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08/02/2007
-
12h47
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo
N a despensa da casa dos gêmeos Pedro e Juliano Genaro Keller, não há nem sombra de leite de vaca. Apesar de eles terem três anos, idade em que a maioria das crianças consome a bebida diariamente, o ingrediente foi cortado da lista de compras da família desde que, ainda bebês, eles começaram a apresentar urticárias e cólicas ao tomar um preparado à base desse tipo de leite.
O diagnóstico de alergia alimentar veio logo depois. Diferentemente da intolerância alimentar, na qual os pacientes agüentam pequenas quantidades do ingrediente e principalmente de seus derivados, a orientação para os alérgicos é mais radical: é preciso banir o ingrediente que faz mal.
"Para descomplicar, ninguém na família toma leite de vaca, só de soja. Bolos, biscoitos, tudo tem que ser feito em casa", diz a mãe dos meninos, a arquiteta Ana Rita Keller, 35.
Hoje, como acontece em 85% dos casos, a alergia de Pedro desapareceu e ele já tolera o alimento. Juliano não teve tanta sorte: as reações chegam a ser desencadeadas pelo contato com quantidades microscópicas do alimento, como quando sua avó tomou um sorvete de creme e, duas horas depois, beijou-o. Até cosméticos podem ser vilões: um dia, seu pai havia passado um creme que continha leite e, ao tocar os meninos, os sintomas apareceram.
De fato, diferentemente do que muitos imaginam, as reações não ocorrem somente ao ingerir o alimento: o contato com a pele ou a inalação do cheiro da comida é suficiente para desencadear o processo em algumas pessoas.
A mãe conta, aliviada, que nenhum dos gêmeos chegou a ter o chamado choque anafilático --reação mais grave da alergia alimentar, que pode até matar. Mas a doença mudou a rotina da família, a começar pela compra no supermercado: todos os rótulos, tanto de alimentos quanto de cosméticos, passam pelo olho clínico de Ana Rita, que reconhece até termos técnicos que nem sempre são identificados por leigos.
Por conta da alergia, ela resolveu esperar as crianças amadurecerem mais antes de ir para a escola. "O Juliano precisa ter mais consciência do que acontece com ele para detectar uma reação e alertar as pessoas. Crianças são curiosas, provam o lanche da outra. Os familiares e os amigos sabem, mas na escola é outra coisa", afirma.
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da Folha de S.Paulo
N a despensa da casa dos gêmeos Pedro e Juliano Genaro Keller, não há nem sombra de leite de vaca. Apesar de eles terem três anos, idade em que a maioria das crianças consome a bebida diariamente, o ingrediente foi cortado da lista de compras da família desde que, ainda bebês, eles começaram a apresentar urticárias e cólicas ao tomar um preparado à base desse tipo de leite.
O diagnóstico de alergia alimentar veio logo depois. Diferentemente da intolerância alimentar, na qual os pacientes agüentam pequenas quantidades do ingrediente e principalmente de seus derivados, a orientação para os alérgicos é mais radical: é preciso banir o ingrediente que faz mal.
Bruno Miranda/Folha Imagem |
Juliano Genaro, 3, alérgico a leite, e Pedro, que teve o problema quando era bebê |
Hoje, como acontece em 85% dos casos, a alergia de Pedro desapareceu e ele já tolera o alimento. Juliano não teve tanta sorte: as reações chegam a ser desencadeadas pelo contato com quantidades microscópicas do alimento, como quando sua avó tomou um sorvete de creme e, duas horas depois, beijou-o. Até cosméticos podem ser vilões: um dia, seu pai havia passado um creme que continha leite e, ao tocar os meninos, os sintomas apareceram.
De fato, diferentemente do que muitos imaginam, as reações não ocorrem somente ao ingerir o alimento: o contato com a pele ou a inalação do cheiro da comida é suficiente para desencadear o processo em algumas pessoas.
A mãe conta, aliviada, que nenhum dos gêmeos chegou a ter o chamado choque anafilático --reação mais grave da alergia alimentar, que pode até matar. Mas a doença mudou a rotina da família, a começar pela compra no supermercado: todos os rótulos, tanto de alimentos quanto de cosméticos, passam pelo olho clínico de Ana Rita, que reconhece até termos técnicos que nem sempre são identificados por leigos.
Por conta da alergia, ela resolveu esperar as crianças amadurecerem mais antes de ir para a escola. "O Juliano precisa ter mais consciência do que acontece com ele para detectar uma reação e alertar as pessoas. Crianças são curiosas, provam o lanche da outra. Os familiares e os amigos sabem, mas na escola é outra coisa", afirma.
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