Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/05/2004 - 00h00

Ginko biloba pode causar danos aos rins e convulsões

Publicidade

CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

O uso indiscriminado do fitoterápico ginko biloba, indicado para melhorar a memória e o desempenho cognitivo em idosos, pode causar efeitos colaterais sérios, danos hepáticos, pedras na vesícula, além de sangramentos e convulsões. O alerta é de Décio Alves, presidente da regional carioca da Sociedade Brasileira de Fitomedicina. Segundo ele, o ginko só deve ser usado com indicação e acompanhamento médico.

Alves diz que, a cada semestre de uso contínuo, é recomendável interromper a medicação por um ou dois meses. "É importante essa parada estratégica para não sobrecarregar os rins e o fígado."

De acordo com o médico, o extrato da planta tem ação antioxidante e aumenta a microcirculação sangüínea no cérebro. É indicado para reduzir os efeitos degenerativos do envelhecimento normal, além de poder combater a labirintite e o zumbido no ouvido.

Mas ele reforça que o medicamento só deve ser usado por pessoas que já apresentem déficit cognitivo. "Ele não tem efeito preventivo. Não adianta os mais jovens tomarem que não haverá resultado", afirma.

Outro cuidado é na compra. O paciente deve observar na caixa ou na bula a composição, que, para os efeitos terapêuticos desejados, precisa ter 24% de princípio ativo (gincosídeos). O uso na forma de folha --para chá, por exemplo-- não teria efeito nem contra-indicação.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), onde o fitoterápico tem registro há quatro anos, informa que as pessoas devem observar na embalagem do medicamento se há o número do registro na agência, que começa com as letras MS --de Ministério da Saúde--, seguidas do dígito 1 e de 13 algarismos.

Ainda que seja vendido como remédio nas farmácias, há médicos que divergem na sua indicação. O geriatra Luiz Roberto Ramos, chefe do centro de estudos do envelhecimento, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz ser favorável ao uso do ginko biloba pelos efeitos antioxidantes. "É a mesma coisa da vitamina C e E. Desde que sob orientação médica, não há problemas na indicação", afirma.

Já para o geriatra Wilson Jacob Filho, do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas, não há comprovação científica de que o extrato de ginko biloba seja eficaz.

Na opinião do médico, os estudos que demonstraram melhoria na microcirculação também são inconclusivos. "Não há justificativa científica para prescrever o medicamento", afirma.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página