desconforto para os animais", explica o veterinário Carlos Zanchetta, que supervisiona as criações de frango convencional da marca Amarelinho, no interior de São Paulo.
Os 200 produtores parceiros da marca recebem pintos que são criados durante um ciclo de 45 dias e alimentados com lotes
de ração feitos seguindo essa premissa. Crescem confinados em galpões em que até doze frangos dividem o mesmo metro quadrado. Têm cerca de quatro horas diárias de escuro.
Nos frangos do tipo "verde", da Korin, também no interior de São Paulo, a regulação intestinal das aves é feita com probióticos (microorganismo vivos, como lactobacilos).
O frango da Korin não é orgânico porque o milho e o farelo de soja usados na ração não são oriundos desse modo de cultivo. A densidade de aves na granja visitada é maior do que a da criação convencional, mas os animais têm duas horas diárias de escuro a mais. O ciclo de vida só dura dois dias a mais.
"Foram dez anos de pesquisa até chegarmos a esse sistema, que concentra preocupações com as cadeias ambiental e social", explica o gerente de produção animal de Luiz Carlos Demattê Filho.
Orgânico
Visualmente, não há diferenças entre a granja convencional e a granja "verde". Já na Domaine Agroecológica, no interior do Espírito Santo, a diferença é evidente.
Ali são criadas as aves da marca Coq, que levam o selo de orgânicas certificadas do IBD (Instituto Biodinâmico, certificadora de produtos orgânicos. É possível conferir produtos certificados no site www.ibd.com.br.
No modo orgânico, os animais passam o dia em um pasto, e a densidade de alojamento é de 5 aves por metro quadrado.
São protegidos com receitas naturais: recebem doses diárias de alho, propólis e plantas medicinais. Além da ração feito com milho e e sojas orgânicos, comem vegetais e leguminosas de hortas desse tipo.
A marca Coq vende frangos, galinhas e galos. "São aves caipiras, pois a branca é menos resistente e não suportaria esse
tipo de criação", explica a produtora Isabelle Cicatelli. Frangos vivem 90 dias e não recebem iluminação artificial. Galinhas e galos vivem um ano e meio, tempo do ciclo reprodutivo, e podem receber luz artificial dependendo da idade e da época do ano, mas sempre têm pelo menos oito horas de escuridão.
"Na criação orgânica, o manejo é preventivo e tem de ser muito bem seguido. Um frango criado confinado não segue as condições naturais da sua espécie durante a vida. A carne não será natural", comenta Cicatelli.
Há quem questione. "Esses frangos têm acesso à parte externa, o que cria maior possibilidade de contato com pássaros silvestres, que transmitem a gripe aviária, por exemplo. Tanto que em 2006 a Embrapa recomendou que as aves fossem fechadas, temporariamente, para evitar o risco de contaminação", diz Gerson Scheuermann, da Embrapa.
Nos três modos de criação, as aves recebem doses de vacinas e suplementação vitamínica pré-fabricada misturada à ração.
Derivados
Caldos de frango em tabletes, nuggets, empanados e salsichas são feitos com as sobras de cortes dos animais. As aparas do filé de peito ou de coxa, por exemplo. Pele e cartilagem podem entrar na receita.
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