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12/04/2007 - 10h53

Mil crianças esperam por adoção em SP; 7.000 pais estão na fila

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FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

A publicitária Daniela Lorenzon, 30, teve muito menos do que os nove meses de uma gravidez para se acostumar à idéia de ser mãe. Entre a entrada dos papéis pedindo a adoção e o dia de ter um filho nos braços, transcorreram pouco mais de dois meses. Os irmãos Thalya e Nathan chegaram à sua casa com três e um ano de idade, respectivamente.

Se tivesse mantido o perfil de criança que queria pedir inicialmente --uma menina, com até um ano de idade--, é provável que Daniela estivesse esperando até hoje. Mas uma conversa com psicólogos e assistentes sociais do Judiciário mudou as expectativas que ela e o marido tinham.

"Disseram que, se aumentássemos o limite de idade para quatro anos, teríamos mais chances e daríamos mais oportunidades", conta o marido de Daniela, o também publicitário Luis Roberto Duarte de Souza, 40. "Abrimos o leque. Acima de tudo, eu queria ser mãe", completa Daniela.

A história do casal reflete uma lenta mudança que vem ocorrendo, em grande parte, graças ao esforço de grupos de apoio à adoção e de profissionais das varas da infância e juventude. A intenção é diminuir o desencontro que existe entre um batalhão de casais que querem adotar e uma quantidade menor, mas ainda numerosa, de crianças que aguardam uma nova família --enquanto mais de 7.500 brasileiros e quase 300 estrangeiros estão na fila da adoção no Estado de São Paulo, aproximadamente mil crianças e adolescentes esperam pais adotivos.

O principal motivo desse desencontro é a diferença entre as expectativas dos pais e a realidade dos abrigos. Enquanto grande parte das pessoas deseja adotar só um filho (99%), menor de três anos (83%) e de cor branca (49%), a maioria dos abrigados é de cor negra ou parda (52%), maior de três anos (87%) e possui um ou mais irmãos (56%).

"São crianças que ninguém quer. Uma quantidade monstruosa de inscrições pede bebês de até 36 meses. Se juntarmos a cor e a presença de irmãos, fica ainda mais difícil", afirma Reinaldo Cintra, juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo.

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